Chuvas e sigatoka, os inimigos da banana

Como esta coluna já revelou na semana passada, o Ceará, que produzia, até o ano passado, 18 mil toneladas de banana, produz agora só 12 mil toneladas. Mas o que está ruim pode piorar. Em janeiro, segundo as previsões da ciência, voltarão as chuvas, e é de muita umidade que gosta a sigatoka amarela - a praga que dizima os bananeirais em todos os países produtores.

Como a pulverização aérea sobre as áreas agrícolas está, desde dezembro de 2018, proibida em toda a geografia cearense, a atividade empresarial da bananicultura poderá ser ferida de morte se a Lei que instituiu essa proibição não for revogada pelo próprio Legislativo, que a aprovou, ou pelo Poder Judiciário, que pode considerá-la inconstitucional.

O Ceará é o único Estado que interdita a pulverização aérea - medida adotada por clara motivação ideológica, contra a livre iniciativa. Ao proibir o uso da aviação agrícola para combater a praga da sigatoka amarela, o Governo do Ceará causou grave prejuízo às pequenas e grandes empresas que produzem (e exportam) banana na Chapada do Apodi e no Cariri, várias das quais demitiram centenas de trabalhadores porque os custos de produção mais do que duplicaram. Obrigadas a usar até 10 vezes mais calda de agrotóxico para fazer, com o uso humano, a pulverização das folhas de seu bananeiral, as empresas causam também, por causa da mesma Lei, prejuízos ao meio ambiente.

Com a umidade que causará a chuva do próximo inverno, a sigatoka terá as condições propícias à destruição de boa parte das áreas plantadas de banana. A aviação agrícola brasileira é a maior do mundo e dispõe de tecnologia de ponta para executar sua tarefa - como o faz, normalmente, no Sul, no Sudeste e no Centro Oeste - de combater as pragas da lavoura. Vale lembrar novamente: na Costa Rica e no Equador, grandes produtores mundiais de banana e abastecedores dos EUA e Europa, fazem-se até duas pulverizações aéreas por semana; aqui no Ceará, quando isso era permitido, só se faziam duas por ano. Por ano, senhoras e senhores deputados e excelentíssimas e excelentíssimos desembargadores.

Energia solar

Informa a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar): o Ceará alcançou 129,4 MW de potência operacional na geração distribuída solar fotovoltaica, com 8.306 sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. O Estado responde por 3,5% de todo o parque brasileiro de energia solar distribuída, e lidera o Nordeste com a maior potência instalada na modalidade.

Novidade no campo: a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu um novo sistema de produção de caju anão, que - ao contrário do convencional, com um adensamento de 204 plantas por hectare - multiplica por quatro essa produtividade. Revelou no Agropacto a pesquisadora Arley Montenegro, da Embrapa.

Não faltarão, daqui até as eleições de novembro, operações policiais - federais ou estaduais - e pesquisas de opinião pública. Junte-se a esse temporal a tempestade emocional própria da disputa pelo eleitor, e estará criado o clima de disputa pelo poder, onde vale tudo, inclusive a propagação de informações falsas. Cenário lamentável.