Está na hora de o Leão dar o troco

Uma espécie de tira-teima. Atualmente o Fortaleza está melhor, mas o São Paulo iniciou visível recuperação na Série A

Legenda: Em outubro de 2020, Fortaleza e São Paulo se enfrentaram na Copa do Brasil, quando o Leão foi eliminado
Foto: Kid Júnior

O futebol produz encontros e reencontros que parecem marcados mais pelo destino do que pelas entidades oficiais. Em outubro de 2020, Fortaleza e São Paulo enfrentaram-se nas oitavas de final da Copa do Brasil. Dois jogos memoráveis. No Castelão, 3 x 3. No Morumbi, 2 x 2. Na disputa de pênaltis, o São Paulo venceu (10 x 9). O técnico do Fortaleza era Ceni. O do São Paulo, Fernando Diniz. Hoje, no Leão Vojvoda; no São Paulo, Hernán Crespo. Os elencos são basicamente os mesmos. À época houve situações incríveis: no Castelão, o Fortaleza, com dois jogadores expulsos, segurou o placar favorável (3 a 2) até nos acréscimos, quando cedeu o empate (3 x 3). No Morumbi, o Fortaleza, após sofrer 2 a 0, reagiu na reta final. Empatou (2 x 2) e levou a decisão para os pênaltis. Aí o São Paulo classificou-se (10 x 9). Agora, nos mesmos cenários e praticamente com os mesmos atores, haverá uma reedição. Uma espécie de tira-teima. Atualmente o Fortaleza está melhor, mas o São Paulo iniciou visível recuperação na Série A, inclusive afastando-se do Z-4. Pelo modelo mata-mata da Copa do Brasil, tudo se nivela. Mas são boas, a meu juízo, as condições para o Leão de Aço dar o devido troco. 

Mesmo idioma 

No Fortaleza, o argentino Juan Pablo Vojvoda. No São Paulo, o argentino Hernán Crespo. Eles falam o mesmo idioma (espanhol) e no futebol também falam a mesma língua, ou seja, adotam postura ofensiva e intensiva. Semelhanças nas atitudes e nas propostas. Crespo foi campeão da Sul-Americana 2020 como treinador do Defensa Y Justicia. Terá uma disputa à parte com Vojvoda. 

Mais 

Hoje, se o Fortaleza quiser alcançar um bom resultado no Morumbi, terá de jogar muito mais e melhor do que o fez em Caxias do Sul. Na fase final o Leão foi dominado pelo Juventude e ficou longe do futebol intensivo que Vojvoda quer. Na minha avaliação, sinais de cansaço indicaram o real motivo da queda de produção do tricolor.  

União 

O comentarista Wilson Bezerra e o narrador Antero Neto chamaram a atenção para o espírito de equipe do Ceará, fato que ficou demonstrado quando do gol de Vina no jogo com o Flamengo. Todo o time foi abraçar o jogador, numa demonstração de solidariedade, amizade e união de grupo. Isso é bom. Mas Vina não gostou de ser substituído. Com a cabeça, fez sinais de insatisfação. 

Reencontro e reencontro 

Quando disse na abertura da coluna que o futebol produz encontros e reencontros, lembrei das Copas do Mundo de 1986 no México e de 1990 na Itália. Argentina e Alemanha fizeram as duas finais. Em 1986, na cidade do México, a Argentina ganhou (3 x 2), sagrando-se campeã. Quatro anos depois, em Roma, 1990, a Alemanha deu o troco. Ganhou (1 x 0), sagrando-se campeã.