Agronegócio sugere água de reúso para irrigação de palma

No RN e PE, a água do sistema de esgoto, tratada, já irriga campos agrícolas e gramados de estádios de futebol. Leia mais: 1) Assaí abrirá nova loja em Fortaleza; 2) Fiec ouve Maia Júnior; 3) Bolsonaro tem um Centrão de problemas; 4) A Reforma do Imposto de Renda

Que tal a Cagece utilizar – nos municípios onde atua no interior do Estado – água de reúso para a irrigação agrícola? 

Isto já é feito em alguns pequenos municípios do sertão do vizinho Rio Grande do Norte, onde campos irrigados com água de reúso produzem palma forrageira, um alimento saboroso, nutritivo e barato para o rebanho bovino leiteiro, principalmente.
 
A Cagece já anunciou que pode fornecer até 6 metros cúbicos por segundo de água de reúso às empresas australianas que pretendem implantar usinas de produção de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém.
 
É um volume que nenhuma cidade cearense, além de sua capital, tem condição de ofertar. 

Mas a irrigação de palma forrageira, por exemplo, exige pouca água – um hectare cultivado de palma precisa, para a sua irrigação, de apenas 30 mil litros por semana. Repta-se: por semana!

Talvez Sobral, Juazeiro do Norte, Quixadá, Crateús, Tauá e Iguatu possam oferecer água de reuso, oriunda de seu sistema de tratamento de esgoto, para projetos de plantação de palma ou, quem sabe, para manter verdes os gramados de seus estádios de futebol, com faz a Prefeitura de Afogados da Ingazeiras, em Pernambuco.

Para o empresário Carlos Prado, vice-presidente da Fiec e fundador da Itaueira Agropecuária e da Ceará Máquinas Agrícolas (Cemag), “este é um tema interessante para o Ceará, pois estimula as prefeituras a investirem no tratamento do esgoto, destinando toda a água de reúso para a produção agropecuária, como o que já estão a fazer municípios potiguares e pernambucanos”.
 
Por sua vez, o presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios, José Antunes Mota, sugere que “as construções modernas devem ter reservatórios para a guarda desse tipo de água”, proposta que deve mobilizar arquitetos engenheiros.

Bem, na prática a teoria é diferente. Uma Estação de Tratamento de Esgoto é equipamento que custa caro. Mantê-la, mais ainda.
 
BOLSONARO: UM CENTRÃO DE DIFICULDADES

Como está enviesado – ou seja, pendendo para um só lado -- o noticiário sobre os fatos da política, da economia, da cultura, da Amazônia, da vacinação contra a Covid-19 e da Copa América, da Libertadores e do Brasileirão – é difícil entender, do ponto de vista da neutralidade, o que se passa.
 
Mas, pelo que se lê, pelo que se ouve e pelo que se vê, o Brasil atravessa uma zona de turbulência pesada que, seguindo os procedimentos da aviação, pode terminar num pouso de emergência, cujo sucesso, dependendo da habilidade do piloto, poderá ser suave ou difícil.

Por suave entenda-se o fim da crise política com a manutenção do mandato do presidente da República, mesmo acirrando-se a polarização da extrema direita com a  extrema esquerda que, pelo menos por enquanto, tende a marcar a eleição do próximo ano.

Por difícil deve ser compreendido o início de um processo de impeachment do presidente da República, e aí será a hora de a onça beber água. 

O Centrão, que hoje apoia o presidente, manterá esse apoio? A pergunta é pertinente, pois os líderes do Centrão costumam trocar de lado conforme a expectativa de poder.

O Palácio do Planalto, leia-se o presidente Bolsonaro, deve, o quanto antes, mostrar que é infundada a denúncia do deputado Luiz Miranda, do DEM do Distrito Federal, e de seu irmão Luiz Ricardo, funcionário do ministério da Saúde, segundo a qual o governo da União celebrou, em fevereiro deste ano, contrato para a compra por preço superfaturado – R$ 1,6 bilhão – de um lote de 20 milhões da vacina indiana Covaxin, ainda não aprovada pela Anvisa.

Para sorte do Planalto, nenhum pagamento pela compra foi feito, e este é o único fato que, neste caso, conta a favor do presidente, que foi levado às cordas pela CPI da Covid, que se reuniu em plena sexta-feira passada no Senado.

Há outro detalhe que pode contar em benefício do governo: o deputado Luiz Miranda tem um passado de encrencas ligados a malfeitos, incluindo um golpe que aplicou em vários brasileiros, um dos quais o denunciou no “Fantástico” por prejuízo de R$ 150 mil. Em Brasília, Miranda foi denunciado à Justiça por emissão de cheques sem fundo e estelionato.

Se isto amenizará ou não a força da denúncia dos irmãos Miranda, só a CPI decidirá – e a CPI tem ampla maioria dos que são contra o governo, o que já antecipa o grau de problema que enfrentará o presidente nesta que é mais uma semana de duros problemas para ele.

Como reagirá o mercado, nesta segunda-feira, a este fato novo da crise política saberemos às 10 horas, quando será aberto o pregão da Bolsa B3, que também está de olho no comportamento do Congresso diante da proposta de reforma do Imposto de Renda encaminhada na sexta-feira, 26, mesmo dia da denúncia dos irmãos Miranda.

