Coronavírus: empresas e empregados ameaçados pela desunião do Governo

Executivo, Legislativo e Judiciário brigam tornam mais difícil a solução dos graves problemas nacionais, agora agravados pelo coronavírus, que seguem infectando brasileiros de todas as idades.

Neste momento, no Brasil, deveriam estar unidos o Governo, seu Parlamento, seu Judiciário e as forças de oposição para o combate exclusivo ao inimigo público número um: o coronavírus. 

Infelizmente, não é o que acontece. Há um clima de guerra entre as partes estimulada pelo próprio presidente Bolsonaro, cuja verborragia tem feito mal ao País, açulado por parte importante da mídia que o fustiga sem parar e incitado por alguns governadores que só pensam em 2022.

Em poucos dias, a pandemia do Covid-19 mostrará, no Brasil, os mesmos números dramáticos que revelou nos países da Ásia e da Europa.

Será assim também nos Estados Unidos, onde não há sistema público de saúde - lá, quem não tem plano privado está de antemão condenado ao sofrimento, e aí a vítima de sempre é a população pobre, negra. 

Todo reino dividido será arruinado, toda casa dividida contra si mesma não subsistirá, ensina Jesus Cristo no seu Evangelho. 

Cristão católico, casado com uma evangélica, Bolsonaro deveria ser obediente à escritura sagrada, que manda oferecer a face direita a quem esbofetear a esquerda. 

O Congresso, por sua vez, acostumado à triste tradição, agora rompida, de exigir favores (e dinheiro) em troca de votos, cria novas despesas que ampliam o rombo no Orçamento e retarda a votação da reforma tributária (há duas PECs em tramitação) e de propostas do Executivo – como a da privatização da Eletrobras – que facilitarão o ajuste das contas públicas. 

E o Judiciário, com cara de paisagem, não julga os processos da Lava Jato contra dezenas de políticos com foro privilegiado, mas põe na rua um poderoso chefe do tráfico de drogas, condenado em primeira instância a mais de 30 anos. 

No meio da crise, estão o empresário e o trabalhador que movem a economia.

O primeiro, diante da crise, vê reduzir-se o seu faturamento; por causa disto, o segundo antevê o desemprego.

Para socorrer os dois, são urgentes providências que só o Executivo e o Legislativo, juntos, podem adotar. 

Porém, a vaidade – um dos pecados capitais da humanidade – procrastina a solução.