Nordeste: Transposição do Tocantins no radar do Planalto

O assunto constou da audiência da Frente Parlamentar pelo Semiárido, ontem, com o presidente Bolsonaro. E mais: 1) STF joga gasolina no incêndio da política; 2) F. S. Rocha Pescados investe no Delivery; 3) Granitos baterão recorde de exportação

Mais um passo foi dado na direção da efetiva extinção do Dnocs!

Ontem, o presidente da Frente Parlamentar pelo Semiárido, deputado federal General Girão, e seu vice-presidente, o senador cearense Eduardo Girão, reuniram-se em audiência no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro.

Após a reunião, os dois disseram, em vídeo divulgado em seguida pelas redes sociais, que será a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S. Francisco e Parnaíba (Codevasft) a administradora do Projeto S. Francisco de Integração de Bacias, uma obra que, iniciada em 2007, ainda não terminou, mesmo já tendo consumido R$ 10 bilhões e 14 anos de serviços.

Ou seja: o Dnocs está mesmo alijado dessa tarefa, pela qual lutou nos últimos três anos. 

O senador e o deputado Girão, que têm boa atuação no Congresso Nacional, disseram ao presidente que o objetivo da Frente Parlamentar pelo Semiárido é tornar efetiva a finalidade do Projeto S. Francisco que é a de integrar sua bacia às bacias do Nordeste Setentrional (sertões de PE, PB, RN e CE) e, também – e aqui está a novidade – às dos rios da Amazônia, como o Tocantins.

O presidente Bolsonaro gostou do que ouviu e, segundo a dupla de parlamentares, com a possibilidade da transposição de águas da bacia amazônica para a do São Francisco, o Nordeste poderá transformar-se num Israel, que, com pouca água, tem tecnologia para produzir tudo na agricultura por meio da irrigação.

DECISÃO DO STF PODE CAUSAR IMPASSE ENTRE PODERES

Mais uma vez, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram politizar suas decisões.

Imiscuindo-se numa seara que compete, unicamente, ao Legislativo, o STF determinou, por decisão monocrática do ministro Roberto Barroso, que o Senado Federal instaure uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis omissões do Governo Federal no combate à pandemia da Covid-19.

Imediatamente após essa decisão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que cumprirá a determinação, mas lembrou que “esta não é hora de CPI”.
 
Pacheco entende que, neste momento, há na política brasileira uma polarização ideológica entre a extrema esquerda e a extrema direita: aquela quer tirar esta do governo. Agrava-la será perigoso.

A decisão do ministro Barroso irá à apreciação do plenário da suprema corte, que, na próxima semana, julgará a questão.

O STF já se intrometeu na seara do Executivo, ao tirar dele e transferir para os estados e municípios o governo sobre as ações de combate à pandemia. Agora, intromete-se na atividade do Legislativo.
 
E tudo chega exatamente no momento em que o Parlamento e o Executivo travam uma batalha sobre como consertar o Orçamento da União para 2021, que, como foi aprovado, é inexequível.
 
Ontem, o senador Márcio Bittar, relator do OGU, disse que se sente enganado pelos técnicos do ministério da Economia, com os quais acertou “tudo o que foi definido no Orçamento”.

E o que foi definido é péssimo para as contas públicas. O relator aumentou de R$ 22 bilhões para R$ 48 bilhões as emendas parlamentares e reduziu dotações importantes para a Previdência e para a Saúde. 

Uma dessas reduções inviabilizou o Censo Demográfico que o IBGE realizaria neste ano. O Censo foi cancelado.

CSP CONTRATA FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS

Uma boa e surpreendente notícia emergiu ontem do alto forno da usina siderúrgica da CSP no Complexo Industrial do Pecém: a empresa contratou 191 pessoas que já lhe prestavam serviço por meio de uma empresa terceirizada.
 
Ou seja: trabalhavam na CSP, mas não tinham com ela qualquer vínculo empregatício.
 
