Ceará fabrica e exporta maior pá eólica da América Latina

Produzida pela cearense Aeris Energy, que tem fábrica no Pecém, a pá, encomendada pela alemã Nordex, tem 80,1 m de comprimento. E mais: 1) Tapete vermelho para australianos; 2) A força do agro cearense; 3) Hidrogênio sem S. Francisco

Festa na cearense Aeris Energy, que fabricou e exportou para a Europa, na semana passada, a maior pá eólica já produzida na América Latina: ela tem 80,1 metros de comprimento e foi encomendada pela alemã Nordex, uma das grandes fabricantes mundiais de aerogeradores.

Para o transporte e o embarque dessa pá, a Aeris montou uma operação especial que teve a colaboração técnica das operadoras Tecer e Unilink. 

No mesmo navio – o “Trinitas” – em que foi embarcada a pá de 80,1 metros, foram também acondicionadas outras de 34,5 metros, também fabricadas pela Aeris Energia, cuja unidade industrial está localizada na geografia do Complexo do Pecém, à margem direita da Rodovia 0-85, também chamada de Estruturante.

A Aeris produziu, no ano passado, quase duas mil pás eólicas de diversos tamanhos, mas nenhuma como essa que foi embarcada para a Europa, aonde chegará nesta semana no porto de Roterdã.

Antes de fabricar a pá de 80,1 metros de comprimento, a Aeris Energy havia produzido uma de 74 metros, encomendada pela dinamarquesa Vestas, maior fabricante mundial de aerogeradores, que tem uma fábrica de turbinas em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Para a fabricação de pás gigantes, a Aeris investiu cerca de R$ 100 milhões na instalação de equipamentos, infraestrutura e novos processos de gestão. 
 
TAPETE VERMELHO PARA OS AUSTRALIANOS

Autoridades da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará estenderão, nesta segunda-feira, tapete vermelho para receber a equipe de técnicos e executivos, um dos quais o setor jurídico, que a empresa australiana Enegix Energy está enviando a Fortaleza para sequenciar o Protocolo de Intenções celebrado em fevereiro com o objetivo de implantar uma usina de hidrogênio verde no Complexo do Pecém.
 
Trata-se de um empreendimento privado do tamanho de US$ 5,4 bilhões (mais de R$ 28 bilhões), o maior que até hoje já se instalou no Estado.
 
Ele poderá mudar o perfil da economia cearense, melhorando a participação do Estado no PIB nacional, que é hoje de pouco mais de 2,2%. 

Os australianos terão reunião com a diretoria da ZPE do Ceará, quando tratarão sobre o terreno que o seu projeto ocupará.

A usina de hidrogênio verde da Enegix Energy será construída na ZPE, porque 80% de sua produção voltados para a exportação.
 
ENSINO À DISTÂNCIA PREOCUPA

Alguns leitores desta coluna enviaram comentários sobre a nota aqui divulgada sábado, 15, sobre o futuro incerto dos adolescentes brasileiros, que, por causa da pandemia da Covid-19, estão tendo aulas virtuais, a distância, pondo em risco seu futuro profissional diante das exigências do novo mercado de trabalho, que privilegia quem já domina as novas tecnologias.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, empresário Assis Cavalcante, mandou dizer o que se segue:
“Imagino que, ao voltar às aulas presenciais, dentro da normalidade, deverá haver um plano de nivelamento desses adolescentes, pois acredito que houve um grande prejuízo intelectual desses jovens. Esse tema é muito preocupante, principalmente para o exercício profissional no futuro”.

Por sua vez, o economista Lauro Chaves Neto, professor doutor da Uece, escreveu o seguinte: 

“O prejuízo de conteúdo é grave, porém pode ser mitigado com a readequação da grade curricular para os próximos anos. Já o déficit no desenvolvimento social dessa geração está comprometido pela pandemia. Pedagogos e psicólogos precisam desenvolver métodos para abordar essa questão”.

O empresário Cláudio Targino, dono da marca Aguardente Colonial, usou apenas uma palavra para expressar o que pensa sobre o tema: “Preocupante”, disse ele em mensagem à coluna.

Para o agrônomo José Maria Pimenta, agropecuarista em Quixeramobim, “aula sem a presença física do professor é como espingarda sem pólvora: atira, troa, mas não mata a caça”.

STF IMPÕE DERROTA À SOCIEDADE

Uma parte importante da grande mídia, sediada no Sudeste, está a dizer que o governo da União foi derrotado pela decisão, tomada quinta-feira, 13, pelo Supremo Tribunal Federal, que retirou o ICMS da base de cálculo do Pis/Cofins, espetando no Tesouro Nacional mais um bilionário prejuízo.

