Ana Marcela no mar dourado de Tóquio e eu com minhas braçadas no mar de Iracema

Legenda: Praia de Iracema
Foto: shutterstock

O período em que vivemos, com stress pós pandêmico, levou muitas pessoas a começarem ou a voltar a fazer atividades físicas, agora preferencialmente ao ar livre, hoje a natação marítima é muito popular. Claro que também fomos impulsionados e motivados pela nossa craque baianinha Ana Marcela, medalha de ouro em Tóquio este ano na maratona aquática. 

Desde cedo sou apaixonado pelo mar, aos 6 anos pegava jacaré em bravos mares do Rio de Janeiro, e na mesma idade comecei a nadar na piscina do Fluminense. É impressionante a transformação que acontece conosco quando criamos uma rotina de praticar uma atividade física com disciplina. 

Agora, quase um septuagenário, nado aqui em Fortaleza, e isso tem me feito um bem danado. Minhas braçadas e pernadas são pelo mar que margeia a Av. Beira Mar, e se estende de Iracema, passando por Meireles até chegar ao Mucuripe. Acordo cedinho e às 5h30 já estou na água salgada, após dar braçadas ao longo de 6.000 m por semana, me sinto revigorado e energético para começar os meus dias de labuta. 

Nestes 16 meses de trabalho, desde que retornei à "Terra do Sol" em julho de 2020, os meus dias têm sido intensos, de muita luta e perseverança. O contato com a natureza faz a vida pulsar de verdade. A terra, o fogo, a água e o ar são fundamentais para a nossa sobrevivência. Desde que comecei a nadar no mar me sinto mais forte, e meus dias têm sido mais prazerosos e leves.

Enfrentar e sobreviver à pandemia da Covid-19 foi um teste para a humanidade, suas causas e efeitos para a saúde de quem segue vivo são atrozes. Nós ficamos por muitos meses sem se nos exercitar, isso trouxe mazelas para o corpo e para o nosso psicológico. Hoje sigo combatendo a depressão, o cansaço e as marcas que a infecção deixou em mim, assim como em muitas outras pessoas.

Há 3 meses me juntei ao grupo de natação marítima Sharks, que fica no Espigão da Av. Beira Mar, e desde então, engrenei o meu corpo e a minha alma através da imersão no mar. 

Seja qual for o esporte ou atividade física escolhida, a saúde agradece. Nossas vidas passam a ter mais sentido e positividade ao nos movimentarmos.Ao nadar e divagar, meu pensamento flui, a forma de me comunicar fica mais clara e evito conflitos.

Pelas águas do mar me sinto forte e por elas quero continuar a navegar, enfrentar e passar por todas as marés de forma mais saudável. Viva o mar e a vida em movimento!

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.