Sucessão de Camilo Santana: a vice Isolda Cela entra em cena

Ela assumirá o governo em março com a desincompatibilização de Camilo. E estará apta para disputar a eleição. O nome de Mauro Filho também surge. E mais: 1) Aneel castiga o Nordeste com alta tarifa; 2) Vem aí o IPO da Brisanet; 3) Fortaleza está sob ataque

Uma alta fonte do PDT e o ex-prefeito de município do Vale do Jaguaribe contaram à coluna que o governador Camilo Santana já começou a desenhar a sua própria sucessão.

Eles disseram que o nome da vice-governadora Isolda Cela, do PDT, que assumirá o governo do Estado quando Camilo Santana se desincompatibilizar para concorrer a uma cadeira no Parlamento (Senado ou Câmara dos Deputados), é o nome que agora desperta os entusiasmados instintos do clã familiar que hoje ocupa o Palácio da Abolição.

Há hoje uma ampla e poderosa coligação política que sustenta o governo Camilo Santana. Essa coligação, da qual faz parte o PDT dos irmãos Ferreira Gomes, domina o Legislativo, que aprova tudo o que é de interesse do Executivo, assim como rejeita qualquer projeto desinteressante.

Pois bem: PT e PDT acertaram, alguns meses antes da reeleição do governador Camilo Santana, em 2018, que, em 2022, o candidato da coligação seria o ex-prefeito Roberto Cláudio. 

A carruagem marchava segundo o combinado, mas eis que surgiu a candidatura de Lula à Presidência da República, tonificando o poder de Santana no encaminhamento de sua sucessão.

As mesmas fontes às quais se referiu o início deste texto explicam que, com Isolda Cela, será mais fácil encarar o candidato da oposição, que não se sabe ainda quem será, e vencê-lo, sem questão de peso na consciência em relação ao ex-prefeito Roberto Cláudio, que ganharia um mandato de deputado federal.

“Isolda é do PDT, é muito bem avaliada, não tem rejeição, e seria aceita pela maioria do PT”, diz a fonte pedetista, que, contudo, levanta uma novidade:

“Mas o deputado Mauro Benevides Filho sobe no PDT, principalmente entre a maioria dos seus prefeitos, que o veem como um nome forte para suceder ao governador Camilo Santana”, disse a mesma fonte pedetista.

Mas a segunda fonte, um ex-prefeito jaguaribano, disse à coluna que ouviu, “de uma poderosa voz do governo, que o nome de Isolda Célia é, neste momento, o mais forte no grupo de Camilo Santana”.

As duas fontes concordaram num ponto: o nome do ex-prefeito Roberto Cláudio parece haver perdido força, permitindo o surgimento de Mauro Filho, que conta a seu favor com o fato de que foi ele que organizou a vida financeira do Estado, que tem suas contas em dia, levando o Ceará à condição de liderança dos investimentos públicos no País, aplicando neles 12% da Receita Líquida Corrente, algo que nem o poderoso estado de São Paulo conseguiu.

Ainda há muito tempo para a concertação de um novo acordo com os mil e um partidos que compõem a coligação liderada pelo PDT e pelo PT.
 
Até lá, mais especulação ainda virá.

ANEEL CASTIGA O NORDESTE COM ALTA TARIFA

Uma pergunta que não quer calar: por que a região Nordeste -- que produz e exporta energia elétrica para o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste, onde há uma gravíssima crise energética causada pela falta de chuvas e pela redução do nível das barragens das usinas hidrelétricas – está sendo castigado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com a cobrança da bandeira vermelha 2?

Eis, a seguir, algumas respostas: 

Primeiro, pela falta de planejamento – desde 2001, quando houve o “apagão” no governo FHC – o Ministério de Minas e Energia (MME), sob diferentes gestões, esqueceu de dar atenção ao setor e, pior do que isto, tomou medidas equivocadas;
 
Segundo, pelo atraso com que o governo percebeu a importância das energias renováveis, principalmente a eólica – só em 2009, por iniciativa do empresário cearense Lauro Fiúza, o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, conheceu na Espanha o milagre da força dos ventos na geração de energia, criando mecanismos para a sua implementação no Brasil;

Terceiro, pelas absurdas decisões do mesmo MME, que, ainda hoje, em plena terceira década do Século XXI, autoriza o funcionamento de usinas termelétricas movidas a óleo diesel e a carvão mineral, o que vai na contramão do que fazem os países de economia organizada, os quais investem nas energias renováveis.

A falta de planejamento está a causar, neste momento, severo prejuízo a uma região – o Nordeste – cuja iniciativa privada tem investido pesadamente na instalação de grandes projetos de geração eólica e solar, contribuindo para que esta parte do Brasil produza e exporte energia.

A natureza ampliou sua avareza para além do Nordeste, e agora nega chuvas, também, para o Sul, o Sudeste e o Centro Oeste, causando surpresa aos “especialistas” do MME e da Aneel, que seguem repetindo os equívocos do passado recente.

Todo o foco do MME e da Aneel deve ser nas energias renováveis 1) por respeito ao meio ambiente, 2) ao compromisso assumido pelo Brasil de reduzir suas emissões de CO2, e 3) também porque as termelétricas, além de gerarem energia caríssima, agridem a natureza.
 
Privilegiando a geração de fonte renováveis, o governo aproveitará melhor a água de suas hidrelétricas, reduzindo o volume usado na geração de energia e ampliando-o para o consumo humano e animal e para a agricultura irrigada.
 
BOAS NOTÍCIAS PARA A UFC

Para a Universidade Federal do Ceará (UFC), foi rica em boas notícias a semana que passou.

