Quando dois destinos divergem

O inesquecível Orlando Silva, o Cantor das Multidões, gravou em 1945 a música "Quando Dois Destinos Divergem", do cearense Lauro Maia. Sucesso nacional. O título da canção me fez lembrar o time do Fortaleza. Amigos, o elenco tricolor é basicamente o mesmo das grandes conquistas sob o comando de Rogério Ceni. Aí os destinos se separaram exatamente aí. O time veloz, impetuoso, audaz, das grandes conquistas, é o mesmo de tantos insucessos e fracassos de agora. O destino da glória e da apoteose deu lugar ao destino da frustração, do medo, da incerteza.

O vitorioso Leão de ontem cedeu espaço para ao inseguro e vulnerável Leão de hoje. No íntimo, não deixo arrancar os últimos traços de esperança que ainda restam. É como alguém em fortes preces a pedir o milagre da salvação. Voltará o Fortaleza a ser time da Série B? Não há como responder agora. Tinga dormiu e roncou no gol de Arana. Osvaldo vacilou ao perder o pênalti que poderia mudar a história do jogo. Jogadores, que antes faziam a diferença para melhor, hoje fazem a diferença para pior. É difícil verificar como dois destinos divergem. E mudam assim da noite para o dia. Com os mesmos atores. Com a mesma vida.

Ilusões

O pior no futebol é a forma como as situações se invertem. O Ceará esteve perto da Libertadores. Gerou a expectativa de que chegaria. Mas em casa, diante de um Athletico inferior, tropeçou. Ainda tem chance, mas agora está mais difícil. O Ceará é useiro e vezeiro em pregar peças assim.

Aplausos

O técnico Fernando Diniz ganhou prestígio no Audax, quando, em 2016, foi vice-campeão paulista. O toque de bola e a rotatividade de sua equipe, lembrando o estilo de Guardiola, chamaram a atenção de todos. O comentarista Wilton Bezerra tornou-se admirador do jovem técnico, ontem demitido.

Impressão

No São Paulo, o técnico Fernando Diniz deu a impressão de que, com relativa folga, ganharia a Série A nacional. De repente, caiu de produção. Despencou na classificação. Hoje é o quarto, a sete pontos do líder. Sem títulos, fica difícil Diniz se impor na linha de frente dos treinadores brasileiros.