São Francisco: a chegada das águas deve homenagear Lula e Ciro Gomes

O ex-presidente - persuadido pelo seu ministro da Integração Nacional, que o convenceu das grandes virtudes da obra - foi quem decidiu tornar realidade um sonho do Império.

Na próxima semana, as águas do Projeto São Francisco de Integração de Bacias – erradamente chamado de Transposição – chegarão à barragem de Jati, no extremo Sul da geografia cearense. 

Será um acontecimento histórico, importante não só para o Ceará, mas para todo o semiárido setentrional. 

Um sonho sonhado desde os tempos do Império, mas viabilizado por dois homens públicos da atualidade: o ex-presidente Lula, que decidiu pela sua execução, e seu ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que o persuadiu da viabilidade técnica, financeira, econômica, política e social do projeto. 

Este colunista testemunhou os fatos que marcaram – em tumultuadas audiências públicas, em debates acadêmicos e em instituições da chamada sociedade civil e até em púlpitos de templos católicos - a guerra que foi o convencimento dos que se levantaram contra o projeto - alguns por atavismo, outros por explícitas motivações  ideológicas e mais outros por evidente oportunismo. 

Ciro e sua equipe – da qual fizeram parte Hypérides Macedo, Francisco Teixeira, Ramon Rodrigues, Francisco Viana e Pedro Brito – ouviram absurdos do tipo: “Esse projeto vai secar o São Francisco”. 

Vale a pena recordar o começo da história.

Em março de 2003, o ministro Ciro Gomes recebeu em seu gabinete o diretor-geral do Dnocs, Eudoro Santana, de quem ouviu uma exposição sobre a necessidade da conclusão da barragem do Castanhão, imediatamente autorizada. 

Em 2004, o Nordeste ganhou do Céu um período de pesadas chuvas. O Castanhão, recém inaugurado e acumulando sua capacidade máxima de 6,5 bilhões m³/s, verteu pela primeira vez. 

Ao mesmo tempo, a cascata de barragens da Chesf – Sobradinho inclusive – teve de abrir suas comportas para liberar o excesso de água oriundo da cheia do Velho Chico e de seus afluentes. 

Nessa época, a vazão do São Francisco em sua foz – que em tempos normais é de 1.500 m³/s - chegou a 15 mil m³/s. 

Baianos, alagoanos, sergipanos e mineiros (o rio nasce em Minas Gerais) reduziram seu protesto, que aos poucos desapareceu. 

O que aconteceu depois – atrasos das obras, falta de liberação das verbas, falência de empreiteiras e denúncias de irregularidades – só ajudou a engrossar a lamentável história da gestão das obras públicas no Brasil. 

Projetado a um custo de R$ 4,5 bilhões, o Projeto São Francisco chega agora  ao fim - 15 anos depois - custando perto de R$ 10 bilhões. 

Se usar o bom senso, Bolsonaro elogiará Lula e Ciro no seu discurso do dia 20, em Jati. 

Mas, para assegurar a homenagem do governo federal aos idealizadores e viabilizadores do projeto, o ministro do Desenvolvimento Regional, o potiguar Rogério Simonetti Marinho, que falará em primeiro lugar, fará esse destaque. 

Se nem ele o fizer, o governador Camilo Santana, que, pelo cerimonial, estará presente ao evento e falará antes do presidente, lembrará da dupla que hoje encarna a oposição a Bolsonaro.

SERVNAC

Responsável pelo serviço de terceirização de mão de obra de diferentes hospitais do Ceará, para os quais executa serviços de conservação e limpeza, o grupo Servnac, liderado por Vicente Júnior, agrega mais uma expertise obtida nestes tempos de pandemia e que começa a er utilizada, também, noutros estados atendidos por ele.

TUDO TORTO

Grupo que nasce torno, não tem jeito, morre torto.

É só prestar atenção no alvo da operação que, ontem, quarta-feira, 10, fez a Polícia Federal no Pará em busca dos responsáveis pelo superfaturamento na compra de respiradores mecânicos para a Secretaria de Saúde daquele Estado. 

R$ 750 mil, em espécie, foram enciontrados dentro de um caixa de isopor na casa do secretário-adjunto de gestão da Secretaria de Saúde.
  



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