Quanto de ciência e de oportunismo comporta uma pandemia?

Legenda: Quem não reconhece legítimos os esforços do Governo Federal no enfrentamento de todas as questões envolvendo a pandemia?
Foto: Miguel Schincariol/AFP

Nesses 15 meses de decretos de lacração inúteis e de sofreguidão coletiva, vimos diariamente comentaristas e autoridades que não sabem sequer apontar na tabela periódica de química qual é a composição da água, invocando “ciência” para respaldar suas convicções ideológicas equivocadas.

Diante de tantos embustes a pretexto de ciência, parece certo admitir que há, de fato, uma endogenia empobrecedora na sociedade que a convence a acreditar que a ciência é soberana ou que os tratados científicos mais respeitáveis são infalíveis.

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Ora, leitores, toda ciência, sem exceção, atravessa uma permanente crise epistemológica e de identidade. Isso implica a questão de outredade científica na argumentação suficiente da contestação ou mesmo da contradição diante do experimento concreto, que é a base para o estabelecimento da confiança coletiva em determinada solução científica.

Na busca por solução científica, o cientista, por mais honesto e virtuoso que o seja, sempre terá algum amparo experimental para defender interesses pessoais ou corporativos, podendo mudar sua posição diante de uma nova constatação científica a qualquer tempo e sem esboçar nenhum drama de consciência.

Válido é, portanto, invocar nesses tempos de duvidosas hipóteses ditas científicas, a lição de Maquiavel e de Weber, para desobstruir os ouvidos moucos dos gestores adeptos da lacração: “são morais as ações que forem úteis à sociedade, e imorais aquelas que a prejudicam.”

Calúnias, injúrias e difamações x Verdade

Por mais repetidas que sejam, as calúnias, injúrias e difamações que são lançadas pelos impostores da política contra o Presidente da República não resistirão a uma centelha de verdade, e tais leviandades só durarão até o momento da sua própria combustão.

Já a VERDADE, é dotada de uma potência tão resistente que, mesmo sendo soterrada nas valas profundas da ignorância e por lá intentem sufocá-la nos escombros de mentiras, ardis, farsas, embustes e simulacros, ela, a VERDADE, sempre se erguerá com autarcia para triunfar no passo do tempo e da história.

Quem não reconhece legítimos os esforços do Governo Federal no enfrentamento de todas as questões envolvendo a pandemia? Claro que nenhuma autoridade do País pode ser culpada pelas mortes por Covid, nem louvadas pelas vidas salvas durante a pandemia que assola o planeta.

Como negar que mais de 65 milhões de brasileiros, sobretudo os pobres e desvalidos, sobreviveram modestamente durante a lacração, graças a um dos maiores e mais eficientes programas de assistencialismo social do mundo, criado pelo Governo Federal para amenizar os efeitos devastadores da pandemia e da lacração das famílias que perderam seus empregos e continuam impedidas de trabalhar?

Eis uma pergunta ao STF

O que de fato move o ministro Luís Roberto Barroso a perseguir de forma tão inoportuna e ostensiva um Presidente da República que, mesmo estando com seus poderes capados pelo próprio STF, no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia nos estados e municípios, atendeu pronta e fartamente todas as demandas financeiras e materiais dos governos estaduais e municipais, permitindo assim o combate da doença em todo o território nacional?

Frustração geral com o STF

É frustrante, é decepcionante e, sobretudo revoltante, ter convicção de que, a mais alta Corte de Justiça do País (STF), a pretexto de salvaguardar duvidosos e questionáveis legalismos constitucionais (que obstruem o alcance da justiça-justa) venha se empenhando tão desgraçadamente na tarefa de abrir todas as possibilidades jurídicas para protelar os ritos processuais e, em consequência, evitar ab aeterno a punição de criminosos renitentes e empedernidos, escancarando desse modo as portas para a certeza da impunidade geral.

Qual é o compromisso do STF?

Os ministros do STF afirmam seus compromissos com a Constituição Federal e com o Direito. Mas quantas vezes vimos ministros daquela corte de julgadores nomeados monocraticamente, inovando em matéria constitucional ou modificando ao modo de cada um, cláusulas pétreas da CF? Quantos duelos verbais foram registrados entre ministros que sobrepujam solenes, jurisprudências firmadas pelo próprio STF? E quantos vezes os vimos se acusarem mutuamente de atuarem em certos processos muito mais como advogados de defesa de criminosos do que como magistrados?

Como o País é afetado pelas decisões do STF?

Com as inovações legalistas e improvisações constitucionais impostas ao País pelo STF, passamos a viver tempos muito estranhos, tanto em decorrência das interferências monocráticas de certos ministros nos demais poderes da república, quanto pela ‘judicialização’ nada elogiável da política; ou ainda com a permissividade e leniência reprováveis da própria Corte, notadamente em matéria criminal, quando se vê de forma clara, a ‘politização’ da justiça nos julgamentos de criminosos poderosos que, mesmo já estando condenados por duas ou mais instâncias ditas inferiores, ainda se presumem intocáveis e inalcançáveis pelas varas especializadas, pelos colegiados intermediários e até mesmo pela instância mais respeitável da justiça do Brasil, que deveria ser o STF.

Contudo, peço e rogo aos céus para que esses tempos confusos passem logo, mesmo sabendo que não se mede o transcurso do tempo no visor do relógio, mas na oxidação da pulseira.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.



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