Qualquer leigo em economia desenha facilmente o cenário que aguardará o Brasil e seu Governo (Executivo, Legislativo e Judiciário) após esta pandemia virótica, que invadiu a política.
A dívida pública, que antes da crise sanitária beirava os 78% do PIB, está chegando aos 90% e alcançará os 100% quando chegar a fatura do desemprego e do número de empresas falidas, algo incalculável..
O Brasil, creiamos, está à beira da insolvência, ao mesmo tempo em que cresce a crise social, econômica, financeira e política, exigindo cada vez mais do poder público o que não existe: dinheiro.
O que fazer para evitar a insolvência?
Primeiro, que se deem as mãos o presidente da República, os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal e os governadores e prefeitos.
Cada um terá de cumprir sua parte neste latifúndio de desafios.
O Congresso terá de aprovar, em curtíssimo prazo, as reformas tributária, administrativa, patrimonial e política, todas prontinhas, mas em lenta tramitação nas duas casas legislativas.
O Judiciário terá de permitir que o Executivo cumpra o dever de governar, pondo fim às suas impeditivas decisões liminares.
Os governadores e prefeitos, por sua vez, terão de congelar por dois anos os vencimentos dos servidores ativos e os proventos dos aposentados.
E o presidente - além de não mais criar crises - terá de manter nos cargos o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe econômica para atrair o capital privado externo e interno para o programa de privatizações e concessões, e, ainda, estancar o Pró Brasil, para cujas milhares de obras previstas o Tesouro já avisou que não há recursos.
"Mas este é um sonho de difícil realização, pois dois terços dos integrantes do nosso Parlamento ou estão envolvidos na Lava Jato ou não têm compromisso com o País, só com o seu próprio interesse", reagiu um empresário cearense da hotelaria que, por falta de turistas, já fechou o seu hotel e demitiu 98% dos seus funcionários.
CASTANHÃO
Festa entre os agricultores e pecuaristas do Baixo Jaguaribe!
O volume do açude Castanhão, o maior do Estado, está chegando perto de 1 bilhão m³ (sua capacidade total é de 6,5 bilhões de m³).
É água suficiente para garantir, até o meio do próximo ano, no Baixo Jaguaribe, a atividade da agricultura irrigada - que produz frutas e volumosos para o alimento do gado leiteiro - e para os muitos viveiros das fazendas que criam camarão.
A propósito: a capacidade de represamento de todos os açudes públicos do Ceará é de 18,6 bilhões m³.
Até ontem, a recarga deles havia passado dos 30%, aproximando-se dos 35%.
INCLUÍDOS
Foi alterado o decreto por meio do qual o governador Camilo Santana criou o Grupo de Trabalho que durante sua primeira reunião, na próxima quarta-feira, 29, colherá ideias e sugestões para a elaboração de uma proposta de reabertura paulatina das atividades econômicas.
Essas atividades estão hoje quase todas interditadas por força de outro decreto, o que impôs o isolamento social como forma de impedir a propagação do coronavírus.
No novo decreto, foram incluídas a Federação da Agricultura (Faec), presidida por Flávio Sabóya, e a Federação das CDLS, liderada por Freitas Cordeiro.
AJUDA AOS ESTADOS
Nesta semana, o Senado aprovará a Medida Provisória que abre o Tesouro Nacional para socorrer os estados e municípios que perderam receita tributária por força da pandemia do novo coronavírus.
Está, pois, garantido o pagamento em dia dos vencimentos dos servidores estaduais e municipais, que têm emprego garantido.
Mas haverá contrapartidas.
Uma delas imposta pelos senadores, os quais, atendendo pedido do governo, proibirão aumento de vencimentos do funcionalismo por dois anos.
É o mínimo que, numa hora de crise grave como esta, se espera do Parlamento.