Marinho anuncia: Licitação do Ramal do Salgado será em outubro

Ministro do Desenvolvimento Regional assinou, ontem, na Fiec, Portaria que regula renegociação das dívidas de empresas com Finor e Finam, uma luta de 30 anos. E mais: 1) As preocupações do empresariado com a política; 2) Julho foi um bom mês para o turismo; 3) A mobilidade elétrica

Promessa do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, feita ontem à noite no auditório principal da Fiec, e aplaudida com entusiasmo pelos empresários cearenses presentes ao ato de assinatura da Portaria que regulamenta a renegociação das dívidas de empresas do Norte e do Nordeste com o Finam e o Finor:

“No próximo mês de outubro, faremos a licitação para as obras de construção do Ramal do Salgado”, disse Marinho.

Trata-se do último trecho que falta para tornar concluído o Projeto São Francisco de Integração de Bacias. O Ramal do Salgado encurtará em cerca de 150 quilômetros a viagem das águas do São Francisco até o açude Castanhão.

Para solenizar o ato de ontem, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, amigo pessoal do ministro Rogério Marinho, reuniu empresários, deputados federais, entre os quais o relator da MP 1017, Danilo Fortes, e prefeitos, aos quais lembrou que, naquele momento, se encerrava uma luta de 30 anos – tempo em que as empresas devedoras do Finam e do Finor sofreram os efeitos de decisões equivocadas do governo da União.

Na opinião de Ricardo Cavalcante, agora – renegociando suas dívidas, para o que contarão com o apoio do BNB, cujo presidente, Romildo Rolim, está criando uma força tarefa para tratar da dívida de cada um dos 1.300 inadimplentes – as empresas terão “melhor capacidade de investir e de criarem mais empregos”.

Ao discursar, após assinar a Portaria, que também teve a assinatura do presidente da Fiec, do superintendente da Sudene, do presidente do BNB e dos três deputados federais presentes, o ministro Rogério Marinho elogiou o Estado do Ceará, que em 1987 iniciou um círculo virtuoso de gestão pública que perdura até hoje.

Ele revelou que, semanalmente, às quintas e sextas feiras, sai de Brasília e percorre o país, inaugurando obras de habitação, de saneamento e de infraestrutura custeadas pelo seu ministério. Elogiou o presidente Bolsonaro, “um homem simples, que fala como falam os brasileiros mais simples, que tem sido injustiçado pela mídia”.

Marinho disse que o governo, do qual é ministro do Desenvolvimento Regional, “trabalha para servir o povo, diferentemente de outros que se serviram do povo”. 
  
Em seguida, disse que já foram iniciadas as obras de construção do Ramal do Apodi, que levará as águas do São Francisco desde a Paraíba até o Rio Grande do Norte, e anunciou que, em outubro, virá a Fortaleza para anunciar a licitação do Ramal do Salgado, com o que será concluído aquele que é o maior empreendimento na área dos recursos hídricos no país.

PREOCUPAÇÕES DO EMPRESARIADO COM A POLÍTICA

Empresários cearenses da indústria, do comércio, da agropecuária e do setor de serviços não escondem sua preocupação com o que pode acontecer não na eleição presidencial do próximo ano, mas bem antes, no seu encaminhamento, ou seja, de agora até o início de 2022.

Eles se impressionam, e bote impressão nisso, com o que a imprensa divulga diariamente contra o presidente Bolsonaro e o seu governo, influenciando a opinião público a, igualmente, pensar da mesma maneira.

Por exemplo: de uma hora para outra, os senadores Renan Calheiros e Omar Aziz, autênticos “tonton macoutes” da CPI da Covid, ambos acusados de corrupção ao longo dos últimos 10 anos, transformaram-se em milicianos da moralidade, mas rejeitando, sem a cr[ítica da imprensa, os requerimentos de convocação de prefeitos e governadores que desviaram para outros fins o dinheiro liderado pelo governo da União para o combate à pandemia.

O presidente Bolsonaro tem dito muita bobagem de uns tempos para cá, a última das quais pôs em dúvida a inviolabilidade das urnas eletrônicas, as mesmas que o elegeram em 2018. 

Quinta-feira, na sua “live” transmitida pelas redes sociais diretamente da Biblioteca do Palácio da Alvorada, Bolsonaro reconheceu que não podia provar – como não pode hoje nem poderá amanhã – suas suspeitas, deixando no ar, pois, o veneno da dúvida, algo que serve de combustível para o discurso e a ação dos extremistas de direita e de esquerda.
  
