Pecém perde cargas para o Mucuripe e preocupa Conselho da CIPP

O presidente do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A) cobrou do sócio Porto de Roterdã mais agressividade comercial

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O Porto do Mucuripe tem tomado cargas do Porto do Pecém, e este fato já preocupa os integrantes do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A).

Na sua última reunião, realizada quinta-feira, 25, por vídeo conferência, o presidente do Conselho, Sérgio Azevedo, um dos representantes do Governo do Ceará, cobrou do Porto de Roterdã melhoria e agressividade da Diretoria Comercial da CIPP.

A posição de Sérgio Azevedo foi reforçada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Maia Júnior, que fez questão de ressaltar que essa também era a posição do governo do Estado, acionista majoritário da companhia. 

Roterdã ocupa três diretorias da CIPP S/A, e uma delas é a Comercial, responsável pela atração de clientes nacionais e estrangeiros que exportam e importam mercadorias pelo Pecém e de empresas industriais para a geografia da CIPP e da ZPE..

Uma fonte oficial, que acompanha as relações da CIPP com seu Conselho de Administração, disse a esta coluna que, nos últimos meses, foram acentuadas as perdas de cargas de granéis sólidos para o porto de Fortaleza – o Mucuripe.

Uma fonte do Companhia Docas do Ceará, que administra o Porto do Mucuripe, confirmou que um pouco do crescimento de sua movimentação de cargas tem sido conquistado do Pecém. 

Do seu gabinete de trabalho na Holanda, o executivo René van der Plas, CEO do Porto de Roterdã e um dos seus três representantes no Conselho da CIPP, disse – segundo a mesma fonte - que a responsabilidade pelo crescimento das operações e pela performance da empresa cearense é de sua diretoria executiva.

René van der Plas acentuou, contudo, que Roterdã está pronto para prestar apoio a todos os projetos da diretoria da CIPP. “O Ceará e Pecém são nossa prioridade e nosso único investimento no Brasil”, disse René, e, para enfatizar sua posição, anunciou que a ideia dos holandeses de investir em um porto no Espírito Santo foi abandonada. 

Entre o porto do Pecém e o do Mucuripe há – de acordo com o mesmo conselheiro, fonte desta informação – divergências sobre exigências legais que precisam ser superadas.

Os conselheiros cearenses e holandeses – na mesma reunião de quinta-feira passada – pediram a melhoria da performance operacional e financeira da CIPP, além de um “master plan” e de um “business plan” para que seja possível, no curto prazo, dar agressividade do seu setor comercial. 

E também pediram, além da agressividade na área comercial, esforço maiorpara a atração de indústrias na área da CIPP e da ZPE.



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