Reitor quer UFC como centro de inovação

Depois de uma longa conversa, quarta-feira, 15, na sede da Reitoria, com o reitor da UFC, professor Cândido Albuquerque, o empresário cearense Lauro Fiúza Júnior, um dos pioneiros da energia renovável no País e fundador da Associação Brasileira das Empresas de Energia Eólica (Abeólica), está a apostar suas fichas no projeto do seu anfitrião, que deseja tornar a Universidade Federal do Ceará um polo acadêmico de inovação tecnológica, nele incluída a Inteligência Artificial e a Indústria 4.0. O reitor e sua ideia entusiasmaram a tal ponto o empresariado, que o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, criou um comitê técnico -- do qual Lauro Fiúza, o economista Lauro Chaves Neto e o agroindustrial Carlos Prado fazem parte -- para acompanhar o projeto. O Sebrae-CE também aliou-se a ele. O comitê da Fiec tem, entre seus objetivos, por exemplo, a atração de indústrias nacionais e estrangeiras para a ZPE do Pecém. "O que pretende o reitor Cândido Albuquerque e o que pretendemos nós, empresários, é unir a teoria acadêmica à prática empresarial", diz Fiuza à coluna. Com ele concorda o professor Machidovel Trigueiro, da UFC, especialista em Direito das Startups, e também professor da Universidade da Flórida, que vê no Ceará um berço de boas ideias e práticas de gestão, com foco no empreendedorismo digital. Machidovel testemunhou a longa reunião de Lauro Fiúza com o reitor Cândido Albuquerque.

No campus da UFC no Pici, está em fase final de construção um prédio de 5 andares que abrigará o Centro de Inovação e Inteligência Artificial, cuja operação será tripartite (UFC, Fiec e Sebrae). Fiúza está certo de que, após esta pandemia, "estaremos mesmo diante de um novo normal, a que já estamos nos habituando, e o 'home office' (escritório em casa) é só uma dessas novidades". Na sua opinião, mudarão não só as atividades econômicas na indústria, na agropecuária, no comércio e no serviço, mas também as domésticas e até as do ensino fundamental, secundário e superior. As teses acadêmicas que, no Brasil, mais servem para enfeitar prateleiras de bibliotecas, sem nenhum efeito prático, terão de estar ajustadas ao interesse do mundo empresarial, como é na Europa e nos Estados Unidos, o que quer dizer "adequadas ao interesse da sociedade consumidora".

Fiúza cita, como exemplo do "novo normal", o que já se passa na área das energias renováveis. Há 10 anos, os custos de geração de energia eólica eram algumas vezes superiores aos da energia hidráulica e das termelétricas a carvão mineral. Os custos da geração solar, então, eram proibitivos. Hoje, graças ao avanço da tecnologia, o custo de geração dessas duas fontes já é menor do que a das outras. Para concluir: investir na educação é a mais urgente das providências.

André Montenegro, ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará e empresário do setor, não tem dúvida: "Com os juros baixos que temos hoje, o melhor e mais rentável investimento agora é comprar imóveis. E é o que estão fazendo os que têm alguma poupança", ele diz. O mercado começa a aquecer.

Dá pena ver como se encontra hoje o Aeroporto Internacional de Fortaleza - o Fortaleza Airport, na sua denominação em inglês. Seu movimento de passageiros é reflexo da crise do turismo, setor mais prejudicado pela pandemia. Sua praça de alimentação tem quase ninguém. Os alemães da Fraport coçam a cabeça.



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