Cientistas da irrigação reúnem-se nesta semana em Fortaleza

Entre os cientistas brasileiros que falarão no I Simpósio Latino-Americano de Salinidade, está o Dr. Kepler Borges França, da Universidade Federal de Campina Grande, que mostrará os avanços científicos da dessalinização de água

Mesmo tendo apenas 1% da área irrigada do Brasil, o Ceará sediará, nesta semana, o debate internacional sobre irrigação e uso racional da água na agricultura. De quarta-feira, 30, a sexta-feira, 1 de novembro, no Teatro RioMar, nos dois primeiros dias, e no Campus da UFC no Pici, no último, cientistas nacionais e estrangeiros estarão reunidos no XXVIII Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem, no V Inovagri International Meeting e no I Simpósio Latino-Americano de Salinidade. O tema central dos três eventos – informa o engenheiro agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, secretário executivo de Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, um dos seus organizadores - buscará novas respostas para uma questão: como produzir mais usando menos água.  

Não poderia haver melhor local para esse debate científico.  

O Ceará - com 95% de sua geografia inseridos no semiárido, com decrescente índice de pluviometria, com seus grandes açudes secos ou com menos de 4% de sua capacidade - tem sabido usar a melhor tecnologia disponível no mundo para manter a produção leiteira, para ampliar sua carciniculura aproveitando a água salobra do subsolo da região jaguaribana; para alargar sua produção de hortaliças sob estufas; para plantar e colher trigo de alta qualidade; e para manter-se na liderança da produção e exportação de melão e banana, sem embargo das dificuldades impostas por novas leis estaduais de conteúdo ideológico contra a propriedade privada e a livre iniciativa.  

Entre os cientistas brasileiros que falarão no I Simpósio Latino-Americano de Salinidade, está o Dr. Kepler Borges França, da Universidade Federal de Campina Grande, que mostrará os avanços científicos da dessalinização de água. Ele esteve à frente do projeto que instalou uma usina dessalinizadora da água marinha em Fenando de Noronha. A técnica utilizada lá há mais de uma década é da osmose inversa – passagem da água por membranas filtrantes. O que ele dirá interessará diretamente ao time técnico da Cagece, que está em marcha batida para construir na Praia do Futuro a primeira usina cearense de dessalinização da água do mar.