Covid gera o bônus e o ônus para Camilo

Governar é, entre mil coisas, arrecadar o bônus produzido por medidas simpáticas e entesar o corpo para sofrer o castigo da crítica por decisões danosas. Neste atual estágio da crise pandêmica, o governador do Ceará, Camilo Santana, enfrenta hoje mais um paredão de fuzilamento porque – aconselhado pelo seu secretário de Saúde e orientado pelas instruções científicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) – impôs, outra vez, restrições ao funcionamento de alguns setores da atividade econômica, como o do comércio e o de serviços, atingindo diretamente bares e restaurantes, empregadores intensivos de mão de obra. Esses estabelecimentos, que já respiravam por aparelhos, foram entubados pelo novo decreto governamental, com o que se ampliou a possibilidade de morrerem de falência. A inviabilidade de um pequeno negócio, seja qual for ele, causa, imediatamente, o desemprego de trabalhadores e o desespero de suas famílias. 

Há bares e restaurantes que obedecem aos protocolos sanitários estabelecidos por causa da pandemia da Covid19; há, porém, e eles são a maioria, os que, na periferia da cidade, desrespeitam essas normas, pondo em risco, pela aglomeração que provocam e pela ausência de mínimos cuidados de higiene, a saúde de seus frequentadores. Como o decreto é para todos, sem distinção de localização, os justos acabam pagando pelos pecadores. 
Esta é mais uma sexta-feira (ou seja, um fim de semana) na vida dos fortalezenses (o decreto restritivo é válido somente na geografia da capital cearense), que só poderão estar nos bares e nos restaurantes até as 20 horas, quando eles serão fechados, sob pena de prisão do seu proprietário. Amanhã, sábado, o grande dia de receita desses estabelecimentos, eles terão expediente ainda mais curto, só até as 15 horas. Ontem, os prejudicados saíram em passeata e fizeram uma concentração diante da Assembleia Legislativa. Gritaram, gritaram, mas o decreto segue valendo. Enquanto isso, nos hospitais de Fortaleza, centenas de doentes internados na UTI, sofrem as consequências da desobediência. Enquanto a vacinação não imunizar toda a população, prosseguirá o embate que põe, de um lado, o Governo do Estado e suas responsabilidades e, do outro, os que produzem e trabalham. Estes na defesa dos seus justos interesses; aquele no cumprimento da Lei e das recomendações da ciência médica.

Crédito

Alô, agropecuaristas! A Caixa disponibilizou R$ 6,5 bilhões para os produtores rurais por meio de operações do Crédito Rural destinadas ao financiamento da Safra Verão 2021/2022, incluindo linhas para Pronaf, Pronamp e demais produtores. Os recursos estarão disponíveis até junho deste 2021. Valem para a safra de milho e feijão.

Hotelaria

Proibida de receber eventos corporativos e sociais, carro-chefe de suas receitas, a rede hoteleira, braço fundamental do setor turístico, está gravemente ferida – alguns hoteis correm risco de morte. Hóspedes com voos noturnos não têm opção de alimentação nos hoteis ou restaurantes. Há exagero na dose do remédio.



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