Venceram a ciência da Embrapa Agroindústria Tropical e o bom senso dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira por meio de Nota Técnica, fundamentada em argumentos científicos, propôs e a segunda, analisando as razões apresentadas concordou com a ampliação dos “Limites Máximos Tolerados” contaminantes na castanha de caju, cujo índice passou de 10% para 30%, o mesmo que vigora nos Estados Unidos, na Europa e no Canadá.
A Nota Técnica da Embrapa Agroindústria Tropical deixou claro que a contaminação do cajueiro – e do caju e de sua amêndoa -- por minerais, incluindo o cobre, faz parte da fisiologia da planta. Tanto é assim que na Índia e no Vietnã, maiores produtores mundiais de caju, os Limites Máximos Tolerados alcançam 100%, pois não oferecem perigo à saúde humana.
Com esses argumentos concordou a diretoria colegiada da Anvisa, o que encerra a apreensão dos industriais do caju no Ceará e nos demais estados nordestinos.
Amanhã, o pesquisador Gustavo Saavedra, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, que tem sede em Fortaleza; o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira; o deputado federal cearense Danilo Forte; e a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitarão os diretores da Anvisa, em Brasília, aos quais agradecerão a decisão tomada ontem e efetivada por meio da Instrução Normativa 152, publicada hoje no Diário Oficial da União.
A decisão da Anvisa alivia a apreensão da indústria cearense de beneficiamento do caju, cujas exportações de amêndoas geram mais de US$ 80 milhões.