Hidrogênio Verde: surgem dúvidas sobre os prazos

O engenheiro eletrônico José Carlos Braga, especialista em telecom e energias renováveis, questiona os prazos anunciados pelos australianos e diz que faltam linhões para transportar a energia. E mais: O que querem juntos Lula e FHC

Causou grande e positiva repercussão a informação, divulgada ontem, com exclusividade, por esta coluna, segundo a qual dois grupos australianos – o Enegix Energy e o Fortescue Future Industries – investirão mais de US$ 10 bilhões na implantação de duas plantas de produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém. 

Para a produção do hidrogênio, os dois projetos usarão água marinha dessalinizada e energia elétrica de fonte renovável, como revelou o secretário do Desenvolvimento do governo do Ceará, Maia Júnior, que conduz as negociações com os dois grupos australianos.

O engenheiro eletrônico Carlos Braga, especialista em telecom e em energias renováveis, que já integrou a equipe técnico do antigo Ministério da Integração Nacional (hoje MDR), levanta, do ponto de vista técnico, algumas dúvidas sobre os prazos de implantação desses projetos.

Em mensagem a este colunista, ele diz:

“Ao tempo em que fico lisonjeado como cidadão cearense diante dos vultosos investimentos e metas em Energia Verde para o Ceará nas Eólicas e H2V destinadas ao Hub do Pecém pela Omega Energia, até 2023, instalam-se em mim, engenheiro da área e também desenvolvedor, algumas dúvidas no que tange à energia verde”.

Braga questiona o prazo – até fim de 2023 – que a Omega Energia fixou para projetar, implantar e operar seu projeto Kuara, na fazenda Belém, do grupo J. Macedo, no município de Icapuí, na divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte.
 
Ele aprofunda suas dúvidas:

“Como será possível, insisto, implantar até o fim de 2023 e, principalmente, escoar essa enorme quantidade de energia – 3,5 GW (gigawatts) – até o Complexo do Pecém, uma vez que não há previsibilidade de aerogeradores e equipamentos agregados necessários em tempo tão escasso? A mesma preocupação tenho em relação aos linhões, que hoje não existem e necessitam de períodos médios ou longos de implantação, devido, também, às exigências ambientais, fundiárias e desapropriações pertinentes a obras com essas características e com essa magnitude”.

José Carlos Braga usa uma frase:

“Isto é Incrível!”

Em outra mensagem sobre o mesmo tema, José Carlos Braga afirma: 

“Os prazos e os números que a Enegix Energy vem apresentando e divulgando desde o ano passado são, também, absolutamente Inexequíveis com períodos e quantidades, isso na lógica e no pragmatismo de grandes players, dos grandes fabricantes e das grandes empresas responsáveis do setor de energia verde e H2V”

Braga conclui, sugerindo que as duas empresas australianas “apresentem um cronograma de desembolso compatível com essa realidade”. 

Bem, isso, provavelmente, será feito quando os projetos de ambas as empresas estiverem desenhados e aprovados. Por enquanto, o que há são as boas estimativas que os dois grupos repassaram até agora ao governo cearense.

FALSOS PRODUTOS À VENDA NO CEARÁ

Provavelmente na próxima semana, a secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba, terá reunião com a direção do Sindicato da Indústria de Lacticínios do Ceará (Sindlaticínios).
 
A pauta será quente e diz respeito ao avanço dos queijos, requeijões e cremes vegetais de origem desconhecida, mas negociados nos mercados públicos, nas feiras livres e até nas redes de supermercados do Ceará.
 
O consumo desses produtos pode fazer mal à saúde das pessoas, pois não passam por qualquer inspeção sanitária.

A maior parte desses produtos procede dos estados do Tocantins e Pará e chegam a Fortaleza transportados por caminhões, ônibus, caminhonetes e carros de passeio (de quando em vez, a Polícia Rodoviária Federal apreende um carregamento, mas isso é raro.)

O Sindlaticínios está, neste momento, diante de mais um caso. Em lojas de uma rede supermercadista, está sendo exposto e vendido um produto que, na embalagem de 500 gramas, se apresenta, destacadamente, como Manteiga.
 
