Ficar entre os dez será de bom tamanho

A ascensão do futebol cearense, com Fortaleza e Ceará, tem sido gradual. Hoje já vislumbram uma pré-Libertadores ou uma Sul-Americana

Legenda: Contra o Flamengo, na última quarta-feira, o Flamengo não reeditou o bom desempenho dos últimos jogos
Foto: Bruno Oliveira/FortalezaEC

Há alguns anos, as doze primeiras posições da classificação geral da Série A Nacional pertenciam aos chamados grandes times do futebol brasileiro: Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, Internacional e Grêmio. Esses tinham cadeira cativa. Assentos reservados. De certa época para cá, as coisas estão mudando. Agora mesmo Cruzeiro, Vasco da Gama e Botafogo, três times que já foram campeões brasileiros na elite, estão na segunda divisão. Há novidades, como o Bragantino. Mas, quando se trata de conquista de título de campeão brasileiro, os grandes times se estabelecem. Em 61 anos de disputa, apenas em seis oportunidades a conquista não ficou com os grandes: 1959, Bahia; 1978, Guarani-SP; 1985, Coritiba; 1987, Sport; 1988, Bahia; 2001, Atlhetico-PR. Portanto, são 55 anos só com os grandes no lugar mais alto do pódio. A ascensão do futebol cearense, com Fortaleza e Ceará, tem sido gradual. Hoje já vislumbram uma pré-Libertadores ou uma Sul-Americana. Entretanto, ambos ainda estão longe de um título de campeão brasileiro da Série A. Quando poderá tornar-se realidade o que hoje parece utopia? Pelo andar da carruagem, só a longo prazo. Por enquanto, ficar entre os dez primeiros já será de grande valia.

Título

Com a atual formação, o Fortaleza teria condições de sonhar com o título de campeão brasileiro Série A 2021? Ainda não. O Leão já foi líder e, com desenvoltura, encarou grandes equipes. Isso ficou provado na virada sobre o Atlético no Mineirão e na goleada (5 x 1) sobre o Inter no Castelão. Mas daí a pensar em título de campeão ainda requer muitos aperfeiçoamentos.

Dia ruim

Futebol é mesmo incrível. As falhas mais graves do Fortaleza diante do Flamengo decorreram de intervenções de jogadores que dificilmente falham: o volante Felipe e o goleiro Felipe Alves. A propósito, Alves exagerou na função de “goleiro linha”. Quanto a Felipe Alves, basta não transformar o que é exceção em regra.

Ousadia

Houve uma época em que os dirigentes do futebol cearense eram bem acomodados. Cansei de ouvir que a medida de Ceará e Fortaleza era a segundona. E assim passaram anos e anos de conformação. Na época, o importante era não cair para a Série C. Se permanecessem na Série B, tudo estaria de bom tamanho. No instante em que ousaram mais, chegaram à Série A. E aí estão.

Objetivo

Estou à espera de algum dirigente mais ousado que não se conforme em ser apenas partícipe da elite. Apareça um que pense no título. E que busque a realização dessa meta que, para muitos, continua sendo pura utopia ou sonho irrealizável. Se os dirigentes dos times médios Bahia (duas vezes), Guarani-SP, Coritiba, Sport e Athletico-PR não tivessem ousado, jamais teriam chegado lá. Chegaram.

 



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