Vislumbro o ano novo com esperança e otimismo de que dias e anos melhores virão. Sei que há dificuldades pelo caminho, em relação à vacinação, que deve ser para todos, para que o vírus não siga propagando; em relação a economia e à fome aqui pelo Brasil, que atinge hoje em torno de 19 milhões de pessoas, este número é quase o dobro de 2018, quando por volta de 10 milhões de pessoas passavam fome aqui no país. O extremismo é mais uma das dificuldades que enfrentamos e que dá em boa coisa, como sabemos e sentimos, o extremo racha, esfacela, fragiliza e parte um país, uma nação.
Falando sobre extremos, em que o egocentrismo é um fator característico e marcante que leva ao caos, me veio a cabeça o filme “Não Olhe Para Cima”, que está tendo grande repercussão e levando a reflexões e debates sobre o mundo real, que é mostrado na tela, com um toque refinado de ironia. Expõe a frivolidade e os interesses escusos de governantes, das mídias, das empresas e como estes setores lidam com a ciência/cientistas. Questões profundas e muito atuais.
A falta de humanismo, de sentimento e a desarmonia, causam uma revolta nos inconformados com a desigualdade, como eu. E nos faz empenhar a nossa força para fazer uma revirada em busca de mudanças.
Eu admiro pessoas apaixonadas pela vida, que mesmo depois de passarem por decepções e perdas conseguem se manter fiéis aos seus ideais e propósitos. Ter amor pela vida é ter amor pela humanidade.
O esporte é a minha maior referência de vida, que me ensinou desde menino, e hoje mais maduro, que independentemente das situações pelas quais passamos, devemos nos manter determinados em nossas ações. E que devemos nos despir do orgulho, sermos humildes e nos entregarmos de coração ao trabalho que fazemos. Me faz colocar a alma no varal para dar uma arejada, e como uma rosa que desabrocha me ensina a conviver com os espinhos que carregamos em torno de nós.
Ontem eu e minha equipe nos reunimos para juntarmos mantimentos para doar às pessoas que sofreram com a chuva da semana passada na Bahia. Com os alagamentos e destroços muitas pessoas ficaram desabrigadas no estado que é nosso conterrâneo regional, e nos mobilizamos para ajudarmos.
Esta ação em conjunto juntou os olhares da minha equipe com compaixão e solidariedade para os que estão mais fragilizados e vulneráveis neste momento. E é com este olhar e atitude que seguimos na próxima etapa da temporada da competição do NBB 21/22. O olhar para o outro também fortalece a visão de quem está olhando, traz um sentimento tão bom dar amparo e acolhimento, a satisfação em poder ajudar.
Passar por catástrofes e dificuldades, e conseguir superar as dores e marcas que elas deixam, nos mostra o quanto a vida é preciosa, e fortifica o amor que se tem por ela e por si mesmo.
Estar vivo é estar exposto a riscos, perigos, a feridas, a sangrar, a adoecer, tudo pode acontecer, de bom e de ruim, e carregamos algumas marcas que ficam para sempre. E isso não significa que caímos, sofremos e afundamos, mas que passamos por momentos dolorosos e apesar das mazelas sofridas seguimos amando viver!
Atenção: cuidado, viver é às vezes é perigoso e doloroso, mas viver é muito prazeroso!
Viva hoje, viva o dia, viva a vida!
Desejo uma virada com fé, perseverança além de esperança para todos!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.