Decreto que proíbe funcionamento da indústria no Ceará abre exceções

O secretário da Casa Civil, Élcio Batista, informa que a usina da CSP, as indústrias exportadoras as de alimentos e as que têm alto forno estarão de fora do decreto governamental, que ainda está sendo elaborado para publicação no Diário Oficial do Estado, amanhã..

Um industrial e uma fonte ligada à Compania Siderúrgica do Pecém reagiram negativamente às novas medidas anunciadas na noite desta quinta-feira, 19, pelo governador Camilo Santana impondo mais restrições à vida das pessoas e, a parir de agora, à atividade econômica.

Uma dessas restrições atinge diretamente o funcionamento da indústria, que, pela decisão do governador, estará proibido até o dia 29 deste mês.

"Não posso imaginar a usina siderúrgica do Pecém sem funcionar. Para isso, será necessário desligar o seu alto forno, o que é impensável", disse um empresário da mineração.

Mas o secretário da Casa Civil do Governo, Élcio Batista, fez questão de dizer a esta coluna que todas as indústrias que têm alto forno - como a usina siderúrgica da CSP, as de alimentos, as exportadoras e as do setor de cerâmica - ficarão de fora do decreto governamental, cujo texto está sendo finalizado pela Procuradoria-Geral do Estadopara publicação na edição de amanhã, sexta-feira,do Daiário Oficial do Estado.

Élcio Batista também revelou que a decisão do governador Camilo Santana foi tomada depois de demoradas conversas com os líderes empresariais do Estado, entre os quais o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante. 

Um empresário, do setor industrial de cerâmica, perguntou à coluna: "Como ficarão as indústrias ceramistas que, simplesmente, não podem desligar assim de uma hora para a outra, pois elas precisam de um tempo hábil para parar e reiniciar. Uma cerâmica precisa de cinco dias para desligar seus fornos. Tem todo o custo para reiniciar o processo", explicou.

Seu comentário foi feito logo após o governador Camilo Santana aparecer na segunda edição do CE TV, da TV Verdes Mares, anunciando os pontos principais de sua decisão, sem se referir, em nenhuma vez, a casos excepcionais, como o da usina da CSP e das indústrias com alto forno.

"Aguarde o decreto", pediu o secretário Élcio Batista.

Um industrial ouvido pela coluna disse que "proibir a circulação de pessoas no interior do Estado, está correto, mas proibir a circulação de mercadorias industriais é uma medida errada, equivocada, pois vai quebrar o Estado".