Algo está errado. Como pode o presidente da República, com os mais baixos níveis de aprovação popular – segundo indicam as pesquisas de opinião pública — mobilizar, como ontem mobilizou, milhões de pessoas em apoio ao seu governo e à sua luta?
Ou estão erradas as pesquisas, ou está no caminho correto o presidente Jair Bolsonaro, que sustenta o seu discurso de que “apenas duas pessoas do Poder Judiciário” tentam imobilizar e inviabilizar o governo, que foi eleito pelo voto popular, “e nós não podemos concordar com isto”.
No pronunciameto que fez na Avenida Paulista, ele centrou fogo no ministro Alexandre de Moraes, e chegou a dizer que convocaria para esta quarta-feira uma reunião do Conselho da República (posteriormente, informou-se que será o Conselho de Governo que se reunirá hoje).
As manifestações de ontem pelo país afora (as maiores das quais em São Paulo, Rio e Brasília) terminaram, graças a Deus e ao espírito pacífico do povo brasileiro, em clima de tranquilidade. Nenhuma vidraça foi quebrada. As manifestações da oposição também se desenrolaram pacificamente.
Mas elas deixaram alguns sinais de advertência e atenção. Não há dúvida de que o presidente Bolsonaro está disposto a esticar a corda da crise até que os ministros Alexandre de Morais e Antônio Barroso “ajam nas quatro linhas da Constituição”.
Isto quer dizer que os dois magistrados devem cumprir o que lhes compete na Carta Constitucional.
De acordo com Bolsonaro, o ministro Alexandre de Morais está invadindo competência do Poder Executivo, mandando prender quem ousa falar contra o STF.
E o ministro Barroso, presidente do STE, por birra ideológica, de acordo com o Bolsonaro, quer manter o atual sistema eleitoral, que usa urnas eletrônicas passíveis de fraude — uma acusação sem prova, uma vez que, até aqui, nenhuma denúncia houve contra esse processo, considerado um dos mais modernos e indevassáveis do mundo.
Esta coluna, diante do que houve ontem em Brasília, Rio e São Paulo, onde ocorreram os eventos que testaram os músculos da democracia brasileira, entende que a polarização da política nacional – separada entre a extrema esquerda lulista e a extrema direita bolsonarista – poderá seguir adiante até a eleição presidencial de outubro de 2022, uma vez que os dois lados já entenderam o tamanho que ambos têm.
Como nem tudo o que reluz é ouro, as pesquisas eleitorais de hoje (o retrato de um momento) podem estar tisnadas pelos grupos de interesse (corporações do serviço público, empreiteiros, banqueiros, industriais apoiados por isenções fiscais, mídia fragilizada).
Assim, é preciso esperar pelas consequências do que aconteceu ontem pelo país afora. Esperemos para ver como o Congresso Nacional comportar-se-á diante da prova de força popular que mostrou ontem o governo do presidente Bolsonaro.
Esperemos pelo que decidirá a CPI da Covid. E esperemos, mais ainda, pelo que fará a oposição, que, pelos eventos que promoveu ontem, mostrou pouca capacidade de mobilização para confrontar-se com as forças que apoiam o governo, o que reforça a tese de que as atuais pesquisas de opinião pública podem conter algum viés politicamente interesseiro.
Imediatamente após os eventos da Avenida Paulista e de Brasília, surgiu a narrativa do “impeachment”, baseada na frase do presidente Bolsonaro, segundo a qual ele não cumprirá mais nenhuma ordem emanada do ministro Alexandre de Moraes. Se isto acontecer, a ruptura se oficializará.
Hoje, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luis Fux, falará para responder ao que ontem disse o presidente Bolsonaro.
O mercado financeiro sinalizará hoje, na abertura da Bolsa B3, às 10 horas, o tamanho da consequência dos atos, fatos e falas de ontem no cotidiano da economia.
ROLIM E O CARTÃO AGRO DE CRÉDITO
Eis o que o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, transmitiu a esta coluna sobre as últimas medidas tomadas pela direção do BNB em favor do setor produtivo nordestino, uma das quais foi a criação de um cartão e crédito rotativo para o agronegócio:
“O Cartão BNB Agro é um crédito rotativo pré-aprovado e que, à Medida que o cliente paga, abre automaticamente o mesmo limite amortizado.
“Com ele, o produtor rural pode adquirir máquinas, equipamentos, tratores, colheitadeiras e veículos, ou seja, todos os bens necessários ao desenvolvimento da atividade rural.
“O BNB lançou também o Cartão BNB Agro Custeio Pecuário, principalmente para os produtores de leite que financia a aquisição de insumos, ração e medicamentos.
“Com esses produtos, o crédito tem maior agilidade, desburocratização e com automatização na concessão e desembolso do Crédito.”
Romildo Rolim complementa:
“A compra não exige a presença do cliente na agência, pois a transação é realizada no portal eletrônico do BNB diretamente com a rede de fornecedor, e este envia a nota fiscal para o banco.
"O Cartão BNB Agro e o Cartão BNB Agro Custeio Pecuário não têm anuidade, abriga a fonte de financiamento FNE e contam com uma grande rede de fornecedores em todo o Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo.”
Em resumo: o BNB aproxima-se de quem produz e trabalha na região do Nordeste.
SINDCONFECÇÕES EM CLIMA ELEITORAL
Está em processo de eleição de sua nova diretoria o Sindicato da Indústria de Confecções do Ceará (SindConfecções-Ceará), hoje presidido pelo empresário Elano Martins.
Para permitir “a oxigenação da entidade com novas lideranças”, Martins não tentará a reeleição, o que é uma boa notícia.
Mas ele transmite outra boa informação:
“Já foram apresentadas duas chapas, o que acho totalmente saudável para o amadurecimento eo crescimento do bom debate para a moda do Ceará. Teremos eleições livres, transparentes e democráticas como devem ser sempre. A ética e o respeito não sairão de moda nunca.”
Hoje, quarta-feira, 8, serão abertos os envelopes com a composição das duas chapas que concorrerão ao comando do SindiConfecções-Ceará.