Água do São Francisco: bombeamento só voltará em julho

O serviço está suspenso desde 13 de maio e, quando for retomado, privilegiará a PB e o RN. E mais: 1) Chesf dormiu e não viu as novas energias; 2) BR-116 é uma buraqueira só. E a Estrada do Algodão, também; 3) "Olé" saúda goleada do Fortaleza

No site do Ministério do Desenvolvimento Regional, há uma informação, datada do último dia 2, segundo a qual amanhã, terça-feira, 8, será retomado o bombeamento das águas do Projeto São Francisco de Integração de Bacias para o lado cearense do Canal Norte.

Esse bombeamento está suspenso, desde o dia 13 de maio passado, para a realização de trabalhos de manutenção dos equipamentos e bombas das três Estações Elevatórias, localizadas no lado pernambucano do Canal Norte.
 
Esses trabalhos, segundo se deduz do que está no site do MDR, já foram executados, razão pela qual o bombeamento será retomado. 

Mas uma fonte da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará revelou ontem a esta coluna que os serviços de manutenção das Estações Elevatórias e de alguns trechos do Canal Norte, entre Salgueiro e Jati, prosseguirão até início de julho, quando, então, a água voltará a ser bombeada.

A mesma fonte da SRH adiantou que, quando o bombeamento for retomado, o MDR dará prioridade ao enchimento das barragens e trechos do Canal Norte que se dirigem à Paraíba e de lá, por leitos de rios, ao Rio Grande do Norte.

De acordo ainda com a mesma fonte, “o MDR necessita de testar o trecho do Projeto São Francisco até o reservatório Caiçara, em São José de Piranhas, na Paraíba, que está pronto há bastante tempo e até agora não testado.
 
Só depois disso é que as águas do São Francisco voltarão a correr no rumo do açude Castanhão.

A propósito: na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) liberou para o Governo do Ceará R$ 31,6 milhões para que tenha sequência a construção do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Foi o segundo repasse feito pelo MDR para esse empreendimento de rara importância para os recursos hídricos do Ceará. A liberação anterior foi de R$ 15 milhões.

O Cinturão das Águas absorverá uma montanha de dinheiro do tamanho de R$ 1,6 bilhões, dos quais o governo federal já liberou R$ 1,2 bilhão.
 
A parte que cabe, como contrapartida, ao Governo do Estado é de R$ 393,5 milhões.
 
O CAC está em plena pré-operação desde o último mês de março, diz o site do MDR.

CHESF DORMIU E NÃO VIU AS NOVAS ENERGIAS

Há três anos, esta coluna insiste na crítica à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que estacionou no tempo e não viu passar a banda das energias renováveis.
 
Hoje, sua cascata de barragens enfrenta problemas crescentes de recarga, resultado da mudança climática – tem chovido cada vez menos sobre as nascentes do rio São Francisco e dos seus afluentes no Sudeste e na região Central do país.
 
A Chesf só tardiamente se apercebeu de que, para além da hidrologia, o mundo moderno descobriu outras fontes geradoras de eletricidade, que trazem uma vantagem: são gratuitas, dádivas da divina natureza, e estão abundantemente disponíveis em toda a sua paróquia de atuação, o Nordeste. 

Neste momento, o Brasil do Sul, Sudeste e Centro Oeste enfrenta mais uma crise de energia elétrica gerada pela fonte hidráulica. 

O período de chuvas nessas regiões foi raquítico e, como consequência, reduziram-se ao mínimo a vazão de seus principais rios e o volume de suas grandes represas, como Itaipu, que barra o rio Paraná, cujos principais afluentes – Iguaçu, Tietê e Paranapanema – também minguaram e seguirão minguando até outubro quando o ciclo natural retomará a fase chuvosa. 

Como o sistema elétrico brasileiro é hoje integrado, são as hidrelétricas do Norte, onde os grandes rios registram hoje cheias históricas, e do Nordeste que garantem hoje a oferta de energia àquelas áreas em crise.
 
Mas não foi apenas a Chesf que não percebeu a chegada e o rápido avanço das novas energias. O Ministério de Minas e Energia, que em 2001 enfrentou um apagão, preferiu criar estímulos fiscais para a instalação de usinas termelétricas movidas a carvão mineral e a óleo diesel, do que incentivar investimentos nas energias eólica, solar e de biomassa.
 
Só em 2009, despertado pelo empresário cearense Lauro Fiúza, pioneiro na inversão privada no setor, o governo brasileiro acordou para a importância das energias renováveis. 

O então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acompanhado de Fiúza, que organizou a viagem, e de uma comitiva de autoridades e empresários, visitou durante uma semana os projetos eólicos já implantados e em implantação na Espanha.
 
Este repórter, que cobriu com exclusividade essa viagem para o Diário do Nordeste, testemunhou a surpresa do ministro Lobão, que havia embarcado para Madri sem dar muita importância à energia gerada pela força dos ventos, e voltou com a certeza de que encontrara a melhor alternativa para reforçar o sistema elétrico brasileiro.
 
Em pouco tempo, o governo tomou medidas legais que permitiram grandes investimentos na construção de parques eólicos que agora existem desde o Rio Grande do Sul até o Piauí. 

