O Fortaleza não merecia voltar sob as vaias da torcida

Confira a coluna de Tom Barros desta segunda-feira (4)

Legenda: Fortaleza e Atlético-GO fazem jogo equilibrado na Arena Castelão
Foto: Kid Júnior

Tudo programado para uma festa do Fortaleza no Castelão. O reencontro com a torcida e a primeira oportunidade de ver de perto o técnico Vojvoda. Todas as condições favoráveis ao tricolor cearense. Cenário pronto. Mas a vitória não veio. Uma tarde/noite em que tudo deu certo para um lado só: o do Atlético. O time Fortaleza entrou em campo. O espírito Fortaleza, não. O gol contra de Felipe foi o primeiro recado dos maus presságios. Em nenhum momento o Fortaleza foi senhor do jogo. Pior quando entrou nas provocações do adversário. A irritação daí decorrente impediu a calma para alinhar com precisão as tramas de ataque. Os maus presságios se confirmaram com o grave erro de Vargas, que deu um presente para o gol de Baralhas. A avalanche de substituições mais complicou que ajudou. O Atlético apostou na catimba, no modelo fechado e nos contra-ataques. Deu certo. Brian Montenegro fez o terceiro gol. O sábado mau agourento transformou numa cruel decepção o que seria uma apoteose. Ressuscitaram os fantasmas: oscilação ou declínio? Só nos próximos jogos será possível uma conclusão. Detalhe: o Leão jogou mal, mas, pela bela campanha, não merecia as vaias que levou. Tremenda injustiça. 

Risco 

Sempre correrá risco de sofrer goleada o time que, atuando em cima, adota o modelo com três zagueiros. Se o adversário tiver atacantes velozes e letais nas conclusões, os riscos são ampliados. O Fortaleza, no segundo tempo, assumiu esses riscos. E, com erros graves, facilitou demais a vida do Atlético.  

Repercussão 

As consequências da goleada sofrida pelo Fortaleza somente serão dimensionadas nas próximas rodadas. Já diante do Fluminense, no Maracanã, será possível avaliar se o time encarou como acidente de percurso ou se consequência mesmo de um possível declínio. Prefiro, pelo menos inicialmente, situar essa goleada nos maus presságios de um só dia. Tomara. 

Decisão 

Se o primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, diante do Atlético, fosse agora, eu temeria pela repercussão dessa goleada. Como será apenas no dia 20 de outubro, haverá tempo até lá para as correções que forem necessárias. Não passa pela minha cabeça a ideia de que o Fortaleza desonerou. Admito um recuo, mas contornável. Sou otimista. 

À luta 

O Ceará foi contemplador da rodada do fim de semana. Apenado com uma “folga” que não lhe trouxe proveito nenhum. Quebrou o planejamento e acumulou jogos atrasados, que serão programados em maratonas exaustivas. A rigor, não foi folga: foi castigo. Agora é encarar o Internacional na quarta-feira.