O tamanho do desgaste no clássico-rei

Confira a coluna desta sexta-feira (24)

Legenda: Na Copa do Brasil, Fortaleza venceu o Ceará por 2 a 0.
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Até que ponto a bela vitória (2 x 0) do Fortaleza sobre o Ceará poderá representar o início de uma definitiva reação tricolor? Teoricamente, o triunfo deu moral ao grupo, que superou uma semana de terríveis dificuldades. Entretanto, será preciso esperar mais um pouco. O Leão terá de encaixar uma sequência de vitórias na Série A nacional. É aí onde está o problema.

Não é apenas sair da zona de rebaixamento: terá que deixar da zona e abrir boa pontuação para afastar-se dela. Quando o Fortaleza ganhou do Flamengo no Maracanã, imaginei que estava ali o início da reação. Não foi. Vieram tropeços que quebraram o encanto. Ganhar do maior rival tem um peso importante no processo de retomada, embora o jogo tenha sido por outra competição, ou seja, a Copa do Brasil. Mas ganhar um clássico oficial vai além da órbita de uma disputa.

Os efeitos estendem-se pelas outras competições, não pelos pontos ganhos ou vantagens agregadas, mas pela força interior que a vitória produz. O vencedor sente a superioridade, que impulsiona; o entusiasmo, que unifica; a energia, que dá coragem. Agora, neste fim de semana, Fortaleza e Ceará estarão de volta às disputas da Série A. Hora de avaliar o tamanho do desgaste. 

Invisível 

Yago Pikachu está no auge. O senso de colocação dele é incrível. Parece invisível aos olhos dos marcadores. Nas vitórias sobre o América-MG e sobre o Ceará, ele descobriu o caminho do gol diante de paredões que estavam à sua frente. De repente, a bola está na rede. Só depois, quando ele sai para o abraço, é que os marcadores dão conta de que Pikachu estava ali. 

Faz tempo 

Não é de hoje que Pikachu vem mostrando qualidade excepcional. Desde o tempo do Paysandu, em 2012, observo isso. Depois, deu sequência no Vasco da Gama. Agora continua fazendo a diferença no Fortaleza. Houve uma época em que perguntei a razão pela qual jamais ele tinha sido convocado para a Seleção Brasileira. Resposta simples: injustiça. 

Ausência 

Quanto mais o Ceará joga sem Mendoza, mais se observa o quanto sua ausência pesa na produção do Ceará. O poder ofensivo do Vozão despenca, quando o colombiano não está em campo. O desafio do técnico Marquinhos Santos será descobrir como, sem Mendoza, manter eficiente o ataque do Vozão. Não dá para o Ceará ficar dependente dele por muito tempo. 

Desgaste 

Na rodada do fim de semana é que se saberá realmente o tamanho do desgaste sofrido por Fortaleza e Ceará no clássico-rei. Ainda bem que os adversários também sofreram desgaste. O Atlético-MG, por exemplo, teve de empregar muitas energias para ganhar do Flamengo. E o Atlético de Goiânia também se desgastou no clássico com o Goiás.



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