Por um fio de esperança

Incertezas nas rodadas finais. Faltam apenas quatro jogos para se saber o destino dos que ainda sonham para mais e o destino dos que padecem pesadelo. Certidões de óbito preparadas, à espera apenas da assinatura do doutor. Outros estão agonizantes como quem está internado em leitos de UTI. Sport, Fortaleza, Bahia e Vasco entrelaçados pelas virtudes, que são poucas, e pelos defeitos, que são muitos. No Fortaleza a finalização continua sendo um problema que passa de treinador para treinador, mas não é do treinador. O que pode fazer um treinador quando David perde dois gols incríveis? Resposta simples: substituí-lo. Sim, mas por quem? Entra um, sai outro, nada feito. O Vasco vem cheio de boa vontade. Mas de gente de boa vontade o inferno está cheio. De qualquer forma, é o Vasco de grandes tradições. Esse time veio aqui e meteu 3 a 0 no Ceará em pleno Castelão. O Ceará foi a São Januário e meteu 4 a 1. É imprevisível a falta de convicção sobre o que poderá haver na quarta-feira diante do Fortaleza. Ao Leão só a vitória interessa. Ao Vasco só a vitória interessa. Pelas circunstâncias, o jogo deverá ser franco, aberto. Manter um fio de esperança é preciso. 

Em crise 

O São Paulo, adversário do Ceará, está em crise. É difícil acreditar que um time na quarta colocação nacional esteja com problemas internos. Pois está. A vertiginosa queda de produção demitiu o treinador Fernando Diniz. E ampliou a pressão sobre Daniel Alves. Complicada a coisa. 

Acomodação 

Terá o Ceará relaxado após a marcação dos 45 pontos ou houve apenas uma coincidência entre a garantia de permanência na Série A e a posterior sequência de derrotas? É difícil responder. Às vezes, em situação assim, a acomodação não é intencional. Foi o que aconteceu, creio. 

Objetivo 

Para evitar a acomodação involuntária, teria sido preciso o imediato estabelecimento de novas metas após a garantia de permanência na Série A. Um estímulo a mais, ou seja, promessa de bicho dobrado caso alcançasse a Libertadores.  Aí a turma não teria deixado a peteca cair. 

Valeu, Floresta 

Não deu para ganhar o título de campeão da Série D nacional, mas esteve bem perto. O Floresta foi gigante. Ficou com o vice-campeonato. Subiu para a Série C. Garantiu calendário para o ano inteiro e abriu a possibilidade de subida para a Série B nacional. Uma ascensão que merece todos os encômios, máxime pela forma como superou as limitações financeiras nesse período de pandemia.