Fim das rasteiras no futebol

Num passado bem recente, era comum dirigentes comemorarem o fato de um clube contratar um jogador que estava na mira do rival

Legenda: Gabriel Dias chegou ao Fortaleza em 2019; em 2021, resolveu trocar o Leão pelo Ceará, numa negociação normal, sem status de rasteira
Foto: Vinícius Palheta / SVM

Hoje, um sábado diferente. Você pode optar pela vigília, esperando a ressurreição do Mestre, ou pela malhação de Judas; buscar a luz da verdade ou enveredar pelas trevas da traição. Dizem que no futebol há muito “traíra”. Acho que isso foi coisa do passado, do tempo das rasteiras. A satisfação dos dirigentes de um clube era, por baixo dos panos, fisgar algum atleta que estava na mira do maior rival. Comemoravam como se um título tivesse sido conquistado.  Hoje os expedientes são claros. A cobertura aberta elimina o que antigamente ficava restrito aos bastidores. Já não há mais aquela repetida frase: “Não divulgue para não prejudicar as negociações”. Nas as redes sociais, os contatos são diretos com atletas, familiares, empresários e procuradores. Logo desaparece a especulação. O segredo para quatro paredes, como dizia Herivelto Martins na música consagrada por Dalva de Oliveira, já era. As paredes são derrubadas pelos cybercriminosos que invadem até segredos militares das maiores potências do mundo. Os Judas Iscariotes continuarão existindo por toda parte. Há quem venda a alma por trinta moedas. No futebol é mais difícil. Já na política, meu Deus... A opção é sua: verdade ou mentira. 

Dois clássicos 

Hoje, às 16 horas, a Copa do Nordeste vai lembrar a Série A nacional 2020, com a realização simultânea de dois clássicos nordestinos: Fortaleza x Bahia no Castelão e Sport x Ceará na Ilha do Retiro. Na Série A passada, o Fortaleza foi 16º e o Bahia 14º; o Sport 15º e o Ceará 11º.  

Indefinição 

Independentemente  das posições que ocupam na atual Copa do Nordeste, Ceará, Fortaleza, Bahia e Sport estão oscilando muito. Problema comum a todos: a falta de uma melhor definição na proposta, o que dificulta o entendimento dos jogadores. É notória a dificuldade de execução dos trabalhos.  

Avaliação 

A rodada de hoje é a melhor para a avaliação do atual estágio desses quatros clubes da elite nacional. Por enquanto, nenhum tem agradado. Estão longe do nível de produção adequado aos que disputam a mais importante competição brasileira. Todos, até agora, bem abaixo do esperado. 

Amenidades 

É difícil no futebol um jogador com o nome de Judas. Não lembro. Já com o nome de Jesus vi vários jogadores e árbitros assim chamados. Na década de 1960, na arbitragem cearense havia o Natal Jesus de Lima.  No Calouros do Ar, campeão cearense de 1955, havia um jogador chamado Jesus.