A Olimpíada de Paris 2024 terminou no último dia 11 sem medalhas para os cearenses, mantendo o jejum de pódios que já dura desde a prata de Márcio Araújo, no vôlei de praia, em Pequim 2008.
A partir da próxima quarta, 28, a capital francesa estará nos holofotes do mundo esportivo de novo, mas desta vez para receber os Jogos Paralímpicos, que vão até 11 de setembro. Neste caso, a expectativa em relação à participação cearense é bem melhor: as chances de vir medalha são reais.
A começar com o único atleta-guia cearense em Paris, Henrique Barreto, natural de Jaguaretama e revelado na Universidade de Fortaleza (Unifor), estará correndo ao lado do sul-matogrossense Yeltsin Jacques, na categoria T11 do atletismo, para deficientes visuais (aos não familiarizados com o desporto paralímpico, sim, os guias ganham medalhas junto com os atletas guiados).
Neste ano, os dois foram campeões mundiais dos 5000 metros em Kobe, no Japão, com direito a recorde mundial: 14min53s97. Yeltsin é o atual campeão paralímpico da prova e favorito ao bi. O sul-matogrossense também tentará o segundo ouro paralímpico seguido nos 1500 metros, prova na qual deverá ter como guia o fluminense Guilherme dos Santos.
Se Henrique tenta estrear no pódio paralímpico, um cearense habituado a este lugar é Maciel Santos, da classe BC2 da bocha (para atletas com paralisia cerebral que não recebem assistência). Natural de Crateús, ele foi bronze individual em Tóquio 2020, prata por equipes na Rio 2016 e ouro individual em Londres 2012.
Terceiro do ranking mundial, neste ciclo, Maciel foi campeão das etapas do Rio de Janeiro e de São Paulo da Copa do Mundo, em 2022 e 2024, respectivamente, mas parou nas quartas do Mundial 2022. Deverá ter tailandeses, japoneses e um argentino na briga por medalha individual em Paris.
Na equipe mista BC1-BC2 (que une atletas com diferentes níveis de comprometimento cerebrais), os brasileiros também foram eliminados nas quartas do Mundial do Rio, mas ganharam duas etapas da Copa do Mundo em 2023 (em Fortaleza) e 2024 (Póvoa do Varzim/Portugal).
Veterana da natação paralímpica, Edênia Garcia vai a Paris para a sexta paralimpíada dela. Natural do Crato, ela competirá na classe S3, para atletas com deficiência motora de alto grau no tronco e nas pernas. Aos 37 anos, ela é uma das nadadoras mais experientes da delegação brasileira.
Edênia foi prata nos 50m costas em Atenas 2004, bronze nos 50m livre em Pequim 2008 e prata nos 50m costas em Londres 2012. Ficou fora do pódio nas últimas duas paralimpíadas, mas foi prata nos 50m costas do Mundial de Manchester, em 2023. Os tempos da cearense a colocam como potencial finalista dos 100m livre e dos 50m costas, mas voltar ao pódio dependerá de superar seus recordes pessoais, pois há concorrentes com melhores tempos de entrada nas provas.
Por fim, Eugênio Santana Franco fará sua estreia paralímpica na classe W1 do tiro com arco, para atletas com deficiências graves em três ou quatro membros. Com 64 anos e natural de Beberibe, ele é o atual campeão pan-americano e segundo do ranking mundial, mas não têm resultados expressivos em competições mundiais: seu melhor resultado foi ter ido até as oitavas do Mundial de 2023.
RÁPIDAS
O que esperar do Brasil?
Sétimo do quadro de medalhas nas últimas duas paralimpíadas, o País tentará em Paris atingir a meta estipulada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de terminar a competição no top 5 pela primeira vez na história. A julgar pelos bons resultados nos mundiais deste ciclo, há boas chances de que isso aconteça, superando inclusive as 72 medalhas, incluindo os 22 ouros, de Tóquio, nossa melhor campanha até hoje no evento.
Momentos decisivos no surfe
Ocorrem nesta sexta-feira, 23, a partir das 16h30 (de Brasília), as baterias finais da etapa de Fiji da World Surf League (WSL). Essa é a penúltima etapa da temporada, que definirá os cinco classificados de cada gênero para o Finals, em Trestles, na Califórnia, em setembro.
Yago Dora está nas quartas e Tati Weston-Webb na semi em Fiji. Ambos, dependem de mais uma vitória para assegurar vaga no Finals. Ítalo Ferreira, eliminado nas oitavas, precisa secar o compatriota ou o australiano Ethan Ewing para ir à Califórnia.
Bia na semi hoje; Thiago no US Open
Beatriz Haddad Maia disputa nesta sexta, não antes das 19h45, a semifinal do WTA 250 de Cleveland, contra a tcheca Katerina Siniakova, nº 36 do mundo. Desde fevereiro, a paulistana não chegava a uma semifinal de torneio WTA.
A partir de segunda, 26, ela, o cearense Thiago Monteiro e o paranaense Thiago Wild disputam o US Open, último grand slam da temporada. O tenista do Ceará terá uma parada dura na estreia: o francês Ugo Humberto, 18º cabeça-de-chave do torneio.