Agora, desde o dia primeiro deste mês de abril, eles romperam os antigos laços com a terceirizada e se tornaram empregados formais, com carteira assinada e todos os direitos trabalhistas, da Companhia Siderúrgica do Pecém, maior exportadora do Ceará e uma das mais modernas aciarias do mundo.
 
Não para aí a novidade: a CSP anuncia que, neste abril, contratará mais 59 outros terceirizados, numa decisão que não só alegra o seu público interno, como consolida sua posição de uma grande e estável empregadora de mão de obra.
 
Por que a informação surpreende? Porque estamos em meio a uma pandemia que, entre outras trágicas consequências, elevou para 14,2 milhões o número de desempregados no País.
 
É um índice altíssimo, mesmo que tenha Brasil criado, em janeiro passado, 260 mil novos postos de trabalho e, em fevereiro, 401 mil (o número de março será divulgado até o fim deste mês).
  
F. S. ROCHA PESCADOS INVESTE NO “DELIVERY”

“Não tínhamos a menor ideia do que era ‘delivery’, mas agora já sabemos que é uma novidade que chegou para ficar, e nós já estamos engajados nela” – contam à coluna os irmãos Manoel e Francisco Rocha, sócios e administradores da F. S. Rocha Pescados e Mariscos, com duas lojas – uma com 1.500 metros quadrados de área – que comercializam peixes do mar e de água doce e, também, carnes bovina, suína e ovina.

Na Semana Santa, os irmãos Rocha foram surpreendidos pelo que chamaram de “uma avalanche de pedidos pelo telefone, mas para deixar na casa do cliente”. 

Eles já sabiam como entregar mercadorias em domicílio, porque, antes da Covid, abasteciam redes de hotéis e restaurantes de Fortaleza, mas de um modo programado, usando sua pequena frota de veículos utilitários.

“De uma hora para outra, aconteceu a avalanche, e aí tivemos de fazer milagre, e fizemos, graças a Deus. Contratamos motoboys e, mesmo assim, na Semana Santana, tivemos alguns poucos problemas para atender a clientela pessoa física, mas tudo deu certo, e só Deus sabe como”, narra Manoel Rocha.

Por causa da pandemia da Covid-19, principalmente de dezembro para cá, as duas lojas da F. Rocha Pescados, seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, impuseram regras de comportamento aos clientes, entre as quis o distanciamento, o uso obrigatório de máscaras e de álcool em gel, “e todo mundo está cumprindo numa boa”, diz, com o seu jeito simples de falar, o sócio majoritário Francisco Rocha.

Eles confirmam uma informação aqui divulgada há três meses: a pandemia frustrou um projeto de expansão da empresa. 

“Quando passar esta pandemia, voltaremos a pensar no assunto, mas sempre com o pé no chão”, afirma Francisco, acrescentando: 

“Aqui, obedecemos a um ensinamento antigo que é o seguinte: só damos um passo à frente se ele tiver o tamanho das nossas pernas”, o que quer dizer que o orçamento da empresa tem de manter-se equilibrado, preservando sempre as reservas necessárias para a manutenção do negócio e para tornar possível a sua expansão.

EXPORTAÇÕES DE GRANITO BATERÃO RECORDE

Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), sorri ao informar que, primeiro, as exportações cearenses de rochas ornamentais baterão, neste ano, um recorde: ultrapassarão a marca dos US$ 28 milhões, um sonho do setor.

Tem mais: a construção civil cearense mantém aquecido o mercado interno de mármores e granitos, graças aos luxuosos condomínios residenciais que estão sendo erguidos, neste momento, em Fortaleza, todos com mais de 35 andares – um deles terá 50 pavimentos.

Mas há um problema a ser superado: a falta de contêineres para a exportação de produtos beneficiados. 

No último mês de março, faltaram 100 contêineres, o que diminuiu a receita das empresas exportadoras.

