Há vinte anos o Brasil não ganha uma Copa do Mundo

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Legenda: Último título do Brasil na Copa do Mundo foi em 2002.
Foto: Divulgação/Fifa

A Série A nacional dá uma pausa para ver a Seleção Brasileira nos preparativos finais, visando à Copa do Mundo do Qatar. A Canarinho terá condições de ganhar o sexto título mundial? O Brasil sempre estará entre os favoritos, embora a verdade dos números mostre a superioridade europeia nas últimas quatro Copas (2006, Itália; 2010, Espanha; 2014, Alemanha; 2018, França). O último título mundial conquistado pelo Brasil aconteceu no dia 30 de junho de 2002.Portanto, há exatos vinte anos.

Um jejum que incomoda e põe dúvidas sobre a qualidade do futebol aqui praticado. Outro longo jejum aconteceu entre o tricampeonato de 1970 e tetra de 1994. Foram 24 anos de jejum. Há um dado importante que pode fazer a diferença: a maioria dos convocados joga em times europeus. Portanto, todos conhecem o que se faz lá, tanto na preparação física, quanto nos rigores táticos. Para os que atuam no Velho Continente, a exigência de alta performance, com intensidade e velocidade, já existe. São jogadores do Liverpool, Manchester City, Juventus, Real Madrid, PSG, Roma, Chelsea, Sevilla, Newcastle, Manchester United e West Ham. Gente dos melhores times do mundo. Logo...  

 Só times Brasileiros  

 A Seleção Brasileira de futebol ganhou três Copas do Mundo utilizando apenas jogadores que atuavam em times aqui do Brasil. Era assim que funcionava. Por exemplo: o zagueiro Orlando, titular na conquista do mundial de 1958 na Suécia, não foi convocado para a Copa do Chile em 1962 porque estava jogando no futebol argentino. Deixou de sagrar-se bicampeão do mundo.  

 Renúncia  

Julinho Botelho, notável ponta-direita da Seleção Brasileira na Copa de 1954, transferiu-se para a Fiorentina da Itália logo depois da Copa. Consta que teve seu nome lembrado para a Copa de 1958 na Suécia, mas, numa atitude de elevada decência, ele abdicou. Não admitiu quebrar a tradição. Entendeu que justo seria convocar os que estavam aqui. Homem de caráter.  

Tradição mantida  

Na Copa de 1962, quando o Brasil se sagrou bicampeão do mundo, a delegação era dó de jogadores que atuavam aqui. Também foi assim com a delegação que disputou a Copa de 1966, eliminada logo na primeira fase na Inglaterra. Igualmente, só jogadores que atuavam em times do Brasil foram para a Copa do México em 1970. Lá ganharam o tricampeonato.  

Outros tempos  

No tetra na Copa de 1994 (EUA), não havia mais a tradição de chamar só atletas que atuavam aqui no Brasil. Vierem Taffarel (Reggiana), Jorginho (Bayern), Ronaldão (Shimizu S-Pulse), Mauro Silva e Bebeto (La Coruña), Dunga (Stuttgart), Raí (PSG), Romário (Barcelona), Aldair (Roma), Márcio Santos (Bordeaux) e Paulo Sérgio (Bayer Leverkusen). Hoje a situação se inverteu: mais gente de fora. 



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