Crédito é sonho no Brasil

Eles queriam morar em um país com praia e sol o ano inteiro, aí trocaram a Itália do marido pelo Brasil cearense da esposa e mãe dos seus dois filhos italianos. Em janeiro do ano passado, desembarcaram em Fortaleza, onde ela nasceu e onde moram os seus pais. Nove meses depois, em outubro, abriram o Bla-Bla-Bar, na Ana Bilhar, que logo se tornou um point da boemia jovem da cidade. Tudo ia bem, até que surgiu a pandemia da Covid-19, e o sonho de sol e mar naufragou, levando junto o negócio do bar.

O drama de Roberto Rossi e de sua mulher Liana e de seus filhos Rebeca (13) e Alessandro (9) foi muito bem contado ontem por uma reportagem do Diário do Nordeste. Nela, porém, há um detalhe que traz à tona uma das antigas e graves dificuldades que o empresário, independentemente do seu porte, enfrenta ao decidir empreender em qualquer lugar da geografia brasileira: a carência do crédito. Essa dificuldade torna-se maior ou menor de acordo com o ramo de negócio.

No de bar e restaurante, a burocracia bancária parece dispor de uma cartilha que, em vez de estimular o empreendedor, o leva à tortura com as mais absurdas exigências. Além da barreira do crédito, Roberto e Liana Rossi depararam-se com outros obstáculos.

"Aqui no Brasil, tudo é pago - colégio, saúde. É mais fácil achar um trabalho na Europa com um salário que dá para viver bem", confessaram. Diante desta constatação, eles refizeram as malas, deram adeus ao mar e ao sol brasileiros, despediram-se dos familiares e voltaram com os dois belos filhos para o clima frio e o céu nublado da Itália, onde recomeçarão tudo de novo.

O casal Rossi tem perspectivas muito melhores do que os 60% dos pequenos empresários - incluindo os de bares e restaurantes - que, segundo o Sebrae, tentaram sem êxito, no passado mês de julho, um financiamento bancário para a retomada de sua atividade.

Os bancos brasileiros, públicos e privados - e são tão poucos que podem ser contados nos dedos das mãos - têm uma tradicional ojeriza a clientes de micro e pequeno portes. Temem um calote, especialmente nos momentos de crise, como esta causada pelas consequências sociais, econômicas e financeiras desta pandemia.

Senai-ceará

Quando setembro chegar, trará com ele uma nova e aperfeiçoada versão do "Sou Capaz", um programa nascido e desenvolvido pela parceria do Senai-Ceará com o Governo do Estado por meio de sua Secretaria de Administração Penitenciária. Desta vez, o programa - com foco na ressocialização dos detentos - oferecerá 3.600 vagas para cursos de qualificação profissional.

Entre os cursos, estão o de costureiro industrial do vestuário, pedreiro, marceneiro de móveis sob medida e serralheiro de metais não ferrosos. Os cursos têm acompanhamento psicológico. Paulo André Holanda, diretor-geral do Senai-Ceará, está otimista tendo em vista os excelentes resultados da primeira etapa do programa.

"É um projeto de resgate da cidadania porque oferece aos internos do sistema a chance de ressocialização por meio da educação profissional". Um gol do Sistema Fiec!

Tijuca

Neste mês de agosto, período de quase total retomada das atividades econômicas, a Tijuca Alimentos, gigante da avicultura cearense, inicia uma parceria com a chefe de cozinha Mattu Macêdo, que dará, pelas redes sociais, dicas de receitas para o público. Com sede em Fortaleza e presença em vários estados da região, a Tijuca tem 50 anos de atividade, sendo uma das maiores produtoras de aves e ovos do Nordeste.

Barragem

Entre os próximos dias 15 (sábado) e 18 (terça-feira), o governador Camilo Santana presidirá um ato histórico: a abertura das comportas da barragem do Jati, onde se acumulam as águas do Rio São Francisco e de onde elas por gravidade, inicialmente pelo Eixão das Águas e depois pelo leito de vários rios, chegarão ao destino final no Ceará - o Açude Castanhão. Uma viagem que durará três ou quatro meses.