GASTAR OU NÃO GASTAR - EIS A GRANDE QUESTÃO

Especulativo por sua própria natureza, o mercado de capitais - operado segundo o fluxo e o refluxo diários dos fatos políticos, econômicos e sociais internos e externos - repetiu nesta semana sua rotina: diante da especulação de que o ministro Paulo Guedes poderia deixar o Governo, a Bolsa caiu e o dólar subiu. Uma nota do presidente Bolsonaro nas redes sociais, assegurando que ele e Guedes entraram juntos e sairão juntos do Governo, acalmou os investidores. Mas entre a promessa de longevidade da equipe que comanda a economia e o mundo interesseiro da política e dos especuladores do mercado, há questões graves. Uma delas surgiu quarta-feira, 19, quando o Senado rejeitou o veto presidencial que impedia o aumento de vencimentos para o funcionalismo público, o que, se confirmado pela Câmara dos Deputados, poderá ampliar as despesas do Governo em até R$ 120 bilhões. É pouco? Dentro do Governo, há duas correntes: uma que pede mais dinheiro para executar obras, principalmente no Norte e no Nordeste, onde cresce a popularidade de Bolsonaro, e outra, austera, que quer respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, nela incluído o teto das despesas. O ministro Paulo Guedes, que lidera o lado da austeridade nos gastos, aceita liberar mais verbas para a gastança, desde que se remanejem dotações orçamentárias. Ou que se crie um imposto exclusivo para taxar os pagamentos por meio digital, hoje isentos de tributação, com alíquota de 0,2%. Esta ideia tem o repúdio do presidente, manifestado durante sua campanha, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Porém, sem esse novo tributo, tudo será difícil, desde a fusão do Bolsa Família com o Auxílio Emergencial para fazer nascer o Renda Brasil, até as grandes obras de infraestrutura para ajudar a reeleição do presidente em 2022.

Betânia

Líder do mercado no Nordeste, a Betânia Lácteos levou para seus quadros dois executivos: Luís Esmeraldo, ex- gerente local da Danone, e Almir Mariano, que foi gerente de compras do grupo Pão de Açúcar aqui e em Pernambuco. A Betânia, que abriu nova fábrica na Bahia, caça executivos.

Laticínios

Empresários do setor querem instalar fábrica de laticínios no mesmo galpão onde funcionou a fábrica de iogurte da Danone, em Maracanaú. Fonte que segue as conversas diz que há uma condição básica: incentivo fiscal do Governo do Estado.

Ontem, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, pintou e bordou no Ceará: de manhã, abriu as comportas do Jati para a passagem das águas do Rio São Francisco, que agora descem pelo Cinturão das Águas em direção ao Castanhão. E à tarde, em Iguatu, entregou casas. Tudo transmitido pela internet.

Dispararam os preços dos alimentos nas bodegas e nos supermercados. Quem, havia duas semanas, não fazia compras espantou-se ontem na hora de comprar. O pacote de 500 gramas do feijão-verde já custa mais de R$ 8. E o quilo da carne subiu além do que pode comprar o operário de salário mínimo. Os hortifrutis, também.