Ceará reduzirá salário dos seus servidores em maio, junho e julho

Todos os segmentos da sociedade perderão um pouco durante esta emergência causada pelo novo coronavírus, disse um dos secretários do governador Camilo Santana, que fixará o percentual da redução

Um dos mais importantes secretários do Governo do Ceará disse ontem à coluna que todos os segmentos da sociedade "perderão um pouco durante esta emergência causada pela pandemia do novo coronavírus, cuja duração é estimada em 90 dias".

Ele foi além e acrescentou:

"Não neste mês de abril, mas em maio, junho e julho, os servidores públicos estaduais terão seus vencimentos reduzidos como forma de colaborar para a superação deste momento de gravíssima crise sanitária, social, econômica e financeira".

Em que porcentual? -perguntou a coluna.

"O governador decidirá", respondeu o secretário.

Não está certo se essa redução será estendida aos funcionários aposentados e aos pensionistas. Provavelemnte, sim.

Ele explicou que a receita tributária do Estado foi drasticamente reduzida como efeito da forte queda do consumo, causada pela proibição da atividade econômica que é consequência do isolamento social.

A fonte desta informação recusou-se a revelar o porcentual da redução dos vencimentos dos servidores durante os próximos três meses.

Mas esta coluna lembra que o governo estadual está renegociando os contratos com seus fornecedores de produtos e serviços, com redução de 30%.

Trata-se de uma providência que outros governos estaduais estão adotado.

O do Paraná, por exemplo, já anunciou a redução dos vencimentos dos seus servidores pelos próximos três meses.

Espera-se, agora, que os deputados estaduaisdo Ceará  tomem a mesma iniciativa, estendendo-a aos servidores do Legislativo, assim como os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado e os magistrados das comarcas da Capital e do interior cearenses.

Seria muito bem-vinda uma providência semelhante da Prefeitura Municipal de Fortaleza e de sua Câmara de Vereadores.

O momento é de renúnciae sarifício de todos.

CHINÊS

Leitor atento desta coluna, Paulo César Queiroz enviou e-mail a esta coluna, refletindo sobre os interesses econômicos grudados no coronavírus.

Ele expõe:

"Qualquer indústria, em qualquer parte do mundo, só produz aquilo que é demandado pelo mercado. Como o parque industrial da China produziu, antecipadamente, milhões e milhões de equipamentos - do respirador pulmonar a luvas, máscaras e sapatilhas - para hospitais e profissionais da saúde de todo o planeta?"

E prossegue: "

"Ninguém produz para estocar. E como explicar agora o apetite chinês, comprando empresas mundo afora, aproveitando a queda das bolsas de valores?"

Faz sentido.

PÂNICO

Ontem, em "live" entre empresários, um deles perguntou:

"A quem interessa espalhar o pânico na população?"

MERCADO LIVRE

Maior exportadora de pescados do Ceará a Compex - que construirá indústria de beneficiamento no Cais Pesqueiro do Mucuripe - vai aderir ao mercado livre de energia.

Seus sócios fizeram as contas:

Pagarão R$ 166 mil/mês se permanecerem no mercado cativo; mas pagarão R$ 106 mil/mês no mercado livre, que só faz crescer.

DOAÇÕES

Até grandes bancos já fizeram doações para ajudar no combate ao coronavírus.

O ItaúÚnibanco doou R$ 1 bilhão - a maior doação já feita no Brasil.

Ainda não se conhece o sacrifício que farão - e se farão mesmo - os bem remunerados deputados, senadores e servidores do Congresso Nacional.

Nem os ministros e funcionários do Poder Judiciário.