Uma noite vergonhosa para o futebol cearense

Confira a coluna desta segunda-feira (17) do comentarista Tom Barros

Legenda: Confusão em jogo na Arena Castelão afetou crianças e grávidas presentes no estádio
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Gostaria de estar escrevendo sobre futebol. Gostaria de estar escrevendo sobre uma vitória cristalina do Ceará, com três pontos incontestáveis. Gostaria de estar escrevendo sobre as comemorações de uma torcida em festa no Castelão. Gostaria de estar escrevendo sobre um Ceará mais distante da zona de rebaixamento. No lugar da ilusão de um cenário assim, vieram as decepções. A primeira, no gramado: o Ceará, com um homem a mais, sucumbia diante do Cuiabá, que fez 1 a 0, gol de Deyverson. Já no desespero, o Vozão chegou ao empate, gol de Jô. Ainda lhe restavam alguns minutos para uma milagrosa virada. Mas essa ínfima esperança foi desmanchada por integrantes de uma “organizada” que promoveram brigas, tumulto e pânico nas arquibancadas. Foi a segunda decepção, a mais grave. Torcedores invadiram o gramado. Uns fugiam da confusão. Outros foram agredir os jogadores do Ceará. Luís Otávio, atingido, chorou. Os demais buscaram abrigo nos vestiários. Por falta de segurança, o jogo foi encerrado. Fica a mácula de uma noite vergonhosa para o futebol cearense. Passa a ser obrigação das autoridades a identificação dos bandidos que protagonizaram as terríveis cenas de ontem.  

Foguete 

Vitória sobre o América em Minas. Quem poderia imaginar que o Fortaleza, de tantas rodadas na lanterna da Série A, iria alçar voo como um foguete Falcon 9 da SpaceX? Por isso mesmo, vez por outra repito: em verdade, em verdade, vos digo que o Fortaleza é além da imaginação. Para muitos, o time estava rebaixado. Agora mira a Libertadores. Inacreditável. 

“Era Vojvoda” 

Vi muitos torcedores do Fortaleza afirmando que a “Era Vojvoda” tinha chegado ao fim. E mais: que estava esgotado o seu repertório. Aí o Vojvoda, sob a unção de Marcelo Paz, ressurgiu como Fênix. Das cinzas da lanterna, ei-lo renovado. Segundo os gregos, a Fênix vivia 97.200 anos. Ao renascer das cinzas assumia o símbolo da imortalidade. 

Figura 

É claro que, ao usar a Fênix como referência ao ressurgir do vitorioso Vojvoda, quero mostrar que a “Era Vojvoda” não acabou. Um dia a “Era Vojvoda” vai passar como passou a era do técnico Caiçara, vencedor de dois títulos estaduais pelo Fortaleza e sete títulos estaduais pelo Ceará. Como passou também a “Era Ceni”, o maior técnico da história do Fortaleza.  

Próximo 

Agora o Fortaleza receberá no Castelão o Atlético-MG, atual campeão brasileiro. Será na próxima segunda-feira, dia 24 de outubro. O Leão tem uma semana livre para recompor energias. Na rodada passada, o Ceará bravamente segurou o Atlético em pleno Mineirão. Deu empate (0 x 0). São boas as possibilidades de o Fortaleza faturar mais três pontos.