Fortaleza sem a exuberância de antes

Legenda: O Fortaleza começou mal a Série A com duas derrotas seguidas
Foto: KID JUNIOR

Os tricolores estão preocupados. Há mil razões. Está sumido o time arrasador do início da Série A do ano passado. O Fortaleza, em 2021, na estreia, ganhou do Atlético-MG (1 x 2) no Mineirão. Na segunda rodada, no Castelão, goleou o Inter-RS (5 x 1). No terceiro jogo, ganhou do Sport no Castelão (1 x 0). Nove pontos nos três jogos iniciais. E jogando bonito, incisivo, intensivo. Agora, na estreia, perdeu em casa para o Cuiabá (0 x 1). Na segunda rodada, perdeu para o Internacional (2 x 1) no Beira-Rio. Pior do que perder é não dar sinais do Fortaleza dos primeiros momentos de Vojvoda no Leão. Cadê o futebol encantador, alvo de tantos elogios? Em apenas um ano, terá perdido o elã? Ou terá ficado manjada demais a forma de jogar adotada pelo argentino? Ainda não é possível uma resposta definitiva. Todo time passa por oscilações. Uns retomam a força. Outros não mais a readquirem. É difícil, por dois anos seguidos, manter inalterado o mesmo padrão. Na cabeça de Vojvoda certamente pairam muitas interrogações. Nas mãos dele, algumas vezes, o grupo já experimentara a sensação de finitude. Depois ressuscitou. Aliás, o tempo está bem adequado para se falar em ressurreição. 

 

Ausências 

 

O Fortaleza perdeu jogadores que faziam a diferença. Ederson, na meia, puxava um ritmo excepcional. Ainda não há no Pici quem faça na mesma proporção o que Ederson fazia. No ataque, pesavam muito a velocidade e a força de David. O goleiro Felipe Alves atravessava certamente seu melhor momento. Agora é tentar recompor com o que tem mesmo. 

 

Derrota 

 

A frustração da torcida do Ceará tem uma razão de ser: depois de exuberante vitória sobre o Palmeiras em pleno Allianz Parque, como admitir perder em casa, no Castelão, para o Botafogo, mesmo com todo respeito ao time da estrela solitária? Admito que, quando Richardson sentiu a contusão, a força de contenção alvinegra ficou comprometida. Não é desculpa. É fato concreto. 

 

Ligação 

 

Sempre que Vina não pode atuar, é notória a queda de produção do setor por onde ele trafega muito bem. A ligação perde em inteligência e rapidez. É verdade que nem sempre Vina atua bem. Mas é verdade também que, quando ele está num dia inspirado, tudo fica mais lúcido, além de ele também ser goleador. 

 

Opinião 

 

Dirão talvez que são injustificáveis as minhas argumentações com relação a Ederson, ex-Fortaleza, e Vina, que ainda está no Ceará. Tudo bem. Aceito as opiniões contrárias. Vina teve maus momentos no ano passado, quando até ficou no banco. Mas, numa avaliação ampla, Ederson e Vina estão acima da média. Eu penso assim.