Empresário vê fadiga do material no Ceará

Para empresários da indústria e da agropecuária com quem esta coluna conversou ontem – pelo telefone, pois o contato pessoal está restrito por causa da pandemia – este ano de 2020, apesar de todas as danosas consequências econômicas, sociais e financeiras impostos pela crise sanitária – “foi muito positivo, principalmente na gestão pública do Estado e de algumas prefeituras municipais, com a de Fortaleza, em primeiro plano”.

E por que, em alguns municípios, as forças da situação, lideradas pela coligação PDT-PT, foram derrotadas (em Fortaleza, a bola eleitoral oposicionista bateu na trave situacionista)? Resposta imediata de um dos empresários, com a concordância dos demais: “Foi um forte sinal de fadiga do material”. 

Um consultor empresarial, também ouvido pela coluna, vaticinou: “Para 2022, qualquer prognóstico feito agora terá o mesmo valor de uma nota de R$ 3”. Mas as mesmas fontes foram unânimes em dizer que, do ponto de vista administrativo, a regência de Roberto Cláudio na PMF “foi excelente sob todos os pontos de vista, e fez a diferença”. 

Um agropecuarista, com campos de produção no sertão cearense e domicílio nesta capital, disse: “Fortaleza era uma cidade antes da gestão de Roberto Cláudio; hoje, é outra completamente diferente. Mudou para melhor, e não só na Beira Mar e adjacências, mas também nas outras regiões da geografia municipal. Isto vale também para o governador Camilo Santana, que, faltando ainda dois anos para o fim do seu mandato, promoveu um salto de qualidade no Estado, e tudo isto evitou, por muito pouco, o gol da oposição em Fortaleza”, o que não aconteceu em Maracanaú, em São Gonçalo do Amarante, onde está Pecém, em Juazeiro do Norte e em Caucaia, onde a bola entrou inesperadamente.

Assim, no entendimento dos empresários consultados pela coluna, a performance da coligação situacionista na eleição estadual cearense de 2022 dependerá do que, nos próximos 24 meses, fizerem, no Palácio da Abolição, o PT e seus parceiros PDT, MDB, PSD e mais outras 20 legendas. 

Será necessário, todavia, atentar para um aspecto de toda esta questão: se a economia do País retomar o crescimento e se o Congresso Nacional aprovar, no curto prazo, as reformas necessárias ao ajuste das contas públicas, o cenário será bem diferente do se vê agora. Traduzindo: tudo dependerá de quem vencer as eleições na Câmara e no Senado.