Para salvar vidas, Camilo Santana mantém proibições até o dia 20

Comitê de Saúde do Governo do Ceará recomenda manter somente as atividades essenciais. Tudo para enfrentar e vencer um inimigo invisível, o corona vírus.

Está bem claro que o governador Camilo Santana – ao prorrogar por mais 15 dias o isolamento social na geografia do Ceará por causa da pandemia do coronavírus – segue obediente às orientações da OMS, do Ministério da Saúde e de sua Secretaria de Saúde, que recomendam o “fique em casa” para evitar a propagação multitudinária – e rápida – da doença.

As atividades essenciais na indústria (produção de alimentos e de artigos farmacêuticos e de limpeza e higiene) no comércio (farmácias, supermercados, armazéns, bodegas e padarias) e no serviço (restaurantes para entrega de comida em domicílio e centenas de motoqueiros para essa tarefa) permanecem autorizadas.

As demais permanecem interditadas.

Decisão dura e difícil, mas tomada em respeito ao Comitê de Saúde que o próprio governador criou para lhe dar suporte científico à gestão da pandemia na geografia do Estado do Ceará.

Há pressões justas do comércio, da indústria e do serviço que desejam retomar suas atividades e manter o seu quadro de funcionários.

Há, porém, um inimigo invisível, que ameaça não apenas a economia, mas a vida das pessoas, e é com estas que o governador Camilo Santana se mostra, em primeiro lugar, compromissado.

Governar é tomar decisões, e estas o governador tem assumido.

As medidas econômicas para minimizar os efeitos da crise têm sido tomadas e anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na sexta-feira, 3, Guedes, disse, por videoconferência a grandes empresários do comércio, que, quando o Brasil sair desta crise, estará pronto para um salto, inclusive na geração de emprego.

E renovou sua esperança de que o Congresso dará sua colaboração, aprovando as reformas, incluindo a tributária, por meio da qual será possível tirar da folha de pagamento das empresas todos os impostos e contribuições que dificultam a contratação de funcionários.

Ele acenou com uma grande redução de impostos, desde que o Congresso aprove as reformas.

Surge a pergunta: de onde virá o dinheiro para pagar o rombo do Orçamento Geral da União (OGU), que passará dos R$ 600 bilhões neste exercício?

Guedes não deu pistas, mas quem o conhece sabe que ele carrega um sonho antigo: ressuscitar com outro nome o antigo imposto financeiro, a CPMF, que incidiria sobre todas as transações financeiras, numa autêntica socialização tributária. 

DECRETOS

Na madrugada desta segunda-feira, 6, o governador Camilo Santana postou nas redes sociais a seguinte mensagem:

“Estamos publicando um novo decreto, mantendo todas as proibições dos decretos anteriores, e com o mesmo prazo de validade de 15 dias. Se houve um erro nessa proposta de flexibilização, que seja imediatamente corrigido.

“Diante da argumentação do nosso Comitê de Saúde, demonstrando preocupação com as flexibilizações de funcionamento colocadas pelo Governo do Estado nesse último decreto que entraria em vigor nesta segunda-feira (6), decidi revogar imediatamente o mesmo”.

SIDERURGIA

Acendeu o sinal amarelo na siderurgia brasileira – a do Ceará no meio.

Causa: a retração da atividade industrial na Ásia e no resto do mundo – os Estados Unidos incluídos.

O preço do aço no mundo já se reduziu em 25%.

A usina da Gerdau em Maracanaú baixou em 50% o preço da sucata que compra de seus fornecedores, entre os quais estão indústrias locais de metalurgia.

A usina da CSP opera normalmente, mas com plano rigoroso de contingência na questão sanitária – informa o secretário de Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior.

Maia acrescenta um detalhe: 70% do pessoal da usina estão no modo "home office".

EQUAÇÃO

Acredite. Na Prefeitura de Fortaleza, há o cargo, devidamente ocupado, de Coordenador Executivo da Assessoria Especial de Acompanhamento Legislativo da Coordenadoria Especial de Articulação Política.

Ontem, um executivo financeiro decifrou a equação: há uma Coordenadoria Especial de Articulação Política, que tem uma Assessoria Especial de Acompanhamento Legislativo, que, por sua vez, tem uma Coordenadoria Executiva. Tudo sem consulta ao contribuinte.