Ora, o derrotado não foi o governo, mas a sociedade brasileira, que terá de pagar os R$ 258 bilhões de que resultou a decisão dos caríssimos ministros do STF. 

Esta coluna disse sábado, 15, e o repete agora: quando a suprema corte toma uma decisão que envolve a União, é o Tesouro Nacional – isto é, todos nós, contribuintes – que toma o prejuízo, e põe prejuízo nisso.
 
De onde virão esses R$ 258 bilhões? Do Orçamento deste ano, deficitário em mais de R$ 200 bilhões?

Do jeito que está o Brasil hoje – uma ilha cercada de crises por todos os lados – colhe-se a impressão de que o que decidiu o STF parece integrar uma estratégia de levar o país para a situação extrema de quanto pior, melhor.
 
Pergunta: melhor para quem, cara pálida?
 
A resposta é automática: para a oposição e seus porta-vozes, que não desistirão enquanto não chegarem ao poder, expulsando-o pelo voto ou por outra via quem o ocupa agora.

CRISE ENERGÉTICA: COMEÇARAM OS LOBBIES

Há uma crise no setor energético brasileiro. Por causa da baixa pluviometria, as barragens das hidrelétricas do Sudeste do Centro Oeste estão aquém do esperado. 

Resultado: uma briga crescente de lobbies. Há os que defendem a operação imediata de todas as usinas termelétricas, incluindo as movidas a carvão mineral, e há os que são contra, permitindo apenas as movidas a gás, que polui menos o meio ambiente.

O governo já disse que a chance de racionamento de energia é perto de zero, exatamente porque as termelétricas e as usinas de fontes renováveis, como a eólica e a solar, garantirão a oferta da energia necessária ao consumo da atividade econômica, que entrou na curva de aclive, evitando-se qualquer restrição.

ECONOMIA: PREVISÕES DA ASA INVESTMENTS

Atentem para o trecho a seguir, extraído do relatório que a Asa Investments encaminhou aos seus clientes no fim de semana que passou, e mostra uma luz surgindo no fim do túnel da economia brasileira.
 
O relatório é assinado pelos economistas Carlos Kawall, Gustavo Ribeiro, Débora Nogueira, Leonardo Costa e Gabriel Braga:

“Com a mobilidade retornando mais rapidamente do que o esperado e com os efeitos limitados da segunda onda da Covid-19 sobre a economia, passamos a projetar alta de 4,5% para o PIB em 2021. Revimos também as nossas estimativas para a taxa de desemprego, que deverá atingir 13,5 ao final do ano, e para a Dívida Bruta, que deverá alcançar 86,8% do PIB em dezembro. O IPCA deverá ficar acima do topo da meta em 2021, atingindo 5,4%, e mais próximo do centro da meta em 2022, em 3,6%, condicionado à taxa Selic, que deverá atingir patamar nominal neutro de 6,5% ao final do ano.”

SENAI-CEARÁ FORMA MARCENEIROS NO SISTEMA PRISIONAL

Festa no Senai-Ceará, que acaba de qualificar, profissionalmente, mais uma turma de internos da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, no município de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza.

A turma, integrada por 18 internos, recebeu o diploma de conclusão do curso de Marcenaria de Móveis sob Medida. As aulas foram ministradas pelo professor Otávio Soares da Silva, coordenador do Senai Barra do Ceará.

O curso, que integrou o trabalho de ressocialização da Secretaria da Administração Penitenciária, executado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-Ceará), teve carga de 160 horas. 

O Senai-Ceará está integrado à execução do Projeto de Implantação de Oficinas Produtivas Permanentes em estabelecimentos penais (Procap), financiado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

A FORÇA DO AGRO NO CEARÁ

José Dias, industrial cearense do setor químico, virou uma fera ao ler, numa rede social de cearenses, a opinião de alguém que considerou o “pífio” o agronegócio do Ceará.

Dias respondeu na hora, nos termos a seguir:

“Não concordo! Temos uma das maiores  plantas de defensivos agrícolas do Brasil que é a Nufarm, temos grandes produtores de rações,  somos os maiores beneficiadores e exportadores de cera de carnaúba do país, somos o maior beneficiador e exportador de castanha de caju, temos grandes produtores e exportadores  de flores e frutas, temos uma avicultura fortíssima com alta produção  de frango e ovos (produzimos diariamente milhões de ovos  e são  abatidos  toneladas  de frangos), somos grandes produtores e exportadores de peles e couros, somos o maior exportador de sapatos do Brasil (representando 10% de toda a exportação do Ceará).

