Melão: por que caiu a produção no Ceará

Por que o Ceará está perdendo para o Rio Grande do Norte a corrida pela produção e exportação de melão? O agrônomo Zuza de Oliveira, consultor em agropecuária, explica, citando dados levantados por Sérgio Baima, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico: entre 2012 e 2019, o vizinho potiguar aumentou a área cultivada em 53%, passando de 9.062 hectares para 16.993 hectares. O Ceará, no mesmo período, reduziu sua área plantada em 73%: saiu de 7.794 hectares para apenas 2.071 hectares. A causa principal dessa mudança foi a oferta hídrica dos aquíferos subterrâneos do Rio Grande do Norte, que abastecem todas as fazendas de sua fruticultura. No Ceará, a causa foi a falta de água superficial dos açudes que, por culpa da raquítica pluviometria, permanecem secos. Na opinião de Zuza de Oliveira, além da água há um detalhe que torna o Rio Grande do Norte um gigante da produção de melão: a cadeia produtiva, muito bem ordenada desde os tempos da Maisa do visionário Geraldo Rola. E há, ainda, o apoio técnico-científico da Universidade Federal Rural do Semiárido, cujo campus de Mossoró é referência em pesquisas voltadas para a fruticultura. Zuza vai direto ao ponto: "No Ceará, há iniciativas no Legislativo contra o agronegócio. Uma delas proíbe o uso de algumas moléculas químicas, mesmo legalizadas, no cultivo do melão. O que aconteceu com a banana (está proibida a pulverização aérea, e isto já causou a demissão de centenas de pessoas na região do Cariri) é um sinal de que outras coisas burras contra a agropecuária podem surgir ainda".

Boas práticas

A propósito de frutas: Luís Roberto Barcelos, sócio e diretor de produção da Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora de melão do País, sugere: os supermercados só deveriam comprar frutas de quem tem certificação de boas práticas agrícolas. Surge um problema: os pequenos produtores, sem assistência técnica do Governo, poderão ser afetados.

Com a França

Está em construção uma ponte ligando o agronegócio do Ceará ao da França. O secretário para Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, Cesar Ribeiro, reuniu-se 5ª feira, 30, com a conselheira econômica da embaixada francesa no Brasil, Anne Bernard. Tratou com ela de oportunidades de negócios na agropecuária. Uma nova reunião ficou marcada para fevereiro em Brasília. Com a presença da Faec e da Fiec.

Foi vendida a casa em que residiram ministros da Fazenda de vários governos. Localizada no Lago Sul de Brasília, a casa onde nunca morou o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, foi colocada à venda por R$ 6,3 milhões. Houve um ágio de 70%: ela foi negociada por R$ 10,8 milhões. Aos poucos, as mordomias vão acabando

Entra governo, sai governo, mas a situação da Avenida Heráclito Graça - por onde passa o riacho Pajeú - continua a mesma quando as chuvas chegam. Toda a área sob a qual correm as águas do Pajeú fica inundada causando prejuízos a quem vive ou trafega por ali. O que fazer? Em ano eleitoral, nada. Depois, quem sabe!



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