O Nordeste concentra a maior parte deles. 

Mas a sensibilidade empresarial voltou-se, também, para a energia solar, que, em 2015, tinha custos altíssimos. Depois de muitas pesquisas e grandes investimentos, esses custos da geração solar desabaram e estão hoje no mesmo nível das fontes eólica e hidráulica.
 
Empresa estatal, a Chesf mantém-se presa às limitações de sua burocracia, em razão do que seus projetos de geração eólica e solar caminham a passos de tartaruga, enquanto diante de sua janela corporativa passa a banda empresarial das energias renováveis. 

OPOSIÇÃO PREOCUPADA COM BOAS NOTÍCIAS

Avança a campanha nacional de imunização contra a Covid-19, e com boas perspectivas: há mais ofertas de vacinas diferentes.
 
E como se isto não bastasse, a Fiocruz passará a produzir, a partir de outubro, uma vacina 100% brasileira, incluindo os insumos, que serão desenvolvidos pela Fiocruz, no Rio de Janeiro, com base num banco de células e vírus enviado pelos EUA.

Ou seja, a pandemia e seus efeitos tendem a ser reduzidos no curto prazo no Brasil, cuja economia dá sinais fortes de retomada da atividade, de que são prova o surpreendente PIB do primeiro trimestre deste a ano e os superávits da balança comercial e das contas externas e a queda da dívida pública, que deverá fechar o ano em 83,5% do PIB, segundo os economistas (no ano passado, essa relação dívida/PIB passou dos 90%).

Não são boas notícias para a oposição e seus porta-vozes, que na ânsia de acelerar um possível processo de impeachment contra o presidente Bolsonaro, querem abreviar a vida da CPI da Covid, cujo relatório final, já elaborado, vai acusar o Chefe da Nação de culpado pela morte das, até agora, quase 500 mil pessoas vítimas da pandemia.
 
Com vacinação em massa e encomia retomando seus níveis normais de atividade, o ambiente interno melhorará, com boa repercussão junto à opinião pública, e isto não é o que deseja o universo oposicionista, que, agora, tenta nova estratégia: criar cisão nas Foças Armadas. 

Teremos, pois, uma caminhada difícil e complicada até outubro de 2022, quando – se nenhum contratempo houver – acontecerão as eleições para os governos e parlamentos estaduais, para as duas casas do Congresso Nacional e para a Presidência da República. 

Há, pois, pela frente, um ano e quatro meses de grandes e fortes emoções.

ALÔ, DNIT! A BR-116 VIROU UMA BURAQUEIRA SÓ

Empresários agropecuaristas que têm de transportar até Fortaleza, por rodovias, sua produção reclamam da precariedade da BR-116, que está “uma lástima”, com alto índice de acidentes provocados pelos buracos, segundo um pecuarista.
“Alô, Dnit, cadê você? No Ceará, você sumiu?”, pergunta ele.
 
Mas o problema estende-se, também, às estradas estaduais.

Um agroindustrial denuncia que a chamada Estrada do Algodão, entre Triângulo, em Chorozinho, e Quixadá, “é uma cratera só”, e pede providências do DER.

UMA SOLUÇÃO PARA AS DÍVIDAS DO FINOR

Ao longo desta semana, o presidente Bolsonaro deverá sancionar as MPS 1016 e 1017, aprovadas pelo Congresso, que permitem a renegociação das dívidas do FNE, FNO, Finor e Finanm (Nordeste e Amazônia).

Na prática, o governo tirará do armário um esqueleto de mais de R$ 30 bilhões formado por uma desastrosa gestão daqueles fundos, que transformou facilidades em dificuldades.

Essa má gestão atrasou as liberações dos recursos, forçando o empresário a investir seus próprios recursos para a execução do cronograma financeiro do empreendimento, na certeza de que o governo cumpriria a sua parte, o que não aconteceu.
 
Resultado: hoje, a inadimplência do Finor – só do Finor – chega aos 99%, o que prova que o sistema era mesmo equivocado.
 
A sanção presidencial, se acontecer será o alívio de que necessitam, como respiradores nesta pandemia da Covid-19, mais 1 mil empresas nordestinas e nortistas. 

JOVEM CEARENSE BRILHA NO HIPISMO

Montando a égua Darlene, a jovem cearense Maria Clara, de 13 anos de idade, neta do empresário cearense Cristiano Maia, maior criador de camarão do país, classificou-se em segundo lugar na primeira seletiva, realizada ontem em Brasília, para o Sulamericano de Hipismo, que se dará no fim deste ano em São Paulo.

Nesta semana, Maria Clara irá para Laranjal Paulista, onde o avô é dono de um haras e onde ela se preparará a mais uma seletiva, que se realizará no fim deste mês na capital paulista.
 
JORNAL "OLÉ" SAÚDA A GOLEADA DO FORTALEZA

Está na capa do site do Olé”, maior jornal esportivo da Argentina:

“El Fortaleza de Vojvoda goleó al Inter”.

E acrescenta: “Fue 5-1 por el Brasileirao”.

O técnico do tricolor do Pici, argentino Juan Pablo Vojvoda - que tem também nacionalidade italiana - põe o futebol cearense na mídia internacional.

 

 



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