A REFORMA DO IMPOSTO DE RENDA

Por falar na reforma do Imposto de Renda, a consultoria Wealth High Governance distribuiu a seus clientes um resumo dela, do qual esta coluna pinçou o seguinte:

Os lucros das empresas localizadas em paraísos fiscais serão tributados de acordo com a tabela progressiva do IR, até 27,5%. As não localizadas em paraísos fiscais não foram incluídas na nova regra;

Os ganhos auferidos por fundos fechados passam a ser tributados com alíquota de 15%. O estoque de rendimentos será considerado distribuído e passível de tributação a partir de 1º de janeiro de 2022, com alíquota de 15%, devendo o IR ser recolhido até 31 de maio daquele ano;

Fundos e carteiras de ações continuam a ser tributados no resgate, com alíquota de 15%.
 
Atenção! Rendimentos em aplicação em renda fixa e variável sujeitam-se à incidência do IR na fonte com alíquota de 15%, incluindo ganhos auferidos na Bolsa;

A partir de 2022, terá fim a isenção sobre os rendimentos distribuídos por Fundo de Investimento Imobiliário;
Será mantida a isenção dos ganhos líquidos auferidos em Bolsa, até o limite de R$ 20 mil.
 
À margem das questões acima apresentadas pela WHG, ergue-se a suspeita de que a reforma do IR prejudicará a classe média, que não terá mais como deduzir os gastos com despesas de educação e saúde.
 
Essas deduções serão extintas, se a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, aprovada pelo Congresso. 
Haverá choro e ranger de dentes dos assalariados.

MUDANÇA NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Aprovado no Senado, está prestes a ser votado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3819/2020, que, na opinião de uma das partes interessadas, concentrará o mercado rodoviário nacional de transporte de passageiros nas mãos de poucas grandes empresas de ônibus.
 
De acordo com o ponto de vista desse lobby, o PL, se aprovado, colocará em risco 15 mil linhas rodoviárias em todo o País.

Desconhece-se, até agora, a posição do lado que apoia o projeto, razão por que não se sabe quais são suas virtudes, se é que elas existem. 

A proposta tem um defeito, enxergado pelos que são contrários a ela: cria barreiras à entrada de novos operadores, principalmente pequenas e médias empresas, devido à exigência de capital social mínimo de R$ 2 milhões.

O setor de turismo está preocupado, porque são de pequeno porte as empresas de ônibus que operam na área, inclusive aqui no Ceará, onde também é de preocupação e expectativa o ambiente.

O transporte rodoviário de passageiros no Brasil é quase uma reserva de mercado. Se o PL 3819 (eis um milhar para o jogo do bicho) tiver o objetivo de por termo a essa reserva, ótimo.

O autor do projeto é o senador Marcos Rogério, do DEM de Rondônia, mas seus idealizadores são os senadores Acir Gurgacz, do PDT do mesmo estado de Rondônia, e Rodrigo Pacheco, do PSDB de Minas Gerais, presidente do Senado, ambos donos de empresas de ônibus nas suas bases eleitorais, os quais estão, claramente, tentando legislar em causa própria. 

Ainda de acordo com o lobby contrário ao PL, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, está manobrando pela aprovação do PL como forma de agradar ao seu colega presidente do Senado.

É assim que se faz política no Brasil. O interesse público passa ao largo, quando passa, pois, na maioria dos casos, ele é proibido de passar.

FIEC LANÇA PROJETO “100% CEARÁ”

No ato de lançamento do programa “100% Ceará”, realizado ao meio-dia de sexta-feira, 25, o secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Maia Júnior, encantou-se a tal ponto com o futuro próximo da economia cearense, que falou por uma hora e meia sobre o que está acontecendo e o que vai acontecer aqui neste e nos próximos anos.

Maia deveria ter falado por 15 minutos, mas, com o entusiasmo que o caracteriza quando o assunto são novos grandes investimentos para o estado, ele olvidou o relógio.

Resultado: toda a programação elaborada pela Fiec para celebrar o evento teve de ser readaptada, e a apresentação do Projeto “Ceará 100%” foi reduzida ao mínimo do mínimo.

Apesar de longo, o "speach" de Maia Júnior foi aplaudido pelo auditório, que saiu da reunião bem informado, em detalhes, sobre o futuro da econoimia cearense. 
 
O "Ceará 100%" é uma parceria da Fiec com o Sindroupas e a Câmara Setorial da Moda, setores aos quais a pasta de Maia Júnior tem dedicado atenção especial.

No encerramento da reunião, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, teve tempo para dizer:
 
“Fico muito feliz por lançarmos hoje o ‘100% Ceará’. Ele irá fortalecer o setor da moda cearense, vocação histórica do estado e que merece manter e ampliar sua posição de destaque no Brasil e no mundo, gerando emprego e renda, de forma articulada e inovadora. Tenho certeza de que a união de nossos esforços trará grandes resultados”.

ASSAÍ TERÁ MAIS UMA LOJA EM FORTALEZA

Oportunidade de emprego! A rede Assaí Atacadista, que já tem 9 lojas no Ceará, vai abrir mais uma em Fortaleza, para a qual iniciou a inscrição de candidatos a uma das 280 oportunidades de emprego que seu novo ponto de venda criará. 

As oportunidades, criadas para compor o time da nova loja que será inaugurada no bairro Coaçu, nesta capital, são todas efetivas e abrangem diferentes áreas e funções operacionais. 

Entre elas, estão as de chefe de seção, nutricionista, fiscal de prevenção de perdas, auxiliar de cozinha, repositor de mercadorias, operador de caixa, auxiliar de manutenção, operador de empilhadeira, entre outras funções que também incluem oportunidades para pessoas com deficiência. 

Os interessados devem se cadastrar exclusivamente no site https://expansaoassaifortaleza.gupy.io/ até o dia 23 de julho. Para iniciar a participação no processo seletivo, é necessário ter em mãos RG, CPF, número de telefone e endereço de e-mail.  

 

 



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