Só o agricultor é quem deveria merecer os incentivos fiscais, diz empresário

Na sua opinião, a política de incentivos fiscais - que na prática quer dizer renúncia fiscal - já deveria ter mudado seus parâmetros - no mínimo.

Dono de empresas de construção de estradas e de edifícios residenciais, de grande e moderna indústria de ração para animais, de propriedades rurais que produzem leite e criam bois, cabras, carneiros e cavalos e da maior fazenda de criação de camarão do País, o cearense e jaguaribano Cristiano Maia mete sua colher de pau na caldeira fervente do debate sobre os incentivos fiscais.

Na sua opinião, a política de incentivos fiscais - que na prática quer dizer renúncia fiscal - já deveria ter mudado seus parâmetros - no mínimo.

Cristiano é didático no seu argumento:

"No Brasil, e principalmente aqui no Nordeste, quem deve ter, com exclusividade, incentivo fiscal é o agricultor.

"Primeiro, porque produz alimentos; segundo, porque sua atividade depende da natureza.

"Neste momento de isolamento social, estou na minha fazenda em Jaguaribe com as mãos na cabeça porque, se não cair chuva nos próximos cinco dias, o milho que plantei em 300 hectares - já nascendo os primeiros caroços - será todo perdido, com grande prejuízo".

Desafortunadamente, a previsão da Funceme é de poucas chuvas sobre o sertão de Jaguaribe nos próximos cinco dias.

Cristiano Maia entende que a política de incentivos fiscais já cumpriu sua missão na indústria da Zona Franca de Manaus, do Nordeste e do Centro-Oeste.

Da mesma maneira pensa o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem grandes planos para aplicar os R$ 350 bilhões da renúncia fiscal que, anualmente, emagrece o Orçamento Geral da União (OGU) e torna mais esquálidos os setores públicos de saneamento, saúde, educação e segurança.

MAL EDUCADO

Para evitar aglomerações, a Prefeitura de Fortaleza instalou grades metálicas em torno da chamada Feira do Peixe, na praia do Mucuripe.

Ontem, Sexta-Feira Santa - dia de jejum e abstinência de carne na traição católica - uma multidão, sem respeitar o gradil, invadiu a feira, que foi transformada em festa pelo coronavírus.

O povo brasileiro sempre foi mal-educado.

NO HOTEL

Boa e oportuna a ideia do governador Camilo Santana e de seu secretário de Saúde, Dr. Cabeto, de - se necessário - requisitar e ocupar hotéis de Fortaleza nesta crise.

O Grupo Hapvida já se adiantou e está acertando com um quatro estrelas de Fortaleza, que pediu,para fechar o negócio, R$ 70 por dia por apartamento duplo ou simples.

Sem mão de obra, sem lavanderia e sem alimentação.

MENSAGEM

Sócio e CEO do grupo 3Corações, o empresário Pedro Lima, sem esconder sua preocupação com o avanço do coronavírus, está otimista.

Mandou para seus clientes esta mensagem:

"Nossa fé, nossa resiliência e coragem nos guiam nesta travessia, para chegarmos à outra margem transformados e fortalecidos".

Amém!

EMPREGO

São as pequenas empresas que mais empregam mão de obra no Brasil.

E são elas que, por causa desta pandemia do coronavírus, já fecharam suas portas por falta de consumidores.

A maioria desses pequenos negócios dificilmente voltará a operar depois da crise.

São bares, restaurantes, cabeleireiros, manicures, contadores, advogados e lojas de rua que não veem luz no fim do túnel.