Sou um viajante e morador do mundo, habita em mim uma inquietação de estar sempre em movimento, conhecer novos horizontes e de plantar sementes do basquete em cada região por onde passo e moro.
Nasci na cidade de São Paulo, sim, sou paulistano. Mudei para o Rio de Janeiro ainda criança e na cidade maravilhosa passei grande parte da minha vida, infância, adolescência e vida adulta. Casei no Rio, onde tive 2 filhas e é esta a cidade onde elas fincaram raízes e permaneceram, entre algumas vivências fora do ovo, pelo exterior e por outros estados, mas quem mora e cresce no Rio sabe muito bem que é um lugar que dá vontade de permanecer apesar dos pesares e mazelas que aqui existem, assim como existem em tantas outras cidades do Brasil e do mundo.
Não é à toa que é a cidade mais procurada por turistas no Brasil. Tem mar, montanha, rio, lagoa, baía, tem bairros ecléticos, alguns que parecem até cidades dentro de uma mesma cidade. Além de samba, tem rock, tem jazz, tem chorinho, tem mpb, tem show no parque, na praia, na marina e até no mar. Tem aplauso ao pôr-do-sol no Arpoador, tem mate gelado, tem biscoito Globo, chinelo no pé em qualquer ocasião, informalidade e casualidade. O carioca faz amizade em filas, em esquinas e diz: a gente se fala, o que raramente vai acontecer, é como uma saudação. Sou muito pontual, ou melhor extra-pontual, geralmente chego 1h antes do horário marcado para um compromisso, e no Rio chegar 5 - 10min atrasado é “normal’, mas para mim isso não é.
Este Natal estou aqui na cidade onde meus alicerces estão, e esta noite passarei acompanhado por minha mãe, alemã, que é carioca e Ipanemense desde os anos 50. Será uma confraternização pequena com as mulheres da minha vida, Susanne, Leila, Marcela e Melina, que me apoiam e dão suporte. Estão ao meu lado comigo diariamente, mesmo que virtualmente. Claro que tenho defeitos, com os quais elas também convivem e me ajudam a tentar melhorar e a ter mais equilíbrio. Além do meu genro, Kevin, que também me apoia e é prestativo. A celebração com a mais nova das minhas meninas, com a Alice, será no dia 26, desde 2009 ela é a luz e a estrela do nosso Natal, que dá o tom e o toque de poesia, com histórias e arte que ela sempre nos traz.
A vida dos esportistas é de muito trabalho e tem poucas folgas/férias, mas há pequenas pausas, que são tão necessárias para recarregarmos a bateria, refletirmos e estarmos mais próximos dos que mais amamos.
Mas semana que vem já estarei de volta a Fortaleza e ao batente, afinal para ser atleta tem que treinar incessantemente para poder competir, se aperfeiçoar. Viver nas quadras também me faz muito bem, traz o combustível que me mantém pulsante e entusiasmado para evoluir e aprender todos os dias, o lado do jogo e o lado humano.
Bom Natal e até semana que vem, antes de chegar 2022!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.