A preocupação do empresariado – retomando o tema de abertura desta coluna – vai muito além das querelas causadas pela polarização do debate pré-eleitoral entre os extremos que ganhou cores – verde, amarelo e vermelho – e emoções tão fortes que, até agora, tem inviabilizado o surgimento de uma terceira via da qual deveria surgir um “tertius” capaz de atender à demanda dos que querem, em outubro do próximo ano, uma alternativa diferente das candidaturas que hoje se postam.

Responsável pela criação e manutenção de empregos no campo e na cidade e, ainda, pelo recolhimento dos impostos que sustentam a máquina pública e a boa vida da elite dos funcionários do Legislativo, do Executivo e do Judiciário nas esferas federal, estadual e municipal, a maioria dos empresários cearenses ouvidos nos últimos cinco dias por esta coluna está decidida a não votar no candidato do PT à presidência, quer seja Lula ou Haddad.

Mas essa mesma maioria torce hoje para que a direita, o centro e a centro-direita encontrem um nome reconhecidamente honesto, competente e probo capaz de lhe oferecer a pretendida opção da terceira via.

Bolsonaro não agrada aos empresários? Pessoalmente, não. Juridicamente, ou seja, o seu governo, agrada, sim, é a resposta que se colhe. 

Resumindo: há um governo que vai muito bem na infraestrutura e na agricultura; que se acertou nas relações exteriores; que patina na educação e na cultura, onde a dificuldade é desmontar o aparelhamento lá instalado; que sofre acusações de má gestão na saúde mas acelera a vacinação anti-Covid; que diariamente duela com o Judiciário; que, abrindo o Palácio do Planalto para o Centrão, abriu também a chance de ter maioria no Congresso; enfim, há um governo que prometeu acabar com a corrupção e vem cumprindo a promessa; que prometeu acabar com a “velha política”, mas reconhece agora que sem ela não se governa.

Se Bolsonaro falasse menos e replicasse as falas e as ações dos seus melhores ministros, que se dedicam a fazer progredir a economia do país, os empresários não estariam à caça de uma terceira via.
 
Mas se essa terceira via não vier, eles terão de optar, novamente, entre a extrema direita e a extrema esquerda.

UM SEMINÁRIO SOBRE MOBILIDADE ELÉTRICA

Vem ai, nos dias 3 e 4 de agosto, o I Seminário de Mobilidade Elétrica. 

Promovido pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), o evento debaterá sobre as alternativas que o Brasil – o Ceará no meio – dispõe para não ficar para trás na corrida mundial pelo uso dos automóveis elétricos.

O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, abrirá o seminário, insistindo na tecla do Hidrogênio Verde, que será a energia que moverá o planeta o futuro próximo. 

O evento acontecerá 100% no modo online. Inscrições gratuitas pelo site www.seminariomobeletrica.com.br

TURISMO: UM BOM MÊS DE JULHO

Phillipe Goderfroit, gerente-geral, e Dionísio Barsi, diretor financeiro do Hotel Gran Marquise, revelam: 

Neste mês de julho que hoje termina, sua taxa de ocupação média foi de 53%, “um resultado muitobom diante das circunstâncias causadas pela pandemia da Covid-19”, como ambos explicaram.

Tem mais: Barsi e Goderfoit revelaram que houve “uma mudança de perfil dos hóspedes do Gran Marquise, que agora exigem mais serviços e mais produtos de qualidade”.

Phillipe Goderfroit, que há 11 anos é o gerente-geral do Gran Marquise, um cinco estrelas instalado na parte mais bonita da Avenida Beira Mar, faz outra revelação: “Nunca vendemos tanto vinho de boa qualidade quanto neste mês de julho”.

MUITO LENTAS AS OBRAS DA BEIRA MAR

Por falar na Avenida Beira Mar: muito dificilmente ficarão prontas para o réveillon de 2022 as obras de modernização daquele corredor turístico, o principal cartão postal do turismo do Ceará.

Algum desavisado que passa por lá pode imaginar que se trata da obra de construção de um ramal da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, mas não é.

O que se vê ali é a execução de um projeto arquitetônico e de engenharia ainda não bem delineado, com fundações de cimento armado, em uma área atacada por ligações clandestinas de esgoto sanitário que emitem um odor repugnante.

Do jeito que caminham, as obras na Beira Mar passam a impressão para os turistas e para os locais de que ou o dinheiro está curto demais para acelerar os trabalhos, ou a empreiteira sofre de incompetência ou o plano é deixar tudo para inaugurar em 2022, ano de eleição.