Pandemia na política: empresário vê lavagem de roupa suja ao vivo

Um pecuarista, que pela manhã aplaudira Moro, achou que Bolsonaro deu boa explicação à tarde. E um agricultor resumiu: "Moro enfrentará Bolsonaro em 2022".

Na opinião de empresários cearenses que, com ouvidos aguçados, escutaram e, em seguida, analisaram para esta coluna o discurso do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, pronunciado às 11 horas de ontem, e o do presidente Jair Bolsonaro, às 17 horas, sobrou dos dois pronunciamentos uma pergunta:

Qual deles falou a verdade?

Ambos apresentaram críveis narrativas.

O primeiro - Moro - atacou o presidente, contra o qual apresentou várias denúncias, nenhuma delas com provas, mas todas muito graves.

O atacado, ao defender-se, iniciou dizendo que só agora os brasileiros estão a conhecer a personalidade do antigo juiz da Lava Jato.

Pela manhã, monocordicamente, como o fez o presidente à tarde, Sérgio Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir nas investigações da Polícia Federal, inclusive naquelas que envolvem os filhos 01, 02 e 03.

O revide do presidente também foi contundente: ele disse que Moro lhe pediu sua indicação para o Supremo Tribunal Federal.

O discurso de Bolsonaro nem havia sido concluído, quando o procurador-geral da República, Augusto Aras, ingressou no Supremo Tribunal Federal pedindo autorização da Corte para abrir inquérito para apurar o que denunciou o ex-ministro Sérgio Moro ao longo do seu discurso.

Segundo o chefe da PGR, Moro acusou o presidente da República de falsidade ideológica, coação no curso do processo, obstrução da Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

Para um empresário industrial, no momento grave de pandemia que o País atravessa o presidente e o ex-ministro "lavaram roupa suja".

Um pecuarista, que pela manhã aplaudira Moro, achou que Bolsonaro deu boa explicação.

E um agricultor resumiu: "Moro enfrentará Bolsonaro em 2022".

SORGO

Em sua fazenda Flor da Serra, na Chapada do Apodi, o empresário Luís Girão, em parceria com a Agrícola Famosa, plantou em 100 hectares - e começará a colher a partir do próximo dia 10 de maio - sorgo das variedades Negra e Volumax.

Toda essa produção será vendida aos pequenos e médios pecuaristas do Sertão Central e do Vale do Jaguaribe, onde se localiza a maior bacialeiteira do Estado.

"Uma iniciativa abençoada por Deus, pois não houve a necessidade de irrigação, pois as chuvas que desabaram sobre a Chapada foram suficientes para garantir uma safra excepcional", revela Zuza de Oliveira, consultor da fazenda.

SEU PEDRO

Morreu ontem, vítima da Covid-19, o pequeno empresário Pedro Araújo, o "seu Pedro", dono de uma bodega chamada de Mercadinho da Economia, localizada na rua onsenhor Salazar, no Pio XII..

É na realidade uma bodega à qual acorrem, diariamente, centenas de pessoas daquele e de outros bairros, atraídas pelos preços baixos das frutas e hortaliças alí expostos com a simplicidade de uma feira livre.

"Seu Pedro" era um homem justo, simples, admirado pela sua fiel clientela, que agora chora a sua partida.

À dona Lourdes, sua esposa, e aos seus filhos a solidariedade desta coluna.

MEDITE

"Toas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus", diz o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos, 8,28