Primeiro, o seu campus de Itapajé – 120 quilômetros a Oeste de Fortaleza, onde está sua reitoria – foi, finalmente, ajustado.

Depois, a UFC recebeu da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) um novo prédio que abrigará a gestão administrativa do seu complexo hospitalar.

E, para terminar, houve a doação, pela Prefeitura de Eusébio, do terreno onde funciona uma unidade do Laboratório de Ciências do Mar (Labomar), cujas instalações serão ampliadas.
 
O reitor Cândido Albuquerque não esconde seu entusiasmo e seu agradecimento aos que contribuíram para o êxito dos três eventos, alguns dos quais se arrastavam há anos.

ENEL DEIXA IBARETAMA SEM ENERGIA

Uma indústria de lacticínios e o hospital municipal de Ibaretama, 142 quilômetros ao Sul de Fortaleza, ficaram 12 horas sem energia elétrica na última sexta-feira.

No hospital, para complicar as coisas, o gerador próprio apresentou defeito e não funcionou, agravando o estado de saúde dos pacientes.

Produtores de leite registraram prejuízos porque os tanques de resfriamento do produto foram desligados.

“Aqui em Ibaretama, isso tem acontecido com alguma frequência”, disse à coluna um agroindustrial, culpando a Enel Distribuição pelos prejuízos.

VEM AÍ O IPO DA CEARENSE BRISANET

Foi iniciado na última sexta-feira o período de reserva para os investidores de varejo – ou seja, pessoas físicas – interessadas em comprar ações da cearense Brisanet, maior empresa de telecom do Nordeste.

Até o fim deste mês, a Brisanet – comandada pelo empresário José Roberto Nogueira – fará o seu IPO (lançamento inicial de ações) na Bolsa de Valores B3.

Uma fonte do mercado financeiro disse à coluna que está se registrando uma grande procura pelos papéis da Brisanet, que é mais uma empresa do Ceará listada no Novo Mercado, com forte compromisso de boa governança corporativa.

O prazo para a reserva irá até o próximo dia 26.

FORTALEZA ESTÁ SOB ATAQUE

Parece que há um complô contra a beleza da cidade de Fortaleza, que está sendo atacada em bloco sem, até agora, uma reação efetiva da PMF.

Árvores cortadas estão apodrecendo nas ruas e avenidas; em plena Barão de Studart, por exemplo, prédios desocupados vêm sendo dilapidados por desocupados; na Beira Mar, cujas obras de modernização estão devagar, quase parando, os quiosques, em construção, tornaram-se ainda mais feios depois que dezenas de sem-teto os ocuparam, usando-os, também, como sanitário.

Ajudando nesse ataque à cidade, juntaram-se os carroceiros que, em troca de algum dinheiro, transportam desta para aquela rua tudo o que é possível – lixo orgânico, restos de material de construção, galhos e folhas de árvore, colchões velhos e até peças inservíveis de bicicletas e velocípedes.

A PMF deveria aproveitar sua Polícia Municipal para identificar e punir quem polui a cidade.

ALÔ, ALÔ, SUOP, A PRAINHA PEDE SOCORRO

Se o turismo é mesmo uma prioridade do governo do Estado, está na hora de restaurar a estradinha que liga Aquiraz à Prainha, um dos locais mais visitados pelos turistas – lá está um centro artesanal de confecções e de rendas e bordados de fazer inveja.

A estrada, que parece uma tábua de pirulito, precisa de ser refeita: o asfaltado deteriorou-se, as margens cheias de lixo estão pedindo um serviço de capinação e a sinalização já era.

ELEIÇÕES: O GASTO NO BRASIL E NO MUNDO

Por decisão do Congresso Nacional, foram reservados para as eleições de 2022 R$ 5,7 bilhões, o que correspondente a US$ 1,3 bilhão. É dinheiro demais.

Nas redes sociais, circula um post, revelando que, no México, gastam-se com as eleições US$ 307 milhões; no Japão, US$ 300 milhões; na riquíssima Alemanha, US$ 201 milhões; na França, US$ 79,3 milhões; no Chile, aqui na América Latina, US$ 23, milhões.

Eis mais uma prova do mal que causa ao Brasil, à sua população e ao Orçamento Geral da União a elite política brasileira de hoje, com as exceções que confirmam a regra.

MAIS ORGANIZADAS ESTÃO AS FACÇÕES

Avançam no Ceará, mais rapidamente do que se imaginava, o poder e a ação das facções do crime organizado, que agora já alcançam a zona rural.

No Sertão Central do Estado – para além da Região Metropolitana de Fortaleza, onde, à noite, só circulam carros com vidros abaixados e com faróis baixos – os proprietários rurais reclamam de assaltos quase diários às suas fazendas e do roubo de animais.
 
Estão nessa situação, Maranguape, Caucaia, Pacajus, Horizonte, Aquiraz, Ibaretama e Caridade, de onde chegaram a esta coluna mensagens com pedido de socorro à Polícia.

NA EUROPA, BOLSAS EM QUEDA

Estão em queda as bolsas europeias. O índice Stoxx 600, que reúne as 600 empresas mais cotadas da Europa, registra perda de 1,5% na manhã desta segunda-feira.

E o preço do petróleo cai como efeito do acordo celebrado pela Opep, que aumentará sua produção.

Na Europa temem-se a inflação, que dá sinais de alta, e o aumento dos casos da Covid-19.

As empresas de turismo, negociadas na Bolsa, também caem porque o Reino Unido de Boris Johnson está impondo período de quarentena para passageiros oriundos da França.