Gasolina de aviação: ANAC segue investigações sobre contaminação

O mapeamento de riscos para a aviação geral vem sendo feito em estreita parceria com a Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves e com outros grupos do setor ligados à segurança operacional. Até agora, 67 relatos foram encaminhados à Agência.

Desde o recebimento das primeiras denúncias, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) iniciou imediatamente um grupo de trabalho para acompanhamento da possível contaminação da gasolina de aviação (AVGAS). 

Como primeira medida, a ANAC comunicou à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Aeronáutica, além de solicitar os reportes dos operadores de aeronaves que identificaram problemas em seus aviões. 

Todo esse trabalho de mapeamento de riscos para a aviação geral vem sendo feito em estreita parceria com a Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (AOPA) e com outros grupos do setor ligados à segurança operacional. Até agora, 67 relatos foram encaminhados à Agência.

A ANAC também aguarda os resultados da investigação da ANP e as ações das distribuidoras de combustível para identificação de causas e extensão da possível contaminação de alguns lotes de gasolina de aviação. 

Na última semana, técnicos da ANAC acompanharam os da ANP nas coletas de amostras feitas em alguns aeroportos e vêm monitorando a pronta avaliação da situação pelas entidades do setor de combustível. 

Cabe ressaltar que a AVGAS só é utilizada em aeronaves da aviação geral de menor porte (mono ou bimotor), não afetando as aeronaves de maior porte que atendem voos regulares de passageiros. 

Atualmente, são cerca de 12 mil aeronaves com esse tipo de abastecimento.

Com as informações recebidas da comunidade aeronáutica, e após os resultados da avaliação que vem sendo feita pela ANP, a ANAC poderá recorrer a novas medidas cautelares e emergenciais, sempre em benefício da segurança do setor. Neste momento, é necessária extrema cautela de cada operador, e a Agência está mobilizada em torno da questão para apoiar os operadores de aeronaves e aeroportos. 

Nos últimos dias foram emitidas diversas recomendações ao setor para que os riscos possam ser mitigados:

Recomendação de que operadores aeroportuários entrem em contato com seus fornecedores de AVGAS para mais informações e identificação do lote suspeito e, em caso de identificação positiva, suspendam imediatamente o uso. 

Aos proprietários e operadores de aeronaves, recomendação é para que façam antes de cada voo uma inspeção visual dos componentes e, caso identifiquem quaisquer indícios de corrosão ou ressecamento de componentes, não voem com aquela aeronave, relatem imediatamente à Agência e descartem o combustível. 

Além disso, o proprietário ou operador com suspeita sobre o combustível deve considerar interromper a operação da aeronave e procurar imediatamente uma organização de manutenção de produto aeronáutico para que sejam tomadas as medidas preventivas ou corretivas adequadas.