Exposição 'Centelhas em Movimento' reúne cerca de 190 obras no Espaço Cultural Unifor
A mostra tem visitação gratuita aberta a partir de quarta-feira (13)
A exposição "Centelhas em Movimento", com obras da coleção de Igor Queiroz Barroso, será aberta no Espaço Cultural da Universidade de Fortaleza (Unifor) nesta terça-feira (12). O público geral poderá ter acesso a partir de quarta (13), com visitação gratuita, de terças às sextas, de 9 horas às 19h, e, aos sábados e domingos, de 12h às 18h.
"Por acreditarmos que obras de arte podem estar em brasa quando reavivadas pelos olhares dos públicos, concebemos a fricção entre elas como ação que desprende centelhas pelos ares", explicam Paulo Miyada e Tiago Gualberto, que montaram a exposição.
A mostra esteve exposta no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, antes de chegar a Fortaleza.
Patrocinada pelo banco Bradesco, por meio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura, a exposição conta com cerca de 190 obras de autoria de mais de 55 artistas, desde o início dos anos 1910 até os dias atuais, com foco na arte moderna brasileira. Dessa forma, a intenção dos curadores é intensificar atritos e ressonâncias, ao colocar lado a lado obras de momentos e contextos diferentes.
"Os curadores conceberam uma montagem que destaca não apenas as singularidades de cada obra, mas, também, os diálogos e contrapontos entre elas. Por meio de uma narrativa visual que desafia a linearidade histórica, a exposição proporciona enigmas que instigam reflexões sobre o caráter ambivalente do modernismo, que desencadeia uma tensão produtiva, calor que pode gerar centelhas, convocando os visitantes a mergulharem em um universo de múltiplos significados", entende a presidente da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da Unifor, Lenise Queiroz Rocha.
Segundo Tiago Gualberto, os visitantes serão convidados a participar criativamente do processo de tecer associações poéticas, ao se depararem com espelhamentos entre as obras em diferentes salas, ou por meio da articulação de conjuntos híbridos no espaço. "Isso certamente tornará a visita à exposição uma oportunidade de deflagrar nuances ou agitadas centelhas resultantes desses oportunos encontros", acredita o curador.
Já Paulo Miyada pontua que a narrativa não-linear, além de propor diálogos e enigmas, possibilita novas perspectivas e compreensões sobre as obras. "Quem já observou o ofício de um serralheiro sabe que as centelhas liberadas pelo trabalho em metal são fascinantes, não apenas por seu brilho intenso e fugaz, mas, também, pelo imprevisível de suas trajetórias. Este é um dos objetivos prioritários deste projeto: encontrar o modernismo brasileiro, suas consequências e desvios em estado de ebulição, com sua cronologia embaralhada, suas hierarquias em suspensão e com a constante possibilidade de flagrar retrocessos nos avanços e saltos adiante nos retornos. Nem todo movimento, afinal, implica em desenvolvimento", explica.
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Sobre a coleção
A coleção integral de Igor Queiroz reúne cerca de 400 obras de 27 artistas, abrangendo contextos que datam dos anos 1910 aos dias atuais. A mostra "Centelhas em Movimento", no entanto, foca especialmente em obras de autores que atuaram no Brasil durante o século 20, cujas produções perpassaram as diferentes fases do modernismo. Uma exceção é a presença da mais antiga peça selecionada para a mostra, a escultura "Nossa Senhora da Piedade" (1738-1814), de Aleijadinho.
Além disso, ao longo da mostra, os visitantes poderão apreciar joias da arte brasileira, como a escultura em bronze "Ídolo" (1919), de Victor Brecheret, e a pintura "Índia e Mulata" (1934), de Candido Portinari. Também compõem a exposição artistas brasileiras como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Maria Martins.
No conjunto de pinturas, desenhos e esculturas, são destacados os trabalhos de Alfredo Volpi, Willys de Castro, Lygia Pape e Mary Vieira, além de produções de Djanira da Motta e Silva, Chico da Silva e Rubem Valentim.
Artistas cearenses também têm espaço de destaque, como Sérvulo Esmeraldo, Leonilson, Aldemir Martins e Antonio Bandeira.
Arte e tecnologia
O Laboratório Vortex, da Diretoria de Tecnologia da Unifor, preparou um recurso interativo tecnológico para possibilitar uma experiência única ao longo da mostra. Nela, o personagem da obra "Cabeça de Mulato", de Portinari, será remodelado em 3D, animado, para falar com os visitantes por meio de um monitor de TV localizado dentro do espaço expositivo, dando informações sobre os artistas e as obras.
A obra compõe a coleção de Igor Queiroz, mas está emprestada para a Bienal de Veneza, na Itália.
Serviço
Exposição Centelhas em Movimento
Curadores: Paulo Miyada e Tiago Gualberto]
Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz, Fortaleza-CE)
Abertura: 12 de março de 2024, 19h
Palestra com curadores: 13 de março, 9h30, Espaço Cultural Unifor – Núcleo Diálogo
Exibição: a partir de 13 de março de 2024
Visitação gratuita: terças a sextas, 9h às 19h; sábados e domingos, 12h às 18h