Supremacia europeia incomoda

Já fomos os melhores do mundo. E bote melhores nisso. Os europeus pagavam grana alta para ver os nossos grandes clubes. "Transferência de tecnologia". O intercâmbio fez bem a eles e fez mal a nós. Hoje, eles estão num patamar bem mais elevado. A última seleção não europeia campeã mundial foi a comandada pelo técnico Luiz Felipe Scolari em 2002. Depois disso, nunca mais. Em 2006, Itália; 2010, Espanha; 2014, Alemanha; 2018, França. Faz 14 anos de supremacia europeia. Na Copa de 2022, o Brasil, se não ganhar, completará 16 anos sem título mundial. Tempo maior sem título o Brasil passou entre 1970, quando se sagrou tricampeão mundial no México, e 1994, ano do tetracampeonato conquistado nos Estados Unidos. Foram 23 anos de jejum: 1974, Alemanha; 1978, Argentina; 1982, Itália; 1986, Argentina; 1990, Alemanha; 1994, Brasil. Não vale contar o tempo de 1930, ano da primeira Copa do Mundo, a 1958, ano do primeiro título da Seleção Canarinho, porque houve a interrupção decorrente da Segunda Guerra Mundial. Não houve a Copa de 1942 nem a Copa de 1946. Foram 11 anos sem Copa do Mundo. A predominância europeia também é notada nos mundiais de clubes. O Corinthians foi o último campeão de outro continente que levantou a taça. De lá para cá, já são oito anos. É incrível.

Ascensão

Gabriel Dias resolveu tomar conta de seu espaço no Fortaleza. Suas duas recentes apresentações foram dignas dos melhores elogios. No clássico, defendeu, atacou. Foi zagueiro (evitou em cima da linha um gol do Ceará, quando Felipe Alves já estava batido), foi lateral, foi meia, foi atacante. Quase marca um gol de cabeça. Está muito bem.

Que é isso

Vina e Sóbis discutiram feio no clássico. E tenho a impressão de que isso afetou o rendimento de Vina, que passou a errar passes até de curta distância. Afinal, são companheiros ou adversários? Pega muito mal. Leva a questionamentos sobre veladas disputas internas. Vaidades ou melindres exacerbados?

Segundo caso

Há alguns jogos, também houve uma discussão entre Luís Otávio e Fernando Sobral. Motivo não justificado. Numa paralisação da partida, Otávio, involuntariamente, chutou forte uma bola que atingiu Fernando Sobral. Este não gostou. Daí se estabeleceu uma áspera discussão em campo, inclusive com gesticulação bem significativa.

O Fortaleza está com a mão no título. A vantagem é muito significativa. Mas a história dessas decisões não permite conclusões antecipadas. Pelo momento, o Leão provou que está mais inteiro e com melhores opções. Isso não é tudo.

O encanto dos clássicos está na imprevisibilidade dos resultados. Lembro o que houve na decisão de 2015. Aos 45 minutos do segundo tempo, com gol de Assisinho, a taça estava em Porangabuçu. Aos 47 minutos, com gol de Cassiano, a taça foi para o Pici.