Mas, sob a palavra Manteiga, está escrito: “de palma”, ou seja, trata-se de um produto de origem vegetal e não animal, o que se comprova um pouco mais abaixo da mbalagem, onde se lê, em pequenas letras, o seguinte: “Creme vegetal, sabor manteiga”.
 
É assim – enganando de uma só vez os supermercados e a fiscalização da autoridade sanitária – que se engana, também, e mais gravemente, o consumidor.

NAGEM GANHA PRÊMIO DA LENOVO

Concorrente da cearense Ibyte, a rede pernambucana de lojas de eletrônicos Nagem, com sete unidades no Ceará, foi premiada pelo quarto ano consecutivo no Lenovo Summit, encontro anual da marca chinesa com seus revendedores brasileiros para celebrar suas vendas no Brasil.

Disputando com outros 16 concorrentes, a Nagem levou o prêmio na categoria Maior Volume em Unidades - Revenda T1.

LULA ALMOÇA COM FHC, MAS QUER JANTAR O TASSO

Quinta-feira, 20, em São Paulo, na residência do ex-ministro do STF, Nelson Jobim, os ex-presidentes Lula e FHC almoçaram juntos.

A entrada, o prato de resistência e a sobremesa foram variações sobre o mesmo molho apimentado da eleição presidencial de 2022. 
 
Vaidosos – FHC e Lula, mais aquele do que este, detestam o que não é espelho – deixaram-se fotografar para transmitir a imagem de que, neste momento de crise pandêmica e de CPI da Covid-19, todos os lados oposicionistas estão unidos em torno de uma só causa: o fim imediato do governo do presidente Bolsonaro.

Quem acompanha a política e já teve a chance de conviver com esses personagens colhe a impressão de que Lula, ao propor o encontro com FHC, mirou dois objetivos: 

Primeiro objetivo: bagunçar o coreto do PSDB, cujos principais líderes se mostram simpático ao lançamento de uma candidatura própria à Presidência da República.

Segundo objetivo: apurar se é mesmo para valer a possibilidade de o senador cearense Tasso Jereissati vir a ser esse candidato.

Aos 90 anos, a serem completados no próximo mês de junho, FHC transita como um bom e indispensável conselheiro, que, porém, guarda para uso próprio o pulo do gato.
 
Especialistas em FHC juram que ele mexerá nenhuma palha para que o seu PSDB tenha candidato em 2022, principalmente se for alguém com real chance de vitória.
  
Lula buscou os conselhos de FHC, e com certeza perguntou-lhe que história é essa de Tasso Jereissati vir a ser mesmo esse candidato. 

A resposta, certamente, foi ao melhor estilo tucano: pode ser que sim, pode ser que não.

Lula não é bobo. Sabe que, neste momento, ele e o seu PT são úteis à estratégia de desmilinguir o prestígio que Bolsonaro tem em parte da população e junto a uma parte do empresariado.
 
Há, em curso, a estratégia de destruição da biografia de Jair Bolsonaro, e a ela não só aderiu como a incentiva vigorosamente, desde o início do atual governo, a grande mídia do Sul e do Sudeste, que o castiga com manchetes diárias tão contundentes que, noutras circunstâncias, já o teriam apeado do poder.

Mas Lula também sabe que, no momento em que o centro ideológico anunciar o nome do seu candidato, e dependendo de quem o seja, ele e o PT serão, também, alvo da mesma mídia, que marchará, junto com o empresariado da indústria, do comércio e das finanças, em apoio ao nome da terceira via, e este poderá ser o do cearense Tasso Jereissati. 

Traduzindo: é a opção de centro – e não a de extrema direita ou de extrema esquerda – que interessa aos que hoje estão aliados em torno da campanha #forabolsonaro.

Tudo é especulação, mas é da especulação que se alimentam a política e a imprensa que cobre os seus fatos, dos quais cria, desenha e publica suas versões.

