Comecei a escrever este diário do quarto em que estou hospedado em Bauru, me preparando para mais um jogo do NBB21/22. Amo ser técnico de basquete e poder contribuir com a equipe da qual faço parte. É incrível formar pessoas, reunir os componentes em uma equipe e treinar dentro e fora da quadra. A equipe deste ano foi reformulada, não tivemos pré-temporada, foram poucos dias de treino e todos nós ainda estamos nos conhecendo e nos entrosando. Mudanças são sempre difíceis e requerem um tempo de adaptação até tudo se ajustar da forma como visualizamos.
A viagem desta semana começou no domingo de manhã, partimos de Fortaleza com destino à Campinas, o céu estava bem azul, com ótima visibilidade, o dia estava radiante. Ao chegarmos no aeroporto de Viracopos nossa equipe fez um rápido lanche, nós 15 comemos pizza, o momento foi muito gostoso, senti uma união e uma boa vibração.
E de lá embarcamos num ônibus rumo à capital de São Paulo para a nossa estreia em partidas fora de casa do NBB21/22. Pela estrada vi muitas árvores de eucalipto até chegar na capital econômica do nosso país, onde o profissionalismo e o bom atendimento ao público impera.
Isso nos mostra que treinamento, respeito, seriedade e dedicação ao que se faz é muito importante e dá um bom resultado.
Foi anoitecendo naquele domingo, o dia estava acabando e nós chegávamos a Sampa. Fiquei no hotel em que costumava ficar quando criança, depois quando era jovem e depois já adulto. Neste icônico hotel já se hospedaram Iuri Gagarin, Gina Lollobrigida, Edith Piaf, Carlos Lacerda entre centenas de pessoas de diferentes áreas que foram reconhecidas por seus feitos internacionalmente. O hotel já não é mais no mesmo local, mas ainda carrega consigo o charme de outrora.
Naquela mesma noite de domingo reencontrei o meu irmão depois de 2 anos sem nos vermos. Foi um jantar repleto de memórias que revivemos naquele presente.
No dia seguinte jogamos contra a equipe do Pinheiros, e nesta segunda à noite, saí do jogo e fiquei pensando, refletindo sobre a partida, que poderíamos ter tido uma melhor performance. Passei a madrugada questionando, avaliando, sofrendo e me reerguendo da derrota.
Na terça de manhã partimos para Bauru, ao chegarmos lá sentimos a mudança na temperatura, lá estava mais quente, deixamos de sentir aquele frio da capital.
Logo ao aportar em Bauru fui à um compromisso marcado previamente de forma super organizada. Participei de um podcast de basquete, contei sobre a minha vida no basquete, das longas estradas, das múltiplas cidades e residências por onde estive, do trabalho de técnico durante 51 anos. Foi muito prazeroso poder contribuir com a equipe que faz este podcast Papo de Baska, profissionais engajados num projeto bacana e remanescentes das quadras.
O basquete é muito mais que um jogo, é uma religião para mim. E naquela terça fui do estúdio do programa para mais um treino pré-jogo do dia seguinte, no ginásio Panela de Pressão. Foi um treino muito proveitoso, com foco, concentração e com todos dando o máximo de si para ajustramos o nosso jogo, nos entrosarmos e melhorar o que é possível no momento.
Viajamos por longas horas e passamos por diversos aeroportos, ônibus e hotéis, sim, é bem cansativo, mas amo a minha profissão, faço com muito prazer e me dedico por inteiro, não só dentro como também fora do retângulo da quadra.
Ontem jogamos contra o Bauru e o resultado não foi o que buscamos, mas vida que segue e continuamos nosso treinamento, com foco, força e nos adaptando nesta nova temporada no Fortaleza Basquete Cearense. Hoje estamos viajando de volta para Fortaleza para mais uma semana de luta, garra, suor e dedicação, assim é a minha vida.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.