“Somos produtores e exportadores de sucos de frutas (caju, melão  melancia e frutas cítricas), somos grande produtor de coco e água  de coco, somos o maior beneficiador e exportador de lagostas do Brasil, somos produtores de algodão e temos uma indústria têxtil considerável, temos grandes produtores de camarão do país, somos o  maior produtor de leite e derivados do Nordeste, somos grande produtor, beneficiador e exportador de mel de abelhas, somos grandes  produtores de cana de açúcar e grandes fabricantes de  álcool  e aguardente, estamos começando  a produzir e beneficiar o trigo, temos um parque industrial  pesqueiro  relevante, e muito mais.”

MAIS UMA FINTECH ABRE-SE NO CEARÁ

Aproveitando o vento a favor, deram-se as mãos os cearenses Ivan Teófilo e Heitor Viana, que criaram a Sifbank, uma fintech que será oficialmente lançada na noite de quarta-feira, 20, em evento a ser transmitido pelo Instagram da empresa.
Fintech é uma expressão que, em português, significa tecnologia financeira. Essa tecnologia é usada para desenvolver e oferecer produtos financeiros totalmente por meios digitais.

Os sócios da Sifbank, com experiência no mercado financeiro, chegam com uma novidade: a busca de franqueados no Ceará e fora dele.
 
Hoje, no Brasil, já operam quase 800 fintechs. Como em todo negócio, o das fintechs também carrega risco, principalmente o da inadimplência (podem chamar-me de calote).

BANCO CENTRAL DESBUROCRATIZA 

Boa providência tomou o Banco Central do Brasil, que reduziu para 779 os 1.692 comandos normativos que havia sobre Proagro e Crédito Rural.

A burocracia foi revisada e reduzida em 50%.

Tem mais: o Banco Central editou 63 normativos consolidadores, o que permitiu a revogação de 578 normas que estavam ou desatualizadas ou tratavam de assuntos repetitivos.

Aos poucos, as coisas estão mudando.

HIDROGÊNIO VERDE SEM SÃO FRANCISCO

Empresários cearenses da indústria e da agropecuária enviaram mensagens a esta coluna, advertindo que será impossível o uso das águas doces do Projeto São Francisco de Integração de Bacias na operação da futura usina de produção de hidrogênio verde, no Complexo do Pecém.

Em primeiro lugar, o volume das águas do São Francisco é pouco para atender as necessidades do Canal Norte, que abastecerão o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte.

Um dos mensageiros mandou dizer que, antes de dar partida à usina de hidrogênio verde, o governo do Estado do Ceará deve, primeiro, pressionar as donas das termelétricas Pecém 1, que é a EDP, e Pecém 2, que é a Endeva, para que troquem, imediatamente, o carvão mineral por gás natural, menos poluente, ou por energias renováveis, como a eólica e a solar.
 
Mas, pelo andar da carruagem, a energia que moverá a usina de hidrogênio verde será eólica, gerada dentro do mar (“offshore”), se o Ibama aprovar o licenciamento ambiental de dois grandes projetos com potência de mais de 950 mil MW.

LIVRE, EDUARDO CUNHA FALA NA TEVÊ CONTRA O PT

No horário mais nobre da tevê, apareceu ontem por quase uma hora o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que, depois de ter comandado o “impeachment” da presidente Dilma Roussef, foi preso, investigado, julgado e, em março de 2017, condenado a 15 anos de cadeia, da qual já saiu beneficiado por decisão da Justiça.

Elegantemente vestido e falando com facilidade sobre os fatos mais recentes da política brasileira, ele ainda mergulhou na análise do futuro próximo.
 
Eis um resumo que ele disse à CNN:

“Sou inocente e fui vítima de um juiz (Sérgio Moro) parcial e incompetente”;

Não é bolsonarista, mas se, na eleição de 2022, Bolsonaro e Lula forem para o segundo turno, votará no primeiro.
 
“A prisão de Lula, assim como a minha, foi um absurdo, mas não voto em Lula. Já vi o PT”, afirmou;

Na sua opinião, um candidato de centro, forte, terá todas as chances de derrotar tanto Bolsonaro quanto Lula, pois a sociedade brasileira não quer essa polarização extrema direita e extrema esquerda;

Cunha entende que todos os outros políticos listados como candidato – ele citou Moro e Ciro Gomes – não passarão de 7%, “como estão agora”.

Eduardo Cunha criticou Renan Calheiros, que está fazendo “ativismo político no palanque” da CPI da Covid. Renan é o relator da comissão.

Ele considerou como algo natural da política a aproximação de Bolsonaro aos partidos do Centrão. Ou ele fazia isso ou correria o risco de impeachment.
  



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