FIEC TRATA COM ANEEL SOBRE TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), reuniu-se ontem com André Pepitone, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Os dois conversaram acerca das preocupações do setor industrial do Ceará e do Nordeste, quanto a possíveis reajustes tarifários de energia elétrica nesta região.

Durante o encontro, o Presidente da Fiec demonstrou preocupação quanto às projeções da ordem de 17,6% no aumento do valor tarifário da energia no Nordeste, lembrando que elas são insustentáveis, considerando a situação em que a maioria das empresas se encontra, ocasionada pela pandemia. 

Ricardo Cavalcante ressaltou ainda as grandes dificuldades a que o setor produtivo será submetido de forma adicional, caso não se consiga uma solução para o problema.

O diretor-geral da Aneel, por sua vez, fez relato dos trabalhos que têm sido feitos pela agência reguladora no tema tarifário. 

E mostrou que as principais causas de previsões expressivas estão vinculadas a questões como a variação cambial, a correção dos custos da distribuidora pelo IGPM e o cenário hidrológico adverso, que requer mais acionamento de usinas termelétricas, cuja operação émais cara do que a das hidrelétricas e das fontes enováveis.

ACADEMIA DE CIÊNCIAS DE OLHO NAS ABELHAS

Não será o engenheiro Jurandir Picanço, mas o professor doutor Breno Magalhães Freitas que pronunciará a palestra “Mais do que Mel, a Contribuição das Abelhas para a Segurança Alimentar e a Economia Agrícola Global”.

A palestra será a atração de uma reunião da Academia Cearense de Ciência, marcada para as 17 horas do próximo dia 27, na sede da instituição.

AJE HOMENAGEARÁ DR. ELIAS LEITE

Presidente da Unimed Fortaleza, o doutor Elias Leite será homenageado pela Associação dos Jovens Empresários (AJE) de Fortaleza, que lhe entregará a medalha de Jovem Mentalidade Empreendedora Social.

O Dr. Elias Leite transmite, diariamente, no fim das tardes, um boletim informativo contendo os números da Covid-19 no Hospital Regional da Unimed.

“A performance aguerrida do Dr. Elias nos motivou a homenageá-lo com essa comenda.  É uma homenagem muito merecida para um empreendedor que está dando transparência numa época tão difícil que estamos vivendo”, justificou o coordenador-geral da AJE, Igor Pinheiro. 

Ontem à noite, Elias Leite apareceu em uma "live" com a cantora e compositora cristã Ticinana de Paula, da Comunidade Católica Um Novo Caminho para uma Nova Evangelização.

Falou sobre como está hoje a vida das pessoas diante da pandemia e, também, claro, sobre o "Vai dar Certo", 

O PSDB e o PDT estão de olho nele para 2022.

COVID: MARQUISE CONSTROI HOSPITAL EM CRATEÚS

Tornando-se parceira do Governo do Estado e da Fiec, o Grupo Marquise aderiu ao esforço de combate à pandemia da Covid-19 e construiu um hospital de campanha em Crateús, cidade do Oeste do Estado, cuja área municipal tem de 75 mil habitantes. 

O hospital foi entregue ontem, 8, com 40 leitos estruturados, ambiente climatizado e aparelhado. Crateús foi escolhida porque está muito distante de Fortaleza – 350 quilômetros rodoviários.

“Nesse momento toda a ajuda é válida. Mas do que nunca é hora de unir forças. Acredito que cada um fazendo a sua parte, de acordo com as suas possibilidades, vamos conseguir vencer essa batalha pela saúde e pela vida”, disse José Carlos Pontes, presidente financeiro do Grupo Marquise.

UMA MULHER NA CAMARA DO COMÉRCIO EXTERIOR

Tem nova presidente a Câmara Setorial de Comércio Exterior da Adece: Ana Karina Frota.

Ela é a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).

Carlos Prado, vice-presidente da Fiec, disse à coluna que “foi uma excelente escolha”.