Fortaleza: vitória contra Imperatriz tem baixa intensidade e funcionamento sem camisa 9

Time cearense demorou para pressionar o rival maranhense, mas voltou para o 2º tempo melhor e garantiu o resultado nesta segunda-feira (17) em dois gols com ações de David

Legenda: David marcou um gol e participou do lance do outro, garantindo a vitória do Fortaleza
Foto: Foto: Luan Erick / Fortaleza

Muita transpiração, pouca inspiração. O Fortaleza esteve longe de uma partida brilhante contra o Imperatriz, nesta segunda-feira (17), no estádio Frei Epifânio, mas trouxe o resultado apesar da baixa qualidade da partida. Em campo, vitória por 2 a 1 que veio com gol contra de Renan após lance individual de David, que fechou o placar - Matheus João descontou.

É fato que a sequência de viagens atrapalhou o rendimento, só que a disparidade dos elencos não existiu no Maranhão. Regressando da Argentina, o time viajou para São Luís no domingo (16) e chegou no palco da partida no dia seguinte. O processo desgastou e foi evidente, mesmo com Rogério Ceni escalando peças titulares, como o goleiro Felipe Alves, o zagueiro Quintero e o meia Mariano Vázquez.

O esquema 4-2-4 praticamente foi nulo na etapa inicial. Diante dos donos da casa com linhas adiantadas, o Leão teve a posse de bola concentrada apenas na defesa. Na verdade, o time sequer criou, as únicas chances foram construídas por erros maranhenses.

De positiva, a postura dos zagueiros - Quintero e Michel - nas bolas alçadas na área, principal arma do "Cavalo de Aço". Sem velocidade, o meio-campo se adaptou ao estilo do rival e se transformou em 4-3-3, com David e Marlon afunilando pelas pontas.

A crítica como contraponto reside pela baixa intensidade do Tricolor. Sem pressa, foi até previsível e esteve longe do protagonismo: tinha a posse e nada de perigo. Para um teste dos que brigam por vaga, a nota é baixa pelo coletivo. Tudo porque as características exigidas são as mesmas, o peso é o nível das suplências do elenco.

A volta do intervalo foi o divisor de parâmetros. A imposição começou a se construir quando o Fortaleza escolheu a velocidade como ferramenta de avanço em uma postura de passes rápidos pelas laterais e chegada dos volantes Derley e Nenê Bonilha ao ataque.

Inauguração do placar

Legenda: O Fortaleza voltou a campo melhor na etapa final e criou mais no 2º tempo
Foto: Foto: Luan Erick / Fortaleza

A estratégia foi tão efetiva que logo no 1º minuto o tento redentor veio. A transição deixou David no mano a mano, que fez a finta e o chute. Renan se atirou na bola e a mandou contra o próprio patrimônio.

A sequência foi de chances desperdiçadas, apesar da manutenção do placar. No fim, as entradas de Osvaldo e Romarinho ecoavam a mensagem de Ceni: o novo padrão não precisa de um camisa 9. Com flutuação no último terço, o sistema que encarou o Independiente foi reativado.

Solto, veloz e com mobilidade, o Fortaleza evoluiu em criação e perigo. Através de ultrapassagens e marcação pressão, fez valer a qualidade técnica dos titulares absolutos de Ceni. E, aos 26, David tratou de fechar o placar em sinal positivo da reestruturação leonina em 2020. Mas a expressão não é determinista porque o Fortaleza encerrou a partida antes do último apito.

Relaxou contra o Imperatriz, que foi valente ao buscar o placar mesmo sob vaias. Matheus Jesus descontou, já aos 40, e Felipe Alves impediu o pior. O sofrimento não era necessário, ocorreu por descuidado. Serve de alento aos que lutam por títulos, no caso o bicampeonato da Copa do Nordeste.

Ficha do jogo

Imperatriz/MA 1x2 Fortaleza

Competição: Copa do Nordeste
Estádio: Frei Epifânio, no Maranhão
Data: 17 de fevereiro
Cartões amarelos: Rogério Ceni, Marlon e Edson Cariús (F)
Gols: Renan - 01'2T (0-1); David - 26'2T (0-2) e Matheus João - 40'2T (1-2)

Imperatriz: Waldson; Hudson, Henrique Mattos, Renan Dutra e Wesley (Matheus João); Adriano, Dos Santos, Breno e Érison (Nonato); Lucas Campos, Joélson (Cesinha). Técnico: Paulinho. Kobayashi.

Fortaleza: Felipe Alves; Tinga, Quintero, Michel e Carlinhos; Derley, Nenê Bonilha, Marlon e Mariano Vázquez (Romarinho); David (Edson Cariús) e Wellington Paulista (Osvaldo). Técnico: Rogério Ceni.