Esta crônica de hoje é dedicada ao espírito do Sr. Orlando Gleck, Técnico de Basquetebol, que me ensinou a jogar e amar esse esporte da bola laranja, me estimulou a fazer belas cestas pela vida, nos trabalhos aos quais me proponho a desempenhar. O Sr. Gleck me fez ver o esporte como um caminho espiritual a ser aplicado em todos os setores da vida.
Para superar as adversidades que enfrentamos ao logo da nossa caminhada na competição do NBB, durante este pandêmico novo jeito de se viver, são necessárias afirmações, que são ferramentas usadas para extrair de mim e da minha equipe a força e o nosso potencial. Assim, mesmo em condições desfavoráveis, damos um direcionamento e transformamos o medo em confiança. Elevamos a nossa sinergia através de dinâmicas de grupo que têm nos ajudado a superar o cansaço e frustações através de palavras positivas e declarações autênticas e verdadeiras.
Todos sabemos que a vida é repleta de adversidades, isto é óbvio. Trabalho com coragem para enfrentar a competição e não perder o foco. Motivei e ativei a nossa equipe com asserções, palavras e encontros que têm nos dado força e nos fazem perceber que somos capazes de atingir até o que era visto como impossível.
Posso dizer que os nossos recursos e estrutura são limitados se compararmos aos de outras equipes que participam do NBB.
O vírus da Covid-19 trouxe um vazio à nossa existência e resistência.
2020 e 2021 têm sido anos sofridos, tristes, que chacoalharam a humanidade e toda a estrutura que move a vida contemporânea. De um dia para o outro, tudo parou, estagnou, e tivemos que nos refazer, nos proteger e nos cuidar, adotando medidas sanitárias de prevenção ao contágio do vírus. Por ser uma doença pandêmica, ela afeta e desestrutura o coletivo, portanto, ao nos cuidarmos, estamos automaticamente cuidando do outro e fazendo a nossa parte como cidadãos humanos na prevenção da disseminação do vírus.
Mas vimos como isso não é o que acontece aqui, no nosso País, e temos visto, nas últimas semanas, números cada vez mais altos de mortos por dia. Nas 24h entre os dias 10 e 11 de março deste ano, morreram 2.349 pessoas. O número de vítimas por dia, desta vez, é ainda mais alto do que no ano passado, ao contrário do que acontece em outros países, em que a taxa de contágio caiu, zerou ou estagnou.
Por que chegamos a este ponto? Egoísmo, falta de empatia, de informação verdadeira, de orientação, falta de educação? Diante da impossibilidade de uma resposta precisa, nos resta a prevenção e o desafio de tentarmos aprender com tudo isso.
O esporte, assim como todos os setores, sofre e se reinventa. Na nossa equipe, procuramos dar o exemplo de como se comportar no combate ao vírus, com testagens frequentes, uso de máscara e higiene das mãos com sabão e água ou álcool. Estamos mais expostos devido às viagens, mas seguimos nos protegendo e, consequentemente, protegemos os outros também.
Como jogamos em mini sedes fora da nossa Fortaleza, terra de Alencar e de muitas histórias, enfrentamos maiores dificuldades que nossos coirmãos. Isso não significa que não elaboramos estratégias para administrar a situação da melhor forma possível.
A criatividade e o espírito de equipe geram a nossa unidade, a qual nos fortalece e nos mantém conectados.
Sim, evoluímos muito desde o começo da competição do NBB 20/21, somos intuitivos, reconhecemos os adversários e jogamos de acordo com as características táticas que precisam ser usadas no confronto com cada time, já que cada um tem suas peculiaridades.
O nosso jogo começa no estudo do adversário, antes mesmo de entrarmos em quadra. É um conjunto de racionalidade e consciência, mas claro sem deixar a emoção e a plasticidade do jogo de lado.
Quando tudo passar, poderei afirmar que superamos a guerra e as batalhas nas quais estamos lutando hoje, e então poderei constatar sermos homens melhores do que já fomos e ver que a nossa evolução se deu com a força do Leão junto com a coragem do Carcará.
Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.