GERAÇÃO SOLAR BATE RECORDE NO NORDESTE

Atenção! A região Nordeste registrou ontem, 20, o recorde de geração média solar fotovoltaica, de acordo com o monitoramento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Desta vez, os raios solares chegaram a gerar 658 MW médios, montante que representa 5,8% da demanda de carga de toda a região nordestina. 

O recorde anterior era de 26 de abril de 2021, com 645 MW médios. 

A previsão é de que a geração de energia de fonte solar chegará ao fim deste ano representando 2,4% da matriz elétrica brasileira. 

A geração da fonte solar é acompanhada pelo ONS desde setembro de 2015. 

SINDUSCON-CEARÁ CRIA OFICIALMENTE O INOVACON

Boa novidade! O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) transformou o seu antigo Programa de Inovação no Instituto Inovacon, que, a partir de agora, será o braço da entidade destinado à captação de recursos financeiros para investimentos em inovação.

Braço tecnológico do Sinduscon-Ceará, o Inovacon “pretende encontrar novas formas de fazer a construção civil, de modo que as empresas alcancem o mais alto patamar de competitividade, de forma bem estruturada, sempre primando pela qualidade, eficiência e inovação dos projetos e atentas à sustentabilidade”, como disse o seu presidente, Jorge Dantas.

Para o presidente do Sinduscon, Patriolino Dias, o Instituto Inovacon chega em momento promissor, dado o crescimento do setor da construção civil e sua importância para a retomada da economia. 

“O Instituto conta com o apoio do Sinduscon-Ceará e com a união das empresas construtoras com a academia. Assim, temos tudo para consolidar o Ceará na posição de vanguarda da construção civil no país”, acrescentou Patriolino.

NA AGRICULTURA, A MÁQUINA AMEAÇA O EMPREGO

Do próximo ano de 2022 em diante, com a chegada da tecnologia 5G, a agricultura mundial dará mais um salto de qualidade.

Há estudos indicando, por exemplo, que hortifruticultura será desenvolvida sob estufas e usará mais máquinas para plantar e colher do que a mão de obra humana.

No Brasil, grandes produtores de grão já mecanizaram suas lavouras a tal ponto de que muitos tratores teleguiados já fazem o plantio e a colheita de soja, milho e algodão.

Surge a natural pergunta: o que acontecerá com a mão de obra hoje utilizada? 

Uma resposta diz que ela será treinada para outras tarefas nas próprias fazendas. Outra resposta sugere que ela terá de ser requalificada, ou seja, terá de voltar à escola para conhecer e aprender a conviver com as novas tecnologias.

IGOR QUEIROZ CONHECE PROJETO DO HIDROGÊNIO VERDE

Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), apresentou ontem ao presidente do Conselho de Administração do Grupo Edson Queiroz, empresário Igor Queiroz Barroso, o projeto do Hub de Hidrogênio Verde, ao qual estão aderindo duas grandes empresas de energia da Austrália.

Esse Hub é um projeto que mobiliza o Governo do Estado, a Fiec e a Universidade Federal do Ceará.

“O mundo está com os olhos voltados para o Hidrogênio Verde.  O que temos feito na Fiec é apresentar esse projeto que vai mudar o PIB do Estado, com energia limpa e sustentável. O Ceará tem vantagens únicas no mundo, sendo considerado a Opep do H2V”, disse Ricardo Cavalcante a Igor Queioz.

O Hidrogênio Verde é obtido de fontes renováveis, como a energia eólica e a energia solar, sem a emissão de carbono, através da eletrólise, sendo prática sustentável e já adotada em vários países do mundo. 

A tecnologia está baseada na geração de Hidrogênio — um combustível universal — por meio de um processo químico conhecido como eletrólise, que utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio que existe na água. 

Por esta razão, se o H2V for obtido de fontes renováveis, a energia será produzida sem a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.

Igor Queiroz Barroso entusiasmou-se ao saber que a Fiec, em parceria com a UFC e Governo do Estado, está desenvolvendo o projeto que modificará a realidade da economia cearense. 

“Sinto-me orgulhoso de saber que o Ceará está fazendo parte desse movimento, que somos parte importante dessa revolução que vai ajudar o mundo”, comentou ele.


 



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