O que falta para o futsal ser olímpico?

Para alegria dos amantes do futsal, conflito entre Fifa e COI está perto de terminar

Legenda: Comemoração hexacampeonato Mundial Seleção Brasileira de Futsal
Foto: Foto: Leto Ribas/CBF

O hexacampeonato mundial de futsal conquistado pelo Brasil no início deste mês – após vitória contra a Argentina na final, em Tashkent, no Uzbequistão - trouxe de volta uma pergunta sempre feita pelos fãs da modalidade: por que ela não está nas Olimpíadas?

A resposta mais direta a essa pergunta é: porque nem a Fifa nem o Comitê Olímpico Internacional (COI) têm interesse. Durante muitos anos, fãs e atletas do futsal levantaram esse pleito, mas a Fifa nunca havia comprado essa briga. Esse lado da história teve uma reviravolta no último dia 3, quando a Fifa anunciou que vai solicitar formalmente a inclusão do futsal masculino e do feminino no programa olímpico.

A decisão foi anunciada na reunião do Conselho da Fifa, em Zurique, e trouxe um bônus: a entidade também vai solicitar a inclusão do futebol de areia nas Olimpíadas – mais uma modalidade na qual o Brasil ganhou o hexa neste ano, em decisão contra a Itália, em Dubai, nos Emirados Árabes, em fevereiro passado.

Legenda: Gianni Infantino, presidente da Fifa, durante cerimônia de entrega das medalhas após o título conquistado pelo Brasil
Foto: Foto: Leto Ribas/CBF

Do outro lado do balcão, o COI nunca teve interesse porque a relação da entidade com a Fifa não é das melhores, vide a limitação para que o futebol masculino de campo seja disputado por jogadores de até 23 anos, com direito a apenas três acima desse limite, e o fato de os Jogos Olímpicos sequer serem considerados Data Fifa – o que desobriga os clubes a liberarem os convocados para o torneio multiesportivo. 

Uma primeira aproximação entre as entidades nesse sentido foi a inclusão do futsal nos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Ares, em 2018, quando a medalha de ouro foi conquistada pelo Brasil.

Pré-requisitos do COI

O futsal cumpre os pré-requisitos do COI para ser reconhecido como modalidade olímpica, entre os quais ser praticado em pelo menos 75 países de quatro continentes diferentes entre os homens e em 40 países em três continentes entre as mulheres.

Porém, a modalidade terá de superar outra dificuldade para ser aceita nas Olimpíadas: o COI adota hoje um limite de 10.500 atletas para participar do evento, a fim de controlar os custos de sua realização. Esse “teto” possivelmente será ampliado em Los Angeles 2028 para a inclusão dos novos esportes olímpicos já anunciados: críquete, beisebol/softbol, squash, lacrosse e flag football (o quantitativo de cotas para daqui a quatro anos será anunciado no início de 2025).

Com o limite de atletas estourado e os novos esportes olímpicos de Los Angeles já definidos, a esperança do futsal é ser incluído nos Jogos de Brisbane 2032, na Austrália. Isso se houver um entendimento entre COI e Fifa e, possivelmente, a depender da exclusão de alguma modalidade para que o limite de atletas na Olimpíada não tenha de ser ampliado de novo.

Se considerarmos que a Austrália não tem tradição no futsal e que o interesse do país-sede pela modalidade também é levado em conta para a adição de um novo esporte ao programa olímpico, não será surpresa se esse sonho ficar para a edição de 2036, cuja sede ainda não foi definida.

RÁPIDAS

Taiana vice
A cearense Taiana foi vice-campeã da etapa de João Pessoa do Elite 16 de Vôlei de Praia, classe de torneios que reúne as melhores duplas do circuito mundial. Ao lado da experiente Talita (AL),  elas perderam para as compatriotas Thâmela/Vic por 2 sets a 0 (21/14, 21/14).

Doce na seleção

imagem mostra jogadoras de handebol
Legenda: Adriana Doce, jogadora de handebol do Brasil.
Foto: Aris MESSINIS / AFP

Após a Olimpíada de Paris, Adriana “Doce” está de volta à seleção brasileira de handebol. A ponteira cearense se apresenta nesta semana em Cluj-Napoca, na Romênia, onde disputa o Carpatian Trophy, competição amistosa contra Romênia, Macedônia, Turquia, Suíça e Eslováquia.

Orçamento
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) destinará R$ 265 milhões para investimento em projetos das confederações brasileiras olímpicas em 2025. O valor representa um recorde desde a criação da Lei das Loterias (antiga Lei Agnelo/Piva), em 2001, e um aumento de 17,8% em relação ao ano passado.

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