Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 marcaram a melhor participação da história do Brasil no evento. O País quebrou todos os recordes possíveis, seja qual for o critério de avaliação adotado, confirmando, assim, o status de potência paralímpica.
Em números de ouros, o Brasil conquistou 25 medalhas douradas, superando as 22 de Tóquio 2020 – até então, a edição em que o País havia acumulado mais títulos.
Se o critério for o total de medalhas, mais uma vez, o País somou 89 pódios na capital francesa, superando em mais de 23% as 72 conquistas da Rio 2016 e de Tóquio – melhores campanhas nesse quesito antes de 2024.
Por fim, o Brasil alcançou em Paris o 5º lugar inédito no quadro de medalhas, cumprindo a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) de chegar ao top 5 do evento pela primeira vez na história. As nossas melhores posições eram os 7º lugares de Londres 2012 e de Tóquio.
Se o resultado brasileiro foi excepcional, a participação cearense no evento foi modesta. Dos quatro participantes, apenas o atleta-guia Henrique Barreto, natural de Jaguaretama e revelado na Universidade de Fortaleza (Unifor), foi bronze ao guiar o sul-matogrossense Yeltsin Jacques, nos 5000 metros da classe T11 (para deficientes visuais). Ele não voltou com a medalha física nas mãos, pois Yeltsin usou dois guias na prova – o fluminense Guilherme dos Santos também assumiu essa função - e, pelas regras do evento, quando o atleta decide usar dois guias, nenhum deles é condecorado.
Nomes históricos do paralimpismo cearense, como Maciel Santos, na bocha (dono de três medalhas entre Londres e Tóquio); e Edênia Garcia, na natação (que esteve em três pódios entre Atenas 2004 e Londres), não conseguiram repetir as façanhas – o atleta de Crateús parou nas quartas tanto no individual quanto por equipes; a nadadora do Crato foi 5ª nos 50m costas e 16ª nos 100m livre da classe S3 (para atletas com limitações físico-motoras).
Por outro lado, estados vizinhos como Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram desempenhos bem mais expressivos, com nove e seis medalhas, respectivamente. Se levarmos em conta que Maciel construiu a carreira dele em São Paulo, e Edênia, em Natal/RN, o cenário do desporto paralímpico no Ceará é preocupante.
Que estruturas e incentivos o Ceará oferece para a prática de esportes por pessoas com deficiência? Por que os talentos revelados aqui saem para construir suas carreiras fora do Estado? Que condições os professores de Educação Física têm para incentivar a prática esportiva por estudantes com deficiência nas escolas, de forma que eles se sintam incluídos também nesse aspecto?
São perguntas que precisam ser respondidas para mudar o cenário atual e ampliar a prática esportiva entre pessoas com deficiência no Ceará. O aumento do acesso ao esporte é uma importante ferramenta de inclusão e pode, em último plano, revelar talentos para seguir no desporto paralímpico e, assim, surgirem mais Edênias e Macieis por aqui.
RÁPIDAS
Rebeca na Copa do Mundo sub-20
O Brasil está nas oitavas-de-final da Copa do Mundo de Futebol sub-20, na Colômbia, e encara Camarões nesta quarta, 11, às 18h30 (de Brasília). A cearense Rebeca Costa, ex-volante do Fortaleza e atualmente no Cruzeiro, é uma das integrantes do grupo brasileiro.
Thiago na Davis
Thiago Monteiro faz parte da equipe brasileira que disputa a Copa Davis a partir desta quarta. Os brasileiros estreiam às 10h (de Brasília) contra a Itália, numa melhor-de-três jogos disputados no mesmo dia. A chave brasileira ainda tem Holanda e Bélgica, adversários de quinta, 12, e sábado, 14, respectivamente.
Rayssa no Mundial de Skate
O Mundial de Skate Street ocorre nesta semana, em Roma, a partir deste terça, 10. Entre os brasileiros na disputa, destaque para Rayssa Leal, prata na Olimpíada de Tóquio e bronze em Paris. As semifinais ocorrem na sexta, 13, e as finais, no sábado, 14.