TV da China mostra como é a produção de melão no Ceará

A Agrícola Famosa trabalha para viabilizar a logística de transporte para embarcar suas ffrutas para o mercado chinês. E mais: Exoneração de Paulo Guedes foi "fake news"

Circula nas redes sociais a entrevista que concedeu nesta semana a uma das redes de televisão da China o empresário Luís Roberto Barcelos, sócio e diretor de Assuntos Institucionais da Agrícola Famosa, maior protutora e exportadora mundial de melão. 

Durante mais de 10 minutos, Barcelos fala para os chineses (com legendas em mandarim na tela), sobre como é produzido, embalado e transportado o melão que a empresa exporta a China e outros países asiáticos, tudo ilstrado com imagens que a tevê chinesa fez nos campos de produção da empresa, em Icapui)..

Há dificuldades de logística de transporte para viabilizar as exportações da Agrícola Famosa para o maior mercado consumidor do mundo – o da China, cuja população é de 1,4 bilhão de bocas. 

Uma viagem de navio desde o Porto do Pecém, no Ceará, até o mais próximo da geografia chinesa dura 35 dias, mas esse tempo poderá ser reduzido para 30 dias, se for estabelecida uma linha regular de Pecém para a China. 

É uma logística que desafia não só a tecnologia embarcada nos contêineres refrigerados, mas também a capacidade de exportadores de atenderem à demanda do consumidor chinês, que tem aceitado, avidamente, todas as espécies de frutas tropicais, incluindo o melão e a melancia produzidos no Ceará pela Agrícola Famosa. 

Por enquanto, não há, ainda, uma linha de navegação regular ligando Pecém aos portos da China, mas as grandes companhias do mundo trabalham no sentido de encontrar a melhor maneira de viabilizar a escala de seus navios no porto cearense para o embarque de melões da empresa para o mercado chinês. 

Na opinião de Luís Roberto Barcelos “essas dificuldades já foram maiores, agora já estamos tratando de encurtar a viagem do Pecém para a China, sem prejudicar a qualidade e a integridade dos nossos melões”.

No universo da agropecuária cearense, há uma grande torcida para que a Famosa supere os gargalos da logística e estabeleça, com as grandes companhias de navegação, boa solução para a questão.

Esta coluna lembra: se a China passar a importar melão do Ceará e do Rio Grande do Norte, a área plantada nos dois estados terá de ser, em curtíssimo prazo, multiplicada por três, o que revelao tamanho daquele mercado.    

EXONERAÇÃO DE GUEDES FOI ‘FAKE NEWS”

No meio da tarde de ontem, o mercado foi abalado com a ampla divulgação, pela televisão e pelos sites jornalísticos, de uma “fake News”, segundo a qual o ministro da Economia, Paulo Guedes, pedira exoneração do cargo.

No fim do dia, o ministro Guedes, ladeado pelo presidente Bolsonaro, apareceu negando a informação, que, naturalmente, provocou a queda da Bolsa e a disparada do dólar.

Há uma clara intenção da oposição de derrubar o governo por meio de um processo de impeachment, e as manobras neste sentido causam e ainda causarão males à economia, uma vez que a divulgação de falsas informações ajuda a conturbar o ambiente de negócios, adiando ou mesmo cancelando investimentos privados.

Será conturbada a próxima semana, como foi a que hoje se encerra. Sem falar no lado político da crise (o relatório da CPI da Covid ainda dará manchetes e gerará repercussões no mercado financeiro), há o avanço da inflação com o consequente aumento dos juros, o que será decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua reunião da próxima quarta-feira.

Opróprio Guedes afirmou, na entrevista de ontem, queo Banco Central “tem e correr com juros” contra a inflação.

Estima-se que a taxa básica Selic será elevada em mais 1,2%, dificultando, primeiro, as compras pelo crediário, atingindo os assalariados, principalmente os de menor renda. 

Os empréstimos bancários, que já embutem altos juros, ficarão ainda mais caros, onerando e quase inviabilizando a vida das micro e pequenas empresas, que respondem por mais de 50% dos empregos formais do país.

Ontem, na sua fala à imprensa, o ministro Paulo Guedes disse, mais uma vez, que o Brasil tem tudo para crescer neste e no próximo ano, desde que o Congresso Nacional aprove as reformas administrativa e do Imposto de Renda, que patinam na Câmara dos Deputados. 

Ele assegurou que a aprovação da PEC dos Precatórios, por meio da qual o governo poderá dispor de mais R$ 83 bilhões para gastar em 2022 (ano eleitoral) com o aumento do Auxílio Brasil (novo nome do Bolsa Família) não significará qualquer desrespeito à Lei do Teto dos Gastos. 
“Temos compromisso com a responsabilidade fiscal”, disse Guedes, que já escolheu e anunciou os novos secretário e secretário adjunto do Tesouro Nacional – Esteves Colnago e Paulo Fontoura Valle.